Capítulo 10

206 3 0
                                    

Quando dei por mim já estávamos a chegar a casa. O Max para à frente do portão e vira-se de frente para mim, brincando com as mãos. Eu tiro o cinto e sento-me de frente para ele, observando-o.
-Está tudo bem? - pergunto.
Ele continua a fitar as mãos e dá um leve sorriso, que esmorece logo de seguida. 
-É só que... -levanta o olhar para mim. -Eu gostei mesmo desta tarde contigo e queria imenso voltar a repetir - ele aproxima-se mais pegando-me nas mãos. -Eu tenho treinos todos os dias, as únicas folgas que tenho são no dia a seguir aos jogos. E tu tens faculdade. Sei que pode ser difícil, mas eu quero mesmo continuar a conhecer-te. 
Estava a olhar para as nossas mãos juntas, mas quando percebo que o Max não diz mais nada, levanto o olhar para ele. Continua.
-Camila, eu não te quero obrigar a nada. Se não quiseres voltar a ver-me, eu entendo.
-Wow, calma Max - levo uma mão ao seu rosto tranquilizando-o. -Eu também quero muito voltar a estar contigo. Quanto ao que aconteceu, -desvio o olhar do dele -é verdade, não estava à espera, apesar de ter percebido, mas Max acho que nunca me tinha sentido tão bem como naquele momento. Diverti-me imenso. Ainda assim, estou um bocado assustada... Eu nunca estive numa situação assim. 
-Ainda bem que não - ri-se.
-Max, vá lá - dou-lhe um empurrãozinho, provocando-o.
Ele estava agora a sorrir. Pega na minha mão e leva-a aos lábios, dando-lhe um beijo. Sorrio ao ver o seu carinho.  
-Ok, desculpa -diz divertido. -Tens mesmo de ir? Não queres vir jantar comigo? 
Levo as mãos ao seu cabelo e brinco com ele.
-Gostava imenso, mas não posso. Tenho mesmo de jantar com os meus pais. Até porque já tenho coisas combinadas para esta noite. 
Ele olha-me quase de lado e divertido. 
-Coisas combinadas? Hm... não sei se gosto disso - provoca-me.
-Problema teu - dou-lhe um casto beijo nos lábios. -Falamos mais logo? 
Ele acena com a cabeça e dá-me mais um beijo. Tento afastar-me dele, mas ele agarra-me. Olho para ele e sorrio. 
-Vais-me deixar ir ou vou continuar aqui presa? 
-Bem... prender-te aqui e levar-te comigo até que não era má ideia. 
Ao ouvir ele dizer aquilo com tanta seriedade, olho-o preocupada. Será que ele era mesmo capaz? Ele apercebe-se do que estou a pensar e começa a rir-se que nem perdido.
-Eu não te vou prender mesmo, Camila. Respira - continua a rir-se. -Devias ter visto a tua cara.
Disfarçadamente, solto o ar que estava a reter. Ele olha para mim e depois faz um sorriso triste.
-Bem, é melhor ires antes que te leve mesmo comigo. 
Ele quebra o nosso contato e recosta-se no banco. Eu começo a pegar na minha mala e no meu casaco e levo a mão ao puxador da porta para a abrir. 
-Mas antes... - ouço o Max dizer. 
O Max pega-me pelo cotovelo e puxa-me levemente de novo para si. Dá-me um forte beijo de despedida, que só me faz querer ir com ele. Mas arranjo forças para sair do carro, antes de sucumbir aos seus encantos e afasto-me dele.
-Depois falamos - digo. 
Ele sorri. 
Eu saio do carro e fecho a porta. Antes de me ir embora baixo-me até ao nível da janela. Fito-o, sem saber o que dizer. Simplesmente queria ficar um pouco mais a olhá-lo. 
-Se vais ficar a olhar assim para mim, sou capaz de te voltar a colocar dentro do carro.
Endireito-me e começo a afastar-me, enquanto tiro as chaves da mala. 
-Já fui - digo divertida.
Abro o portão e entro, avançando até à porta de casa. Antes de abrir a porta, volto a virar-me para trás para lhe mandar mais um olhar. Ele está a olhar-me também. Solto um sorriso, e atiro-lhe um beijo. Aceno-lhe e entro, por fim, em casa.  
Assim que passo a porta, encosto-me a ela. Fecho os olhos e sorrio, levantando a cabeça para cima. Assim que ouço o carro dos meus pais a parar no acesso a casa, levanto-me de um pulo e começo a subir as escadas a correr até ao meu quarto. 
Depois de ter deixado as coisas no quarto, desço para ir cumprimentar os meus pais. 
-Olá mãe, olá pai - digo, dando um beijo a cada um. 
-Olá filha! A tua irmã já está em casa? 
-Sim, ela está no quarto. 
-Ok. Outra coisa, hoje à noite sempre vais com os teus amigos ao tal bar?
-Sim, sim. Depois do jantar, o Duarte vem-me buscar para depois irmos buscar os outros antes de irmos para lá.
-Está bem então.
A minha mãe segue para o seu quarto e eu sigo para o meu.
Mal entro no quarto, o meu telemóvel vibra sinalizando uma mensagem. Vou até à secretária e pego no telemóvel. Ao desbloquear, abro a mensagen diretamente na conversa com o Max.
"Ainda agora saí de ao pé de ti e já estou com saudades tuas"
Sorrio ao ver a mensagem.
"Tadinho... Já estás em casa?"
"Já. Estou sentado no meu sofá a desejar ter-te aqui"
Ao ler a mensagem dele, estremeço. Mil e uma cenas passam-me pela cabeça. O Max e eu em casa dele. Os dois sozinhos. No seu sofá, abraçados. O Max beija-me com aquele suaves lábios. As coisas começam a aquecer.
Acordo da minha fantasia ao sentir o telemóvel vibrar na mão. Engulo em seco e vejo a nova mensagem do Max.
"Vista. Auch"
Rapidamente, começo a digitar uma resposta para ele.
"Desculpa estava distraída. Também adorava estar contigo"
"Distraída? Posso saber com o quê?"
Era quase possível ouvir o seu tom convencido falar. Dou um gargalhada sarcástica e respondo-lhe.
"Nada de importante..."
"Não sou importante para ti? :("
Estava a escrever a mensagem para o Max, quando ouço a minha mãe chamar-me para pôr a mesa.
"Um bocadinho convencido não? Ehehe. Vou ter de ir. Vou ajudar a minha mãe a pôr a mesa e depois do jantar tenho de me arranjar. Falamos depois?"
"Claro. Não me queres dizer onde vais?"
"Nop. Beijinhos."
Deixo o telemóvel de lado e desço para ir ajudar a minha mãe, enquanto todos os pensamentos sobre o Max me atacam novamente.

O Sorriso Que Me ParouOnde histórias criam vida. Descubra agora