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Cap. 35 - Arrependimento.

BOA NOITE QUENGAS. TÁ AÍ O CAPÍTULO ❤

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N A R R A D O R

A vida é feita de escolhas. Sejam elas conscientes ou não.

Quando tomamos uma decisão, ela pode mudar de forma positiva ou negativa nosso destino, nos trazendo bons frutos ou consequências pesadas de serem carregadas que gerarão grandes e profundas cicatrizes de arrependimento.

Camila tinha consciência que estava errando, mas seu estado mental atual não permitia que ela mudasse o rumo da estrada que só a levariam a mulher a colecionar cicatrizes dolorosas. É correto afirmar que a fragilidade de um ser humano pode levá-lo a um abismo profundo, escuro, difícil de sair... E era inegável que Camila estava frágil. E por mais que o mundo a abraçasse, assim como sua família, amigos e até sua namorada, aquilo não parecia ser suficiente para tampar o buraco para sempre. Faltava o seu próprio abraço, seu próprio incentivo.

Mas onde encontrar forças em si mesmo quando você está destruída?

O primeiro "canudo" foi inalado com culpa, o segundo com adoração, o terceiro, com medo.

A sensação de liberdade, de força, de coragem que durava alguns segundos permitiam que ela se sentisse viva, parte de algo. Poderiam lhe tirar tudo, mas aquele prazer momentâneo, isso não. Isso jamais. A dose de felicidade que ela precisava estava ali na sua frente. Branca, refinada...

A mente de uma pessoa sendo comandada por vários tipos de drogas diferentes não raciocinava logicamente, deixando espaço apenas para a impulsividade e ignorando todos os possíveis riscos de sua falta de conduta.

— Porra! — exclamou enquanto massageava a carne de seu nariz, na frustrada tentativa de acalmar a ardência que havia se formado. — Eu não... não deveria estar aqui. Merda!

— E por que não? — Nick perguntou antes de se inclinar para mais uma dose.

— A Lauren... eu devia ter avisado. Eu não deveria estar usando isso também. Eu prometi a ela.

— Você se cobra demais! — o rapaz agora limpava seu nariz da mancha branca formada. — É apenas uma festa e não é como se sua namoradinha fosse se irritar por isso.

— Eu não sei... — repousou as costas no sofá. — Eu sinto que não deveria estar aqui, mas não quero ir embora também.

— Pois eu acho que você está exatamente onde deveria estar. Apenas fique.

— Eu quero mais, mas também preciso ir pra casa. Eu tinha que terminar de brincar com minha garotinha.

— Sua filha?

— É como se fosse. — Camila riu graciosa daquele pequenos olhos verdes tão inocentes e curiosos.

— Eu acho que esse ácido da sua bebida te deixou meio emocionada.

A naturalidade que ele assumia ter drogado Camila era natural... Sem limites, sem maiores consequências.

O jovem apontou o celular para Camila, e logo a forte luz iluminou o rosto um tanto suado da mulher que tinha um sorriso triste e os olhos dilatados.

— Para de me filmar! — o tapa fez o celular de Nick cair, e ambos riram com a confusão. 

— Só se você beber. — o jovem pegou o aparelho novamente, filmando a taça entregue a Camila que revirou os olhos.

— Eu já bebi.

— Beba mais. Está sentimental demais e prefiro que você fique mais solta.

Sem vergonha, escrúpulo ou qualquer outro sinônimo que gritasse "pare!" a latina virou meia taça do drink já quente enquanto era filmada e ovacionada pelos demais na festa.