Capítulo Quatro

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Quando eu decidi que ia fingir ser Jungkook para me salvar do hospício, tinha esquecido de como seria encarar meu grupo favorito inteiro de perto. Nesse momento eu me encontro parada do lado de fora do complexo que forma a casa deles, encarando Jimin, Taehyung, J-Hope, RM, Jin e Suga em frente a duas vans pretas enormes. Senti a onda de ansiedade vindo de novo, mas como havia dito Jimin, mesmo que eu desmaiasse ainda teria que cumprir a agenda deles. A verdade é que se eu não for internada porque estou fingindo ser Jungkook, vou ser internada porque vou passar o dia inteiro com eles e não posso surtar como fã.

Tentei pensar em todas as coreografias que tentava secretamente copiar, nunca usando Jungkook como guia, sempre usando Taehyung porque ele era meu bias. To perdida, para não falar outra coisa. Sorri sem jeito e fingi demência entrando na primeira van com a porta aberta que vi.

– Ei, a sua é a outra. – falou Suga parando ao meu lado. Fiquei na posição que estava, uma perna dentro da van a outra no chão. Sorri sem jeito.

– Ah é! Esqueci. Que cabeça a minha! – murmurei sem jeito, indo para a outra van junto com Taehyung e Jimin.

– Você tá bem? – perguntou Jimin me encarando desconfiado.

Gente do céu, o que eu faço? Eu sei como o Jungkook é no palco, na tv... Como é esse garoto na vida real? E essa coisa de conversar e interagir com o BTS inteiro como se fosse a coisa mais normal do mundo? Ele tem um lance com Jimin ou com Taehyung? Ou com nenhum? Também tem essa possibilidade. Eu vou surtar e não vai ser pouco. Decidi fingir demência de novo e dei de ombros, fechando a expressão e encarando a rua. Alguma coisa em meu bolso vibrou e foi assim que eu descobri o celular dele.

– Que cara é essa? Celular novo? – riu Jimin. Acho que ele viu meu espanto com o celular.

– Nada, acho que ele bateu a cabeça com muita força quando caiu hoje cedo porque não lembrava nem onde era o banheiro. – respondeu Taehyung dando risada.

Eu tentei ignorar os dois. Tentei ignorar tudo a minha volta, me agarrando àquele Iphone de última geração, todo cheio de recursos e com uma capinha exclusiva que eu fingi não ver porque era o melhor jeito de pedir ajuda. Assim que o levantei em frente ao rosto, o celular foi desbloqueado. Mordi a língua para não soltar nenhum palavrão de gente pobre e impressionada com aquele brinquedinho novo.

– Esquisito. – ouvi Taehyung sussurrando ao meu lado. Pela visão periférica percebi que era sobre mim que ele falava, então me virei mais ainda para o lado e abaixei o aparelho.

Uma mensagem para Madame Min, isso que eu queria e precisava fazer. Esse celular é meu colete salva-vidas em meio a esse mar de insanidade. Graças às inúmeras vezes que liguei para ela pedindo uma consulta urgente ao baralho, eu sei de cor e salteado o número da velha.

[PRECISO DE AJUDA URGENTE]

[QUEM É?]

[KANG NINA]

[TROCOU DE NÚMERO?]

[QUE TAL DE CORPO?]

Não tive mais resposta, mas podia ver claramente que a velhota estava online. O que diabos ela estava esperando para me dizer que tinha a solução dos meus problemas? O que será que aconteceu com o meu corpo? Foi só nesse momento que pensei em Jungkook dentro dele.

– Namorada nova?

– O que? PUTA MERDA.

Ele realmente tem que fazer isso sempre? Olhei assustada para Taehyung bem pertinho de mim de novo, olhando por cima do meu ombro para as mensagens que eu tinha acabado de mandar para Madame Min. Bloqueei o telefone imediatamente, com medo de ele ter lido o "troca de corpo" escrito ali. Meu coração batia desesperadamente no peito, metade pelo susto e a outra metade por estar tão perto de um dos homens mais lindos do mundo. E ele me encarava com atenção, olhando bem fundo dentro dos meus olhos. Fiquei fraca.

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