Capítulo 7

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A manhã passou a correr, e quando dou por mim já está a tocar para o fim da última aula da manhã. Começamos a arrumar as coisas, mas a professora pede-nos dois minutos para nos dar mais informação sobre o trabalho que temos para fazer. 
O meu telemóvel vibra na minha mão. Viro o ecrã para cima e vejo o nome do Max a brilhar no ecrã. Rejeito a chamada, enviando-lhe uma mensagem. 
"Dois minutos e saio.
"Ok, estou à porta."
A professora deixa-nos sair e a Cams corre até mim. 
-Estavas a tentar escapar-te? - ri-se.
-Não vejo a necessidade de vires comigo. 
Saímos as duas e os rapazes apanham-nos a meio do caminho. 
-Então meninas? Qual é a pressa?
A Cams olha para mim e percebo que está a tentar entender se quero que eles saibam ou não. Encolho os ombros e a Cams vira-se para os rapazes e sorri.
-A Cammy vai sair com o namorado novo.
-Cams!
-Namorado novo? - dizem os dois rapazes ao mesmo tempo.
-Ele não é meu namorado. 
-Por agora... - diz a Cams com ar trocista. 
Reviro os olhos.
Quando finalmente saímos do pavilhão para a rua. Começo a olhar para todas as pessoas que estavam lá fora. Via-se poucos carros e muitos jovens. Porém, uma pessoa alta, de óculos escuros salta-me à vista.
Continua maravilhoso.
Estou parada no cima da escadaria da entrada da escola a observá-lo.
Como se sentisse o peso do meu olhar sobre si, levanta o seu olhar para mim. Os nossos olhares cruzam-se durante um longo tempo. Um sorriso forma-se nos seus lábios, provocando também um sorriso nos meus. 
-Então vais continuar aí especada, ou vais ter com ele? - sussurra a Cams.
-Então Camila? - começa o Lucas. -Vais dizer-nos qual deles é? 
Olho para eles e começo a descer as escadas. 
-Até amanhã seus chatos - digo atirando beijos para o ar para eles.
-Chatos, mas tu adoras-nos - grita a Cams.
Sorrio ao ouvir aquilo, mas continuo a descer as escadas. 
Passo o portão e vou em direção ao Max. Está parado à minha frente, com as mãos nos bolsos a fitar-me. Ainda está com os óculos, o que me dificulta a tarefa de entender o que ele está a pensar. 
Paro à frente dele e ficamos assim, sem dizer nada, por um longo momento. 
-Não precisavas de ter vindo à porta - sorrio. 
-Quis ser cavalheiro. 
-Uau, muito obrigada. 
-Desculpa estar a falar contigo de óculos, mas sempre ajuda a disfarçar um pouco. 
Percebo ao que ele se refere. Assim, todos os alunos aqui presentes não o vão chatear. 
-Eu entendo perfeitamente, não tens de te desculpar.
-Posso te dar um beijo?
Sei que faço um ar assustado, porque o Max sorri.
-Calma, - tranquiliza -Na cara. 
Assinto, ainda que a medo. O Max aproxima-se de mim e baixa-se para me dar um beijo. A sua pele queima na minha e eu estremeço. 
-Mas sempre posso tratar de outro tipo de beijo se assim o decidires - sussurra-me ao afastar-se.
Mais uma vez estremeço. O Max apercebe-se e solta uma gargalhada.
-Vamos então almoçar? - pergunta.
Eu aceno com a cabeça e ele deixa-me passar à sua frente indicando-me o caminho. O Max avança logo atrás de mim colocando a sua mão no fundo das minhas costas. O seu toque causa-me arrepios. Como é que é possível isto estar a acontecer? Como é que é possível o meu corpo estar a reagir assim a alguém que não conheço? Porque é que não sou capaz de lhe afastar a mão? 
Ao aproximarmo-nos do seu Range Rover preto, ele passa-me à frente e abre-me a porta. Estica-me a sua mão e sorri-me. Aceito-a de bom grado, deixando que me ajude a entrar no carro. Ao se tocarem, uma descarga elétrica corre pelas nossas mãos.
Oh Deus, o que é que ele me está a fazer? 
Já instalada no lugar do passageiro, deixo a mala ao meus pés e coloco o sinto, enquanto o Max dá a volta ao carro para chegar ao lugar do condutor. 
-Pronta?
-Bem... acho que sim - sorrio. 
Ele corresponde ao meu sorrio e liga o carro. Antes de arrancarmos, ele coloca música a tocar. Reconheço logo os acordos iniciais da música e espanto-me.
-Oh meu Deus - viro-me de frente para ele. -Gostas de Lawson
Ele olha-me.
-É a minha banda preferida.
-Jura? A minha também! 
-Estás a brincar? 
Abano a cabeça.
-Qual é a tua música preferida deles? - pergunto.
Um ar pensativo toma expressão na sua cara. 
-Bem, essa é difícil... Mas talvez a Learn to Love Again. E a tua?
-Stolen. -digo, sem pensar duas vezes.
-Boa música, tem uma grande mensagem. 
Antes de começar a sair do parque da escola, o Max entrega-me o seu telemóvel.
-Toma, podes ir metendo as músicas que quiseres. Tenho aí uma playlist só com música deles.
Eu pego no seu telemóvel e começo a percorrer a lista, procurando a minha favorita para tocar a seguir. 
O Max sai do parque de estacionamento e começa a dirigir-se para... Espera lá, eu não sei onde vamos almoçar.
-Onde é que vamos almoçar afinal?
Olha-me de soslaio e sorri. 
-Surpresa. 
Fico a olhá-lo, querendo matar a minha curiosidade, mas aguento-me. Vou tomando atenção ao caminho para ver se consigo adivinhar, mas fica difícil assim que entramos na autoestrada.

O Sorriso Que Me ParouOnde histórias criam vida. Descubra agora