Betty
Três anos atrás...
Estava subindo as escadarias do morro, já estava escuro e deserto, também, duas horas da
manhã, aqui por esses lados costuma ser bastante deserto. Como hoje é sábado e tem baile na
quadra, que fica para o outro lado da comunidade, todo mundo deve estar lá. Eu estava com
medo. Por mais que fosse conhecida ali, nunca sabemos o que esses meninos com a cabeça
cheia de drogas são capazes de fazer.
Eu voltava da festa da Verônica, uma amiga minha que mora no Leblon, ela e o irmão me
trouxeram até o pé do morro. Eles até queriam subir comigo, mas eu achei melhor não.
Faltavam apenas duas quadras para eu chegar a minha casa quando escuto um barulho de moto
e logo em seguida um farol parando a minha frente. Reconheci como sendo a Kawasaki preta do
Nick, ele era o chefe do morro e eu o odiava, odiava o jeito que ele me olhava. Ele era nojento,
me dava medo. Ele sempre dizia que um dia eu ainda seria dele. E todas às vezes, eu me
arrepiava da cabeça aos pés, com medo do que ele poderia fazer comigo para conseguir isso.
Muitas meninas do morro matariam e morriam pra ficar com ele. Elas o acham extremamente
lindo, o que eu também não posso negar, ele tem lá sua beleza. Ele é loiro, não aqueles loiros
exagerados, mas, mais puxado para um castanho claro, seus cabelos tinha um corte bem baixo,
mas mesmo assim era um pouco arrepiado, seus olhos azuis, sua barba por fazer, seu físico forte
de academia e algumas tatuagens pelo corpo. E o que me dava mais medo, era sua cara
fechada. Toda a sua beleza ia por água abaixo quando eu olhava para aquele rosto fechado
como se á qualquer momento ele fosse fazer algo de ruim comigo.
Para muitas ele era um deus grego, mas eu não conseguia sentir nada do que elas sentiam. Já
presenciei muitas brigas entre as mulheres para ver quem conseguiria ir pra cama com ele. Mas
a única coisa que eu sentia por ele era medo e nojo.
Ele me lança um olhar que faz o meu corpo inteiro se arrepiar, de medo, e desce da moto. Por
incrível que pareça estava só.
- Oi gatinha, não acha que está tarde demais pra ficar andando sozinha aqui na favela? – diz
passando a mão nos meus cabelos cacheados. A vontade que eu tinha era sair dali correndo.
- Nã...Não.... Eu já estava subindo... Com licença. – disse tentando passar, só que ele se põe na
minha frente novamente.
- Ei... Pra quê essa pressa toda?
-Te..tenho que ir, minha mãe deve estar preocupada. – o que é verdade.
- Então chega ai, te dou uma carona. – diz pegando no meu braço me levando para perto da
moto.
- Nã..não precisa, eu já estou chegando.- tento me desvencilhar do seu aperto no meu braço,
mas é em vão.
- Relaxa gata. – diz montando na moto. – Senta ai.
Eu estava com medo, eu queria sair correndo dali, eu não tinha um pressentimento muito bom,

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o delegado-Bughead
Lãng mạnElizabeth Cooper era ainda uma menina quando viu a sua vida virar de cabeça pra baixo ao ser estuprada por um dos bandidos mais procurados do Rio de Janeiro. Três anos se passaram e ela se vê, novamente em um beco sem saída, tendo que, agora mais do...