viajar?

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MARATONA 3/4

28° CAPÍTULO


JUGHEAD


Eu sempre soube que ela não iria gostar de saber como aconteceu aquilo tudo, porém, eu tinha que falar. Mas também nunca se passou pela minha cabeça que ela se sentiria culpada por isso tudo. Me doeu e ainda dói muito quando eu lembro que não estou mais com ela, que não posso vê-los todos os dias.

Ela não me impediu de ver o Dylan, o que eu agradeci muito. Mas eu também quero respeitar esse tempo que ela pediu e por isso não vou vê-lo com muita frequência, apesar de
que a minha vontade é de ir vê-los todos os dias.

Eu não me arrependo de nada que eu fiz por eles, nada. Se eu pudesse, faria tudo de novo, eu não queria que ela fosse embora do meu apartamento, que na verdade já era dela até.
Minha mãe ficou muito triste quando soube da separação, mas eu não tive coragem de contar pra o que eu fiz para a Betty me deixar, eu não sabia qual seria a sua reação, mas eu
acho que ela não ficaria feliz em saber das minhas atitudes, mesmo sendo para defender as pessoas que amo. Eu não sei se aguentaria vê-la decepcionada comigo, ai eu inventei
qualquer coisa e é obvio que ela não acreditou, mas também não insistiu em saber.

Apesar desse maldito tempo eu sei que ela ainda me ama, eu sei que sim. Ela não entraria na frente de uma bala por mim, se não me amasse. E ela também já deixou isso claro várias vezes. A Betty só se sente culpada, ela acha que jogou seus problemas pra eu resolver e deu no que deu, com esse pensamento idiota de que se afastando conseguiria tirar essa culpa de si.

Eu sabia desde o começo como a vida dela era, eu entrei nessa porque quis, porque eu a amo e não tem a necessidade de ela ficar se culpando. Isso me enche de raiva, a minha vontade é de pegá-la pelos braços e dizer que ela não tem porra nenhuma com que se culpar, pois ela não tem culpa de nada. Mas eu sei o quanto orgulhosa e cabeça dura ela pode ser, então eu fico na minha.

Quando eu fui visitá-los na semana passada eu vi que ainda mexia com ela e a comprovação disso foi quando ela me convidou para ficar e jantar com eles. Eu fiquei muito feliz, apesar de não demonstrar muito, mas eu fiquei. Isso significa que ela está conseguindo me entender e tirar a culpa que ela diz sentir de dentro dela.

Conversamos bastante, mas não tive coragem de falar sobre a gente, procurei saber como andava o Dylan e a ela também. Eu me preocupo e nunca deixarei de me preocupar, não importa se estamos juntos ou não.
Quando ela me disse que queria um tempo, eu fiquei quebrado, mas ao mesmo tempo com raiva. Raiva por pensar que ela estava defendendo aquele homem que fez tanto mal a ela. Mas ai depois eu entendi que ela apenas não queria que fosse eu que tivesse feito aquilo com ele, ela acha que estragou a minha vida, mas ela sabe o quanto me faz bem, o quanto
me faz sentir vivo quando estou ao seu lado. Mas eu infelizmente não podia obrigá-la a nada.

Ela quer o tempo? Eu estou dando esse tempo. E se não fosse eu a fazer aquilo quem mais faria? Ninguém é claro. Mas eu também concordo com ela quando diz que eu tinha que ter agido de outra forma. Não que eu deveria o prender, não. Até porque nós sabemos muito bem o que aconteceria se ele fosse preso, mas sim matar de outra forma. Mas o que
está feito já está feito. Não adianta eu ficar me lamentando e me crucificando por algo que já está feito. Agora é saber lidar com isso tudo. E eu graças a Deus estou conseguindo.

Eu não os procuro com mais frequência, pois eu não quero que ela pense que estou pressionando ela a voltarmos, por isso eu seguro a minha saudade e vou no máximo duas vezes por semana, visitá-los.

As minhas idas à psicóloga estão ficando um pouco mais frequentes, não pelo fato de eu estar tão mal assim. É que é bom desabafar com alguém. Hoje é dia de consulta e estou saindo da delegacia e indo direto pra lá, por conta do meu horário de trabalho eu sempre sou o ultimo paciente da Roberta.
Alguns minutos depois já estava estacionando o meu carro em frente ao prédio. Já tinha retirado a minha blusa do uniforme e substitui por uma preta simples. Subo no prédio
espelhado e pego o elevador, não demorando muito a chegar ao andar do consultório.

- Boa noite senhor Jughead. – diz a secretária com um sorriso simpático.

- Boa noite.

Ela se levanta, anda até a mim e coloca a mão de leve em meu ombro me instigando a andar.

- A Dr. Roberta está a sua espera.

Ela abre a porta do consultório e coloca uma parte de seu corpo para dentro e posso escutá-la dizendo.

- Roberta, o senhor Jughead já chegou.

- Pode manda-lo entrar... E você já pode ir, Amanda está liberada.

- Não vai precisar mais de mim por hoje?

- Não, você pode ir.

A Amanda volta com o seu corpo para fora e abre a porta dando-me passagem para entrar.
Adentro aquela sala, agora já bem conhecida por mim, e encontro a Roberta em pé. Ela vem até a mim com uma pasta nas mãos, na qual ela ficava a maior parta da consulta com ela nas mãos, as vezes a via anotando algo, mas eu não fazia a menor ideia do que era.

o delegado-BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora