Detenção de Março

Passado

ROMANCES MENSAIS

LIVRO III - DETENÇÃO DE MARÇO

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CAPÍTULO XI - PASSADO

Era incrível como a cada caixa aberta, mais eu descobria sobre a história do hóquei e da patinação artística da Auradon High School. Diferente das outras escolas, onde o futebol americano e o basquete são os esportes destaques, a Auradon se tornou conhecida por sua exímia atuação nos esportes no gelo.

- Essa mulher aqui é sua mãe, Ben? - Pergunto, olhando mais uma foto de uma linda mulher ao lado do diretor Adam. Eles sorriam para a foto, enquanto as pessoas olhavam para eles de forma estranha ao fundo. - Por que as pessoas parecem estar julgando eles? São tão bonitos juntos e tenho certeza que seu pai era muito popular, sendo capitão da equipe de hóquei.

Ben para de limpar uma das prateleiras mais altas e desce da escada para ver a foto que eu segurava. Ele tira a máscara do rosto e se aproxima de min, sorrindo docemente ao encarar o casal por cima do meu ombro com o rosto muito mais próximo do meu do que era confortável. Sinto os pelos de minha nuca se arrepiarem quando sua respiração atinge minha orelha. Prendo o ar e tento não me deixar afetar tanto pelas reações ridículas de meu corpo.

- Sim. Essa é a minha mãe no último ano da escola. Acho que ela já estava grávida de mim na época. - Afasto-me para me livrar da presença marcante do garoto e encaro Ben, impressionada pela informação. - Sabe, a história dos meus pais é bem impressionante. Eles também se conheceram aqui na Auradon High School. Meu pai era um verdadeiro babaca assim como o Chad. Ele era tão terrível que o chamavam de A Fera. Fosse na pista de gelo com o hóquei ou fora dela, ele vivia se envolvendo em problemas. Então minha mãe passou a odiá-lo por isso. Acho que ela devia se parecer muito com você, porque pelo que eu sei, ela vivia se metendo em brigas para defender os mais fracos. Parando para pensar, acho que é por isso que você é a aluna preferida dele e que ele releve tanto o seu comportamento impulsivo.

- Eu não sou tão impulsiva assim. - Tento me defender, sentando em uma das caixas que havia no local para ouvir a história e me recuperar do meu momento de insanidade com o coração batendo mais rápido que deveria e a respiração se tornando pesada depois de uma simples invasão de espaço de Ben. - A maior parte das minhas ações são planejadas.

- Ah, então você jogou a mochila contra mim, empurrou Audrey e fez todo o efeito cascata para destruir o armário dos troféus e ficar de detenção comigo de propósito? - Ironiza Ben com um sorriso malicioso no rosto. - Acho que podemos concluir que na verdade você é a fim de mim.

- Ou talvez você seja um grande iludido que acha que o mundo gira ao seu redor. - Retruco no mesmo tom de voz. - Estou começando a achar que a verdade, você que está apaixonado por mim para ter esse fixação de treinar como um louco até desmaiar de exaustão. 

- Aquilo foi... bem, eu... - Benjamin tenta se explicar, mas ao ver o meu olhar irritado, ele suspira. - Eu já disse que naquele dia eu não tinha comido bem, por isso eu desmaiei. Eu não estou me esforçando demais. 

- Esquece! Continua a contar a história de seus pais. - Resmungo, irritada. Ele suspira mais uma vez, cansado. No dia em que ele desmaiou, nós tivemos uma longa e complicada briga por causa da falta de noção de Ben em tentar ir além do que consegue suportar. Naquele dia, até mesmo Austin, que está sempre fazendo brincadeiras, ficou chateado com o amigo e passou horas dando sermão junto com Barry, que estava no telefone.

- Como eu estava dizendo, meus pais se odiavam. Eram completos opostos. Ela era conhecida por ser gentil e bonita assim como o seu nome, então minha mãe era muito popular na escola. Todos a viam como uma bela e pura flor que não deveria ser tocada por ninguém. Ao ponto de que havia uma regra estúpida na escola que nenhum cara podia se declarar para ela. - Conta Benjamin e tudo que faço é rir, porque isso nem fazia sentido. - Eu sei. É muito idiota.