Capítulo 12

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MAX

Acabei agora de arrumar a cozinha. Estava no meu sofá a ver um filme qualquer na televisão, enquanto o Goji dormia profundamente ao meu lado.
De cinco em cinco minutos, olhava para o meu telemóvel em cima da mesa à espera que ele tocasse com uma mensagem da Camila. Mas nada... Ainda assim, pego no meu telemóvel para conferir.
Abro o Whatsapp e nada. Depois as mensagens e adivinhem? Nada. Abro o Instagram, sendo a minha última esperança. E mais uma vez sem uma mensagem dela. 
Volto para a página inicial do Instagram, e acabo por ver alguns stories. Estava a passar tudo o que me aparecia à frente, quando me deparo com uma foto. Quatro amigos sorridentes, num bar. É ela. É a Camila, e está com mais dois rapazes e uma rapariga. A minha atenção desvia-se especialmente para o rapaz que está ao lado dela. Demasiado perto dela para meu gosto... O meu eu ciumento está a dar sinal, mas eu depressa o ponho no seu lugar. 
Bloqueio o telemóvel e afasto-o de mim para não me estar a massacrar com aquela foto. Ela foi sair com os amigos, está-se a divertir. É o que importa. 
Pois, ela foi com os amigos para um bar. Um bar onde pode haver gajos loucos por se divertirem com miúdas, como a tua...
Afasto a vozinha irritante do meu subconsciente e tento focar-me na televisão para me distrair. Ela sabe-se defender e não está sozinha. 
Porém, estava difícil não pensar nela. Levanto-me do sofá e começo a fazer umas flexões e uns abdominais para me distrair, mas não resultou. Quando acabo os abdominais, fico sentado no chão ao lado do sofá. O Goji estava agora acordado, a olhar para mim.
-Não me olhes assim... - digo-lhe. -Estou só preocupado com ela. 
Ele roda a cabeça para um lado e continua a olhar-me. 
-Achas que deva lá ir? - abano a cabeça afastando tal ideia. -Não. Isso seria demasiado mau e controlador. 
O Goji dá um leve latido e continua a observar-me.
-Tens razão. Posso muito bem lá ir só para ver se está tudo bem e depois venho-me embora. 
Levanto-me do chão e subo até ao meu quarto para me vestir. Depois de estar pronto, pego no meu casaco e nas chaves do carro. Volto à sala, para pegar no meu telemóvel e é aí que me lembro. Como é que vou ter com ela, se nem sei em que bar é que ela está? 
-Idiota... - sibilo.
A foto! A foto foi partilhada no Instagram, pode ter lá a identificação do bar em que ela está.
Desbloqueio rapidamente o telemóvel e procuro pelo perfil dela. Volto a ver a foto que ela partilhou e... Bingo! Ela está no Focus. 
Corro para o carro e guio até ao bar. 

A discoteca está a abarrotar. Vai ser difícil encontrá-la. 
Começo a andar pelo meio da multidão, tentando passar despercebido. O que é um pouco complicado por ter de pedir tantas desculpas à medida que vou atravessando a discoteca até ao bar. Sento-me num dos bancos altos ao balcão, virando de frente para a multidão. Vou olhando para as pessoas a ver se a encontro, mas com tanto movimento torna-se impossível. 
Se calhar já se foi embora...
Estava prestes a desistir da minha busca, quando vejo uma cara conhecida no meio da pista de dança. Uma rapariga, de cabelo pelos ombros liso e óculos. Eu conheço aquela cara. Puxo pela cabeça para me lembrar de onde. A resposta está mesmo ao seu lado. Camila. A rapariga de óculos é a amiga dela.
A Camila está com umas calças brancas super justas, que lhe fazem jus às suas curvas, e um top de alças em cetim preto. Estão as duas a dançarem ao som de Ritmo.
Que visão...
Ver a Camila a mover-se é demais para mim. Ela estava agora de costas para mim, só consegui-a ver a amiga dela. 
Como se se tivesse apercebido de algo, a amiga dela abre os olhos na minha direção.
Merda.
Rodo no banco de frente para o balcão o mais depressa possível, tentando disfarçar e peço uma água ao rapaz atrás do balcão. Este olha-me como se me tivesse crescido mais um olho. E com razão... Quem é que vem para um bar e pede uma garrafa de água? O rapaz entrega-me a água e depois segue para a outra ponta do balcão. 
Lentamente, viro-me de novo para a pista de dança para ver se elas já não estava a olhar. Má ideia. Estavam as duas petrificadas a fitar-me.
Apanhado.
A Camila parece demasiado espantada, primeiramente, mas depois sorri desajeitadamente. Engulo em seco.
Ela é linda... 
Abano a cabeça e salto do banco para o chão, avançando até elas.
Mal chego perto delas, a Camila atira-se para os meus braços e abraça-me. 
-Olá fofinho! - diz por cima da música a arrastar a voz. 
Boa, está bêbeda... 
A amiga dela, está a olhar divertidamente para aquela cena. 
Arrasto um braço para a cintura dela, envolvendo e amparando-a, enquanto a levo para longe daquela multidão.

O Sorriso Que Me ParouOnde histórias criam vida. Descubra agora