CAPÍTULO XXII - É SOBRE DEREK ALLEN - PARTE I NARRADO POR DEREK ALLEN

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ANTERIORMENTE... NO CAMINHO PARA SE LIVRAR DO CORPO DE HANRY AUGUSTIN, DEREK REENCONTRA ALGUÉM DO PASSADO, QUE O FEZ SUMIR DA VIDA DAQUELES QUE AMA E A COMETER ATITUDES TERRÍVEIS, COMO ASSASSINATOS.



Dez meses antes

Nada, absolutamente nada, estragaria minha felicidade no dia de hoje. Lizzie é minha namorada, Hanry Augustin está morto e está prestes a ter seu caixão jogado em uma pedreira. Por mais que toque "Hey Jude" no rádio e as últimas palavras de Hanry antes de morrer estejam em minha mente, eu não consigo tirar o sorriso idiota no rosto.

Parei de puxar o caixão por alguns minutos e observei a paisagem ao meu redor. Havia muitas árvores, tão altas que pareciam encostar o céu. O sol estava se pondo e o céu estava com aquele tom de roxo e laranja que deixa tudo mais bonito. Os pássaros estavam voando e cantando e a pedreira tinha uma queda d'água tão forte que de longe eu sentia alguns pingos de água contra a minha pele.

O lugar é lindo, era uma pena sujar com algo tão ruim como Hanry. É o enterro que ele merece, pensei com leve armadura enquanto com dificuldade voltei a arrastar o caixão para a beirada. Ser jogado de uma pedreira ao som de Beatles e da melodia dos pássaros, isso é até bom demais.

Deixei o caixão de Hanry na borda da pedreira, fiz rapidamente o sinal da cruz, minha educação religiosa não permitiria que eu fizesse menos que isso e com um empurrão joguei o caixão para o abismo. Então, sorri e senti meus ombros relaxados. Finalmente estava acabado. A música estava no fim e Hanry estava morto. E eu voltaria para a minha garota e nada, nada mesmo, tiraria minha felicidade nesse momento.

Estava prestes a me virar para ir embora quando uma dor excruciante passou pelo meu corpo. Senti meu sorriso vacilar e quando olhei para baixo vi muito sangue em minha camisa e uma estaca de madeira ultrapassando meu abdômen.

- Olá Derek! – uma voz familiar falou em meu ouvindo, enquanto aos poucos eu perdia a consciência.

– Sentiu saudades amor?

A última coisa que eu pensei antes de desmaiar foi em Lizzie.

***

Quando finalmente acordei, pensei que desmaiaria novamente, por conta da dor que estava sentindo. Minha cabeça parecia esta prestes a explodir, meus braços e pernas estavam doloridos e cheios de pequenos arranhões que estavam cicatrizando aos poucos. Minha garganta estava seca e eu precisava urgentemente de sangue, além do mais a dor no meu abdômen era tão grande que minha visão ficava turva.

Fazendo muito esforço consegui me sentar e percebi que estava em um quarto com aspecto medieval e deitado em uma cama de dossel verde. Não tive coragem de olhar o ferimento no meu abdômen, mas passando a mão senti que havia bandagens tapando o mesmo. Quem será que tinha feito isso?

Senti uma onda de desespero, me lembrei de Jonathan, Lizzie, Meredith e todos os outros no Internato, será que já notaram que desapareci? Quanto tempo eu passei fora? Antes que eu pudesse me desesperar mais, uma pessoa muito conhecida e que eu não via faz muito tempo entrou no quarto e todas as dúvidas foram varridas da minha mente, dando lugar ao choque.

- Judy. – murmurei sem acreditar no que via.

Ela estava exatamente como eu lembrava, alta, cabelos loiros lisos que batiam em seus ombros, com as pontas pintadas de vermelho, pele bronzeada descascando, olhos verdes iguais aos meus, marcados com profundas olheiras, os lábios com o mesmo batom rosa.

Suspirei contra a minha vontade, mas tinha que admitir que ela continuava linda, assim com quando tínhamos sete anos e eu sentia que ela irradiava beleza.

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