Capítulo 5

252 6 0
                                    

Porque é que ele ainda não disse nada?
Depois de jantarmos com o Francisco e com a filha, seguimos logo para casa. Desde que saímos do estádio, que tenho verificado o meu telemóvel, à espera de receber uma mensagem do Max. Agora, estava no quarto a repetir o mesmo processo. Mas nada.
Sacana...
Acabo por desistir de pensar naquilo e começo a adiantar uns trabalhos para a escola. Ponho Lawson a tocar no computador, enquanto faço os trabalhos. Porém, está difícil concentrar-me. Só consigo pensar no jogo de hoje e no que aconteceu depois. Revivo aquele momento vezes e vezes sem conta. 
Estava tão embrenhada nos meus pensamentos que nem dei conta da minha mãe bater à porta e entrar. 
-Olá mãe.
-Vim só dizer que o pai e eu vamos dormir - aproxima-se. -Estás a estudar? 
-Hm, estava só a adiantar umas coisinhas. 
-Está bom. O jogo foi divertido? 
-Foi - sorrio, enquanto olho para o nada. 
Ela olha-me e sorri, sabendo que se passa algo.
-O que é que se passa? 
-Lembraste do Max? Aquele guarda-redes do Sporting? 
Ela assente, e depois conto-lhe tudo o que aconteceu. 
-Bem... Estou sem saber o que dizer. 
-Pois... 
-Talvez ele tenha chegado cansado a casa e tenha adormecido, ou talvez ainda nem esteja em casa e tenha ficado sem bateria... Não sei - ela levanta-se e faz-me uma carícia no ombro. -Não desesperes. Ele ainda vai mandar mensagem. Se não mandar, quem perde é ele.
Faço um sorriso forçado.
-Obrigada mãe.
-De nada. Agora, vou dormir. Até amanhã.
-Até amanhã.
Antes de fechar a porta, vira-se para trás e diz:
-Não te deites tarde. Amanhã levantaste cedo. 
-Sim, mãe. 
E sai.
Acabo a página que estava a resumir e depois arrumo as coisas. Depois troco de roupa e vou à casa de banho lavar os dentes. Quando regresso ao quarto, deito-me e meto o telemóvel a carregar na mesinha de cabeceira, mas antes vejo se tenho alguma mensagem.
Nada...
Triste, largo o telemóvel e apago a luz, deitando-me para dormir. 
Estava prestes a adormecer, quando o meu telemóvel apita. Com esperanças de que seja mesmo ele, sento-me na cama e pego logo no telemóvel. No visor vejo uma notificação do Instagram. Esmoreço um pouco. Ainda assim desbloqueio o telemóvel para ver o que era. 
Quando abro as mensagens do Instagram, o meu coração para de bater.
Oh meu Deus, é ele!
Abro a conversa e leio a mensagem.
"Pensavas que te podias livrar de mim?"
Han? Livrar-me dele? Do que é que ele está a falar?
"O quê? Do que é que estás a falar?"
Ele vê a mensagem de imediato. Pontos começam a saltitar no ecrã.
"Sim. Deste-me o número errado. Mandei-te mensagens, mas nunca respondias. Até que depois a pessoa do número que me deste me disse que não eras tu."
"Dei-te o número errado? Impossível. Manda-me o número que te dei."
Ele manda-me um print com a conversa que teve com a tal desconhecida ou desconhecido. Verifico o número e, realmente, aquele não é o meu número. Troquei um dígito sem querer.
"Pois... Realmente, tens razão. Mas não foi de propósito. Estava com pressa e ao marcar o número, troquei um dígito."
"Eu perdoo-te ahaha e agora será que me podes dar o teu verdadeiro número?"
Envio-lhe o meu número e em seguida recebo uma mensagem do número dele. Respondo-lhe para ele ver que desta vez sou eu. Afinal ele não me estava a ignorar, nem esteve a gozar comigo.
O meu telemóvel volta a alertar uma mensagem nova.
"Que fazes amanhã?"
"Amanhã de manhã tenho aulas, porquê?"
"Tarde livre?" 
"Porquê?"
"Responde Camila."
"Sim, tenho tarde livre. Já me podes dizer porquê?"
"Amanhã não tenho treino. Encontra-te comigo."
"Max... Eu não sei."
Encontrar-me com ele seria um sonho, mas eu não sei mesmo... Sei que ele não me iria fazer mal, mas não quero que isto avance para algo. Já me conheço, vou-me apegar e depois vou ficar a sofrer.
"Por favor, vamos só sair. Vamos nos conhecer."
"Porque é que me queres conhecer?"
"Não sei... Há qualquer coisa que me diz que tenho de me aproximar de ti e conhecer-te."
Fico sem palavras. Eu também quero estar com ele. Aliás, desde que nos separámos no parque de estacionamento que sinto uma necessidade enorme de estar com ele.
Ele continua a enviar-me mensagens a tentar dissuadir-me. No fim, lá acabo por aceitar. 
"Ok, eu vou ter contigo."
"Já sabia que era uma questão de tempo até aceitares."
"Convencido..."
"Ahahah eu vou buscar-te à faculdade."
"Vais o quê?"
"O assunto não está aberto a discussão. Vou buscar-te à faculdade e depois seguimos juntos. A que horas acabas as aulas?"
"Acabo às 13h30m"
"Ótimo, vamos almoçar juntos. Nome da faculdade?"
Envio-lhe o nome e morada da faculdade para ele me ir buscar. 
"Agora vai dormir, já é tarde."
"Tu não me dás ordens."
"Boa noite Camila, sonha comigo."
Sorrio ao ver a mensagem e desligo o telemóvel. Volto a aconchegar-me na cama e adormeço com um sorriso na cara.

O Sorriso Que Me ParouOnde histórias criam vida. Descubra agora