22 | passado e futuro: você consegue mesmo fazer isso?

4.6K 369 231
                                    

COMO PROMETIDO! Boa leitura :)

Eu vou expor todas as minhas razões
Você vai dizer que eu preciso de ajuda
Todos nós temos expectativas
E às vezes elas dão errado
Mas ninguém me escuta
Então eu coloquei nessa música

Eles me dizem pra pensar com a minha cabeça
Não com aquela coisa no meu peito
Eles colocaram as mãos no meu pescoço desta vez
Mas você é o único que eu quero
E se isso é realmente tão errado
Então eles não sabem como é esse sentimento
E eu digo: Sim, sim

THIS FEELING — THE CHAINSMOKERS & KELSEA BALLERINI.

Eu olhei para o papel em minha mão outra vez, usando a outra para criar uma espécie de aba sobre os olhos por causa do sol

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu olhei para o papel em minha mão outra vez, usando a outra para criar uma espécie de aba sobre os olhos por causa do sol.

— Certeza que você acha que eu tenho chances? — Eu perguntei, duvidosa.

Gwen revirou os olhos.

— Claro. Eu tenho a impressão de que ela vai gostar de você. E você é tão inteligente e entendida.

— Mas a princípio ela queria você, — eu apontei.

Mas eu não seria boa o suficiente, não como você. Por mais que eu goste, prefiro algo mais digital. Design gráfico é realmente algo que me chama a atenção.

Assenti, soltando uma expiração lenta. Gwen me indicou para uma vaga na galeria de arte moderna da cidade, a mais famosa, que por sorte é de sua tia por parte de pai. Mesmo que eu estivesse trabalhando do Red Nightmare, não era onde eu queria perder meu tempo. Tirando o salário e um pouco de diversão, trabalhar lá não acrescentaria em nada no meu currículo e nem nos objetivos que eu quero alcançar desde o ensino médio. Provavelmente Ethan vai pensar que eu já comecei a pular de galho em galho como se nada fosse importante, mas não esperava que ele fosse entender — talvez eu nem quisesse me explicar.

Era a minha vida e eu queria tomar um rumo. Eu não devia ter que me explicar.

Só preciso fixar isso na minha cabeça.

— Ok... — suspirei, guardando o papel na minha bolsa. — Obrigada por isso, Gwen. Se eu conseguir, fico te devendo essa.

Ela sorriu gentilmente; o tipo de sorriso que abre as cores em um céu cinzento. Eu sorri de volta.

— Você não me deve nada — ela disse como se fosse uma obviedade — Somos amigas, Alyssa. Eu acho que você vai se dar muito bem aí.

Gwen falava como se eu já estivesse empregada e eu me permiti partilhar um pouco de seu otimismo encorajador. Somos amigas, então?

— Eu preciso ir agora — avisou, olhando para a rua — Mas você pode me ligar para dizer como foi.

Eu assenti e ela fez um certinho com o polegar antes de ir à direção do asfalto. Seus cabelos voavam com a brisa do outono e um grupo de adolescentes sentados no banco de madeira clara do outro lado da rua perdeu seus olhos nela. Eu sacudi a cabeça, girando nos calcanhares e me dirigindo na direção do prédio. Quanto mais eu avançava, minhas entranhas ficavam geladas e meu batimento errático por nervosismo. Eu sempre quis poder participar mais do mundo artístico e trabalhar em uma Galeria era algo que eu sonhava — quando tinha tempo. Mas, eu tinha coisas mais importantes com o que me preocupar.

Amnésia (vol.1)Onde histórias criam vida. Descubra agora