tá bom Vee, vamos sim

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                1° CAPÍTULO

Betty

Três anos se passaram e agora me vejo aqui desempregada com minha mãe sem poder trabalhar e o meu filho, que agora tem dois anos de idade.

Sim, eu realmente tive o bebê, e não me arrependo nem um pouco da escolha que fiz.O

Dylan é a criança mais linda do mundo. Infelizmente ele se parece um pouco com o desgraçado do Nick os olhos, por exemplo, são os mesmos. Mas o meu amor que eu sinto por
ele é tão grande que eu não consigo sentir raiva por ele de alguma forma me lembrar àquele desgraçado, muito pelo contrario, eu o amo muito e não me vejo sem ele.

Minha relação com a minha mãe não é a mesma desde o dia em que eu contei que estava

grávida, ela não me expulsou de casa, como eu pensei que faria, mas também não temos a

mesma relação de antes. Sempre quando temos alguma discussão ela não perde a chance de

jogar na minha cara o fato de eu não saber quem é o pai do meu filho.

Eu acabei perdendo realmente a confiança da minha mãe.

Eu consegui entender o lado dela de agir assim, eu realmente não tinha motivos nenhum

para “Fazer o que fiz”. Ela não sabe o que realmente aconteceu então eu tento não sentir

raiva dela por isso.

É claro que me dói ver a minha mãe distante de mim. Mas eu não tiro sua razão por me tratar

assim.

Ela não aceita até hoje o fato de eu não saber quem é o pai do Dylan.

Por conta disso eu virei motivos de fofoca em toda a Rocinha.

“A santinha que de um dia pro outro engravidou e não sabe quem é o pai do bebê.“

“A nova puta da favela.”

E por ai vai.

Eu tento não me importar com os rótulos que me deram depois disso, mas é difícil, ainda

mais para minha mãe. Ela sempre teve orgulho de mim, por eu ter conseguido entrar em uma

das melhores escolas do Rio naquela época e por eu ser uma ótima filha.

Ai de repente acontece tudo isso e minha vida vira de cabeça pra baixo.

Como eu engravidei no ultimo ano escolar, eu consegui terminar os meus estudos. Claro, sofri

também muito na escola por conta do preconceito por eu estar grávida aos 17 anos. Mas eu

sempre tinha a Verônica do meu lado pra me defender de todos. Mas infelizmente não deu pra eu fazer minha tão sonhada faculdade de Medicina.

Um tempo depois de eu ter terminado os estudos e do Dylan ter nascido eu até tentei

fazer um cursinho de técnico de enfermagem. Não era a medicina que eu queria, mas pelo

menos estaria trabalhando na área da saúde que é meu sonho. Mas não deu, na época o

Dylan estava com sete meses e eu não tinha como pagar alguém pra ficar com ele, então

acabei desistindo.

Quando meu filho completou um ano, eu consegui emprego em uma pizzaria aqui mesmo na

comunidade. Não era muito o que eu ganhava, mas dava pra ajudar minha mãe com algumas

coisas dentro de casa, e comprar leite para o meu filho, que pra mim era o essencial. Eu

o delegado-BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora