CAPÍTULO XIV - CINCO MINUTOS PARTE 1 (NARRADO POR LIZZIE COLLINS)

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Meu despertador não havia tocado. Devido aos assassinatos em massa que ocorreram nas últimas horas todos haviam recebido uma ordem extremamente clara de não deixar os quartos. Acredito que até ás mortes de Scott e Dylan, senhor Walker não estava dando a devida importância ao que estava ocorrendo em Crossfield, afinal um assassino em série estava solto pelos corredores e por isso, até segunda ordem todas as aulas haviam sido canceladas e todos deveriam tirar o dia para descansar e em hipótese alguma poderíamos sair do quarto, nem mesmo deixarmos nossos colegas de quarto sozinhos.

Após vencer uma longa e tortuosa batalha contra o meu sono consegui finalmente abrir meus olhos e logo percebi que a regra havia sido quebrada no meu quarto. Sim, pois a minha companheira não havia sequer dormido em sua cama, que estava vazia e intocada. Megan nunca foi de seguir regras, isso eu já havia percebido, mas me deixar sozinha, meio que ia contra os preceitos da nova Megan, que ela tentava vender nas últimas semanas. Afinal, o que Jonathan iria pensar da doce Megan que abandona sua irmã sozinha, quando as ordens são para protege-la contra um seria killer?

Foi em meio aos meus pensamentos de crucificação á minha colega de quarto que percebi que não estava sozinha naquele momento, eu não via ninguém, pois estava virada para o lado contrário á porta de entrada de nosso quarto, só conseguia enxergar a cama vazia a minha frente. No entanto eu podia sentir uma presença masculina atrás de mim. Meu coração acelerou e eu pude sentir que eu suava muito embaixo do cobertor de cor laranja, que agora me sufocava. Eu queria tira-lo de cima de mim, mas tinha medo. Parecia bobagem, mas aquele cobertor, além de calor, me proporcionava certa proteção contra o que quer que estivesse naquele quarto junto comigo.

Então para que me movimenta-se, finalmente tive que lembrar ao meu cérebro que eu não era uma garotinha indefesa. Eu agora era uma bruxa poderosa, eu era uma Collins, que com apenas algumas palavras poderia imobilizar, ou até mesmo matar a criatura que me observava sorrateiramente naquela manhã. Foi aí que de uma vez eu me pus sentada na cama e girei rapidamente o meu pescoço fazendo com que meus olhos pudessem encarar meu observador. Não posso dizer que não me surpreendi com o que vi, afinal eu nunca havia acordado com olhos tão hipnotizantes a me cercar. Era Lyos.

Ele estava acomodado em uma cadeira de madeira, que parecia ser bem desconfortável, seus olhos aparentavam susto, poderia deduzir que ele também estava dormindo, no entanto quando o olhei, ele estava definitivamente acordado, quase em estado de alerta. Meu observador usava seu visual clássico, não havia nem mesmo tirado sua jaqueta de couro cor de madeira, também ainda calçava sapatos cinzas, e usava calça preta, como de costume, mas uma peça destoava dentro de seu visual, ele vestia uma camisa branca por baixo da jaqueta, era muito raro que Lyos usasse qualquer peça branca.

Olhando para mim ainda assustado, suas olheiras denunciando sua péssima noite de sono, ele levantou e espreguiçou-se vagarosamente, enquanto bocejava, quase aparentando um sorriso, seu sorriso largo e belo se abriu entre um preguiçoso "Bom dia", que eu não consegui responder, por estar claramente tentando descobrir o que ele fazia em meu quarto àquela hora, ou melhor, o que o fez dormir ali. Antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa ele começou a falar.

- Pegue algumas coisas essenciais. Vamos fazer uma viagem de descanso, precisamos relaxar. – falou com tanta naturalidade, que eu quase pensei em não questiona-lo.

- Oi? Como assim viajar? Ficou maluco? A propósito o que faz no meu quarto? Você dormiu aqui? Com a permissão de quem fez isso? – perguntei de forma acelerada, quase que não tomando tempo para respirar.

- Calma aí, apesar de eu ser um super híbrido vampiro barra bruxo, eu continuo sendo um indivíduo do sexo masculino e você sabe que nós homens temos certa dificuldade em responder várias perguntas diferentes ao mesmo tempo, ainda mais quando se tem uma garota de baby dool rosa bem a nossa frente.

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