Detenção de Março

Doação

ROMANCES MENSAIS

LIVRO III - DETENÇÃO DE MARÇO

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CAPÍTULO XIII - DOAÇÃO

Eu estava nervosa. Sozinha no corredor, eu encarava meu celular, esperando alguma notícia de Ben, que viria para me acompanhar no teste de compatibilidade Eu ainda não havia contado aos meus amigos sobre a minha conversa com meu pai e menos ainda sobre meu irmão mais novo. Tudo estava muito confuso e sem a confirmação da compatibilidade, nem mesmo havia certeza de que seria possível realizar o transplante de medula óssea.

Após descobrir sobre a doença de Hadie, eu havia pesquisado um pouco sobre o transplante de medula e o que era a Anemia Aplástica Grave. Pelo que eu havia encontrado na internet, para que se realize um transplante de medula é necessário que haja uma total compatibilidade entre Hadie e eu, caso contrário, a medula será rejeitada. Esta compatibilidade é determinada por um conjunto de genes localizados no cromossomo 6, que contém genes ligados à resposta imunológica do corpo contra bactérias e vírus. Nossos genes devem ser iguais para que possamos considerar compatíveis.

 A análise de compatibilidade é realizada por meio de testes laboratoriais específicos, a partir de amostras de sangue de nós dois, chamados de exames de histocompatibilidade. Com base nas leis de genética, as chances de um indivíduo encontrar um doador ideal entre irmãos de mesmo pai e mesma mãe é de 25%. Ou seja, por sermos irmãos apenas por parte de pai, as chances de sermos compatíveis é extremamente baixa.

- Parabéns pra você! - Cantarola Ben, aparecendo de repente com um cupcake roxo em uma mão e balões metalizados roxo e transparente com alguns pedacinhos de papel dourado. Em cima do cupcake havia uma vela branca acesa. Ele sorri largamente e continua a cantarolar a canção de aniversário. - Vamos! Faça um pedido e assopre a vela! Pense bem no seu pedido. É seu aniversário, afinal de contas. Tudo pode acontecer.

- Você é realmente um idiota. - Comento, sem conseguir esconder o sorriso largo em meus lábios. Levanto-me do banco do hospital e penso sobre meu desejo de ganhar o primeiro lugar no campeonato nacional. Por fim, fecho meus olhos e assopro a vela.

- Feliz aniversário, Mal! - Deseja Ben com os olhos brilhando em animação. Rio e pego os balões que ele me estendia.

- Obrigada. - Respondo e acabo abraçando o garoto. Surpreso, ele afasta o cupcake e corresponde ao gesto. - E obrigada por ter vindo.

- Eu disse que eu estaria aqui não importasse o que acontecesse. Desculpa a demora. Audrey apareceu querendo me convencer a sair com ela e eu tive que ligar para Austin e Barry irem me ajudar a me livrar dela e me deixarem aqui. Por causa disso, demoramos mais tempo do que eu planejava. Infelizmente, tive que contar o que estava acontecendo para eles. Espero que não fique com raiva de mim. - Ben confessa, parecendo se sentir culpado.

Afasto-me do garoto e o encaro. Eu me sentia dividida naquele momento. Até algumas semanas atrás, eu odiava com todas as minhas forças Benjamin Florian. Agora, nós nos tornamos companheiros de detenção, parceiros de patinação artística e amigos. Do dia para noite, ele se tornou mais presente em minha vida que Evie, Carlos e Jay. Era como se aos poucos, eu passasse a me tornar cada vez mais dependente de Ben.

Com sua personalidade calma e racional, ele conseguia me trazer de volta a realidade, quando eu começava a perder o controle de minhas ações. Graças a ele, eu fui capaz de conversar com meu pai e esclarecer todo o mal entendido. Por causa dele, eu me sinto muito mais confiante no momento para fazer o exame e conhecer Hadie.