ROMANCES MENSAIS
LIVRO III - DETENÇÃO DE MARÇO
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CAPÍTULO VI - ENTENDIMENTO
Os olhos de Mal estavam fixos nos meus. Observo o rosto da garota que cuidava de meu ferimento e vejo uma mancha de sujeira em sua bochecha e nariz. De alguma forma, ela estava adorável naquele momento. Nem mesmo parecia a garota de personalidade forte que estava sempre prestes a arrancar a minha cabeça.
Por instinto, levo minha mão ao rosto da garota e o limpo. Malvina parece se assustar e se afasta, confusa. Eu também não entendia o que estava acontecendo. Meu coração estava tão acelerado e eu só conseguia pensar o quanto ela estava bonita com as bochechas coradas e os olhos arregalados. Minha mente estava em um completo breu.
Balanço a cabeça, tentando recuperar os sentidos. Eu não podia me sentir atraído por Mal. Será que o impacto das caixas em minha cabeça começaram a me afetar ao ponto de achar que a mesma garota que me tira do sério e me insulta desde que nos conhecemos é adorável e bonita? Respiro fundo e resolvo que é melhor guarda dentro de mim qualquer
- Eu cuido disso. - Comento, pegando a caixade primeiros socorros e vou para o banheiro da enfermaria.
Honestamente, eu não sentia necessidade de fazer curativo naquele corte ridículo, mas a garota de cabelos roxos parecia preocupada e eu estava determinado a não discutir com Mal. No entanto, antes que eu chegasse ao banheiro, a garota pega em meu pulso e me impede de continuar.
- Eu cuido disso. Você se machucou por minha causa. - Responde, parecendo fazer um grande esforço para me encarar. Ela ainda estava bastante envergonhada e eu não conseguia acreditar em como a garota lutava contra seu orgulho para cuidar de mim. - Senta na maca.
- Não precisa. Eu posso... - Mal me lança um olhar severo de insatisfação.
- Senta logo! - Resmunga, tomando a caixa de primeiro socorros da minha mão.
Suspiro, dando-me por vencido. O ferimento nem mesmo me incomodava, mas Mal carregava uma expressão de culpa tão intensa que eu não tinha escolha além de seguir suas ordens sem questionar.
Ela volta a abrir a caixa e pegar os curativos que usaria para cuidar do corte superficial que havia em minha testa causado por um dos porta retrato da equipe de hóquei da escola. Mal coloca um pouco de antisséptico sobre o ferimento com cuidado e assopra para que a ardência passasse. Por fim, ela coloca o curativo sobre o corte e se senta de frente para mim, encarando-me pensativa.
- Obrigado. - Agradeço, colocando a mão sobre o curativo.
- Não vai me perguntar nada sobre o que aconteceu ontem? - Pergunta a garota com desconfiança.
- Você me contaria se eu perguntasse? - Questiono, encarando-a sem realmente dar importância a pergunta feita por Mal.
- Sim. - Meu olhar de descrença parece deixar a garota nervosa. - Não. Quer dizer, eu não sei.
- Nós dois sabemos que você provavelmente me daria uma resposta como "não é da sua conta" ou "cuide da sua vida". Então eu prefiro não perguntar. Imagino que seja um problema familiar complicado. E pelo que Carlos falou, aquele cara é o seu pai. Nós não nos damos bem desde que nos conhecemos, mas se quiser conversar sobre o assunto, eu estou aqui. Se não quiser, eu não vou insistir. - Digo e minha resposta parece surpreender minha companheira de castigo. - Eu sei muito bem como problemas de família podem ser angustiantes e pesados. É pior ainda quando você não pode fazer nada ou não sabe o que fazer.
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Detenção de Março
FanfictionMal Faery e Ben Florian pertencem a mundos completamente diferentes. Ela é a bolsista rebelde da escola e pobre que precisa trabalhar para conseguir sobreviver ao mundo da patinação artística. Ele é o filho do diretor da escola, capitão do time de h...