Detenção de Março

Dívida

ROMANCES MENSAIS

LIVRO III - DETENÇÃO DE MARÇO

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CAPÍTULO XXVII - DÍVIDA

Minha cabeça estava pesada e minha boca seca como se eu estivesse de ressaca. Tento abrir meus olhos, mas me arrependo ao sentir a claridade queimando meus olhos. Noto que havia algo de errado. Eu não conseguia me mexer. Meus braços e pernas estavam presos. Agora com mais cuidado, volto a abrir meus olhos e as memórias sobre o que tinha acontecido começam a retornar a minha mente aos poucos. 

Eu estava presa em uma cadeira e uma mordaça em minha boca impedia que eu dissesse qualquer coisa. Debato-me tentando me soltar, mas as cordas que me prendiam eram fortes demais para que eu conseguisse me livrar delas. O lugar onde eu estava era escuro, iluminado apenas por uma pequena janela de grade, que permitia a entrada de um pouco da luz externa.

Por causa do sedativo que usaram em mim, eu ainda estava tendo dificuldade para discernir o que ocorria a minha volta. Eu não sei exatamente onde estou, mas pelo quarto com as paredes desgastadas e o cheiro forte de sangue, eu tenho certeza de que estou em um dos esconderijos de Zevon no Isle of the Lost. 

- Droga! - Penso, tentando me soltar mais uma vez. Eu tinha sido ingênua ao baixar minha guarda perto de Zevon, ainda mais depois dele fazer o pedido incomum de me encontrar com ele em seu ponto de vendas. 

Sem ter ideia de quanto tempo se passou desde que fui sequestrada por Zevon, eu apenas torcia para que não tivesse passado o horário da competição nacional de patinação e que Ben esteja bem. Conhecendo o rapaz, ele deve estar desesperado a minha procura. Evie também deve estar para enlouquecer depois de não ter notícias minhas. E eu tenho certeza de que Ben perguntou a ela sobre o meu paradeiro.

Suspiro, sentindo o cansaço recair sobre mim. Meu pai viajou com Hadie para a Disney depois de Felicity confirmar que ele estava completamente curado da Anemia Aplástica Grave, assim como havia prometido ao garoto, então ele provavelmente nem faz ideia do que está acontecendo comigo. Kara foi visitar a família em National City esse fim de semana por causa do estado de saúde do pai e voltaria pela manhã no dia da competição, então não faço ideia se ela já está em Hawkins ou não.

De repente, a porta do quarto é aberta e vejo Zevon entrar com uma bandeja em mãos. Ao notar que eu já estava acordada, ele sorri e deixa a bandeja com suco e ovos com bacon sobre uma cadeira que estava ao lado da porta.

- Você acordou, meu amor. - O homem se aproxima de mim e retira o pano que cobria minha boca. - Como você se sente?

- O que pensa que está fazendo, Zevon? - Questiono com a voz rouca pela falta de uso. - Por que me sequestrou? O que está planejando?

- Você deve estar com fome. Coma um pouco. Você apagou por quase dois dias. - Zevon ignora minhas perguntas, indo pegar a bandeja com o lanche. - Acho que o idiota do Wolf exagerou na dose de sonífero.

- Solte minhas mãos para que eu possa comer. - Peço, preparada para dar uma surra no idiota e fugir no momento em que ele me soltasse.

- Sinto muito, meu amor, mas eu conheço você e sei que se eu soltar seus braços, você vai tentar fugir e eu não quero te machucar. Não se preocupe. Você está segura. Eu não vou te machucar. eu prometo. - Responde Zevon, dando um sorriso convencido. Ele segura a bandeja com uma mão e puxa a cadeira com a outra para perto de mim. O traficante então se senta e coloca a bandeja em seu coloco, antes de pegar um pouco dos ovos e estender para que eu comesse. - Aqui. Abra a boca.