03 | por acaso aquele é o cara da sua jaqueta?

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Minúsculas gotículas de suor molhavam meu nariz conforme tentava não permitir que o Edward Cullen 2

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Minúsculas gotículas de suor molhavam meu nariz conforme tentava não permitir que o Edward Cullen 2.0 erguesse seus olhos até minhas respostas já prontas. História da Arte é tão fácil quanto equilibrar uma colher no nariz, mas o cara está determinado a colar de mim como se eu não estivesse bem ao seu lado. E quando eu digo ao seu lado, quero dizer que nossos ombros só não se encostam por uns três centímetros.

Suspirei, colocando o braço sobre a folha e brincando com a lapiseira cinza entre meus dedos. Se ele realmente estivesse com dificuldades na matéria eu não hesitaria em ajudá-lo ou contrabandear as respostas sorrateiramente — porque o Sr. Keen parece ter olhos até pela parede, e tem o humor mais azedo que já vi —, no entanto, quando ele não estava cochilando, estava trocando obscenidades com uma garota por mensagem. E antes de ser chamada de bisbilhoteira, devo dizer que suas risadinhas irritantes eram simplesmente insuportáveis.

De saco cheio, eu giro o pescoço na sua direção e ergo minhas sobrancelhas lá no teto, deixando que um sorriso assassino permeie meus lábios.

— Me beija.

Sua voz sai baixa, entredentes para não chamar atenção. Minhas sobrancelhas desceram e se franziram tanto que a pele da minha testa doeu, e as íris castanhas se viraram na minha direção. Sua expressão estava lisa, e ele parecia entediado.

— Desculpa? — Esquadrinhei seu rosto brevemente, torcendo meu nariz em sua direção. — Beijar você?

— É né, porque me fodendo você já tá.

Silêncio. Encarávamo-nos como se estivéssemos brincando de estátua, e observando seu rosto bonito e sua expressão neutra, foram os músculos do meu rosto que começaram a se contorcer primeiro, enquanto eu lutava para segurar a risada que queria correr para fora da minha boca. Burns começou a fazer uns bicos estranhos e quando vi que ele também segurava a risada, levei a mão até a boca e tampei os lábios antes que fosse tarde demais. A sala inteira estava em silêncio e um calor começou a escalar meu corpo, junto com a vontade incontrolável de rir.

Foi quando seus ombros começaram a tremer que eu fiz. E dezenas de cabeças se viraram para mim.

Morrer agora seria uma dádiva.

— Que porra é essa? — Burns zomba entre risos, afundando-se na cadeira como se fosse derreter em risadas.

TALVEZ eu faça aquele barulho de porco quando quero segurar uma risada muito alta. O que não é relevante agora, já que todos estão rindo às minhas custas.

Excelente.

— Srta. Young, Sr. Burns, eu convido vocês a se retirarem da sala.

Ríspido, o professor a umas quatro fileiras aponta na porta dupla de madeira no fim da sala e eu sinto meu rosto esquentar desde o pescoço.

Constrangida e com a dignidade no chão, eu junto meus materiais ao mesmo tempo em que o Cullen e ambos nos dirigimos até a porta. Os olhares de deboche estão sobre mim quando saio, mas não me dou ao trabalho de discutir sobre. O corredor é gelado e eu adiciono a nota mental de, novamente, não rir em público. Ou ao menos não segurar a risada, afinal.

Amnésia (vol.1)Onde histórias criam vida. Descubra agora