Capítulo 6

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O meu despertador acorda-me às sete em ponto. Levanto-me com uma energia pouco normal em mim. Sinto-me super ansiosa e nervosa.
Não acredito que vou almoçar com o Max.
Depois de tomar um banho rápido, paro em frente ao meu roupeiro sem saber o que vestir. Vou passando cabide a cabide, mas parece que não gosto de nada do que tenho. Acabo por me decidir por um vestido floral preto. Visto-me, seco o cabelo e depois calço as minhas converse brancas. Por fim, meto um pouco de base e eyeliner. 
Assim que volto ao quarto corro até ao meu tocador e escolho alguns acessórios para usar. Depois pego na mala e no dossier e desço.
Quando chego à sala de jantar, os meus pais e a minha irmã já estão sentados à mesa.
-Bom dia! - sorrio. 
-Bom dia! - respondem os três.
Sento-me à mesa e começo a tratar do meu iogurte com fruta e muesly. Enquanto vamos comendo, conversamos. Quando estamos despachados, saímos os quatro até à garagem e entramos no carro. 

O meu pai para em frente à porta da faculdade e eu despeço-me de todos saindo do carro. 
Estava a entrar no edifício, quando o meu telemóvel apita. Uma nova mensagem. Do Max. Sorrio ao ler o seu nome.
"Bom dia linda! Estou ansioso pelo nosso almoço. Vou ficar a contar as horas."
Ia responder, mas sou interrompida pelo meu pequeno grupo de amigos. A Cams, a minha melhor amiga, o Lucas e o Duarte. 
-Bom dia, amiga! - diz a Cams dando-me um abraço.
-Bom dia, pessoal - respondo.
-Então Cammy, como foi o jogo ontem? - pergunta o Duarte.
-Fantástico - sorrio. 
-Fiquei mesmo chateado quando o meu pai não me deixou ir... - resmunga o Lucas.
-Talvez se não te tivesses armado em esperto na sexta à noite, pudesses ter ido - troça a Cams.
Ele encolhe os ombros.
-Cams, vens comigo à casa de banho, por favor? 
-Claro.
Levantamo-nos e começamos a afastarmo-nos dos rapazes.
-Pronto, lá vão elas juntinhas à casa de banho - diz o Lucas gozando connosco.
-Gajas, meu... 
Nós viramo-nos para eles e reviramos os olhos.
Quando nos encontramos na casa de banho, verifico se estamos só as duas. 
-Que é que estás a fazer? - pergunta, olhando-me como se fosse louca.
-A ver se estamos sozinha - paro em frente a ela. -Tenho de te contar uma coisa. 
-Diz então. 
-Ontem, aconteceu algo estranho - sinto um sorriso crescer-me nos lábios.
-Estranho bom ou estranho mau? 
-Acho que bom. 
-Ah vá conta-me! Envolve um rapaz não envolve?
A Cams conhece-me demasiado bem. -
Começo a contar tudo o que aconteceu ontem, desde o aquecimento dos jogadores até ao convite do Max. A Cams vai-me ouvindo com atenção, fazendo várias expressões de divertimento. Quando acabo de contar, dou-lhe a palavra.
-Amiga, tu tens a noção daquilo em que te estás a meter? Aliás, com quem te estás a meter? - ela fica séria, o que me faz gelar com receio daquilo que ela acha. -Oh meu Deus! A minha melhor amiga acabou de sacar um jogador de futebol! - diz entusiasticamente, começando a rir-se em seguida.
Valorizo imenso a opinião da minha melhor amiga, daí soltar um suspiro de alívio depois da sua reação.
-Credo. Que parva! Assustaste-me. Pensava que me ias achar doida por ter cedido.  
Ela ri-se que nem uma perdida e eu junto-me a ela.
-Achas? Acho que no teu lugar, eu me teria atirado logo ao moço, não perdia cá tempo.
Rio-me daquilo, mas sei que é verdade. A Cams vive sobre o lema "livre, leve e solta". Vive a vida como se fosse sempre o último. É por isso que a adoro. Não se preocupa demasiado com as coisas, é extrovertida e... por ser simplesmente ela. 
-Com que então, ele vem buscar-te? 
-Pois, parece que sim. 
-Ótimo, vou deixar-te à porta do carro dele para lhe dar uma palavrinha. 
Ela é bem capaz disso. A Cams tem um lado super protetor quanto a mim, assim como eu quanto a ela. Metem-se com uma de nós, metem-se com as duas.
-Acho que isso não vai ser necessário - sorrio.
-Não há maneira de me dissuadires. 
Ia responder, mas entretanto toca. Vamos a sair da casa de banho, quando a Cams volta a falar.
-Cammy? 
-Sim?
-Gostas dele? 
A pergunta que mais temia. Gosto dele? Nem eu sei... Quer dizer, gosto dele sim, mas até ontem pensei que fosse aquele gostar como se gosta de um cantor. Agora? Agora não sei. 
-Tu sabes que sempre gostei dele. 
-Não é desse gostar que estou a falar. 
Continuamos a caminhar até à nossa sala, enquanto penso numa resposta para lhe dar. 
-Não sei Cams. Sinceramente, não sei. Ontem, senti coisas que nunca imaginei sentir. De certa forma, também não quero gostar dele. 
-Não queres porquê?
Paramos em frente à porta da sala para terminarmos a conversa antes de entrarmos.
-Somos de mundos demasiados diferentes. Achas mesmo que ele ia querer alguma coisa comigo, quando pode ter uma bem melhor que eu?
A minha melhor amiga abana a cabeça.
-O pior cego é aquele que não quer ver - diz e passa por mim, deixando-me sozinha à porta a pensar.
Não faz sentido, não vai acontecer nada entre nós.
Afasto todos os pensamentos sobre uma relação entre mim e o Max e entro na sala, sentando-me ao lado do Duarte.


O Sorriso Que Me ParouOnde histórias criam vida. Descubra agora