Capítulo 22 pt. 2
- Jughead... co-como isso foi acontecer?
- Ela-ela entrou na minha frente, Vee. Esse tiro era pra ser pra mim. – não consigo segurar e começo a chorar novamente.
Ela me envolve em seu abraço e eu desabo de vez.
Eu nunca pensei que ficaria tão vulnerável e tão quebrado em toda a minha vida.
Nem quando o meu pai morreu eu sofri tanto quanto vendo a Betty nesse estado.
Sem vergonha nenhuma eu deixo minha cabeça cair pelo seu ombro e com isso as lágrimas desciam com ainda mais força. Depois de um tempo, que foi longo, eu me soltei do seu abraço e deixei minha cabeça tombar novamente na parede.
- Você não quer ir em casa trocar essa roupa suja de sangue, Jughead? Eu vou com você, depois a gente volta.
- Eu não vou sair daqui enquanto não tiver nenhuma noticia dela, Verônica. E nem adianta insistir.
- Tudo bem então. – concorda percebendo que eu realmente não sairei daqui agora.
- Onde está o Dylan?
- Ele ficou com a minha mãe. Ele está tão magrinho, Jughead, tão pálido eu fiquei tão preocupada quando o vi.
- Eu também fiquei.
- A minha mãe ficou de cuidar dele e levá-lo ao médico, ele não parece estar muito bem.
- Faz isso pra mim, por favor. Ele realmente não está bem, mas eu não vou conseguir sair daqui agora pra ver isso.
- Tudo bem, a minha mãe vai cuidar dele.
Não sei quanto tempo ficamos sentados esperando alguma noticia. Mas já estava de noite, o ponteiro do relógio da recepção marcava 22h00min da noite e nada de noticias dela. Eu já estava ficando mais louco ainda a cada minuto que passava sem noticias. Já estava a ponto de atravessar aquela porta de ferro e ver o que estava acontecendo, quando um médico chega na recepção.
- Familiares da Elizabeth Cooper.
Eu rapidamente me levantei e fui até ele.
- Eu, fala doutor, como ela está? – digo tudo muito rápido demais.- A cirurgia foi muito complicada e fizemos de tudo o possível e...
- Doutor a minha filha morreu? – disse a dona Alice em prantos.
- Calma senhora. Não! A sua filha não morreu, mas devido a queda ela provavelmente bateu com a cabeça em alguma pedra ou em algo que resultou em um traumatismo craniano.
- Isso quer dizer que? – eu já não aguento mais essa enrolação toda.
- Ela entrou em coma.
- Como assim? Isso... isso não pode estar acontecendo. – eu não estou acreditando no que ele acabou de dizer.
Isso é mentira.
- Ela perdeu muito sangue e como eu disse, na queda ela deve ter batido em algo que causou o traumatismo.
- E quando que ela volta, doutor?
- Olha senhor, isso só depende dela. Única e exclusivamente dela, tudo que nós podemos fazer até aqui, nós fizemos pra mantê-la viva. Porém, não vamos parar de tentar fazer com
que ela volte, mas como eu disse, isso depende dela também responder ao tratamento.
Eu não estou acreditando nisso. Ela tem que voltar, tem que voltar pra mim... pra gente.
- E eu sinto muito, mas não conseguimos fazer nada em relação ao bebê. – ele complementa.
Como assim, bebê?
- Que bebê, doutor? – a Verônica é mais rápida na pergunta.
- Vocês não sabiam que ela estava grávida?
Eu não conseguia dizer nada, apenas chorar.
Eu não estou acreditando que ela estava esperando um filho meu. O filho que eu tanto quis, que eu tanto pedi a ela. E quando isso finalmente acontece eu sou privado de acompanhar o crescimento do meu filho.
Se antes eu já estava quebrado, agora eu nem sei descrever com palavras como me sinto.
- Não doutor. – a Verônica diz e me abraça.
Não consigo retribuir, não consigo reagir. Apenas sentir... Apenas chorar!
- O feto tinha dois meses. Fizemos de tudo para tentar segurá-lo, mas ela perdeu bastante sangue e o tiro pegou em uma região muito delicada, o que dificultou mais ainda ela conseguir segurar o bebê.
Dois meses.O meu filho já tinha dois meses e eu não sabia.
Ele morreu. Morreu por minha causa. Por eu não ter protegido ela como eu disse que iria proteger, por eu não ter tomado conta da minha família como eu disse que tomaria.
Eu sou um bosta.
Eu não vou me perdoar nunca por isso. Nunca!
- Eu sinto muito. – diz o médico e ele já ia se retirando quando eu o chamei.
- Doutor eu posso vê-la? – minha voz saiu falha por conta do choro e pelo bolo que havia na minha garganta me impedindo até de respirar direito.
A dor que eu sentia era tanta que apenas em respirar o meu peito doía.
- Sinto muito, mas agora não. As visitas serão liberadas apenas amanhã. – ele diz e se retira de vez.
A dor que eu estou sentindo nesse momento é imensa e indescritível. Eu perdi o meu filho, o filho que eu tanto desejei, o filho que eu tanto quis ter com a mulher que eu amo. E tudo
isso por irresponsabilidade minha.
Eu poderia jogar a culpa pra cima do Nick pra diminuir essa culpa que me consome por dentro.
Mas eu errei, eu sei que eu errei. Não que ele não tenha a sua culpa, pois sim ele tem. Mas eu tinha que ter protegido ela e os meus filhos. Eu tinha! Eu tinha que ter protegido a minha família.
- Ela estava grávida, Verônica. – digo assim que ela me abraça novamente. – Ela perdeu o nosso filho por minha culpa.
- Meu filho, não se culpe por isso. – sinto as mãos da minha mãe alisando as minhas costas.
Me solto da Verônica e viro de frente para a minha mãe para olhá-la.
- Você não teve culpa de nada, querido.
- Tive sim, mãe, aquela bala era pra mim. Eu deveria ter prestado mais atenção, eu deveria ter cuidado dela como eu prometi cuidar.
- Eu sei que você cuidou da minha filha, Jughead. – a Dona Alice diz me olhando. – Agora a gente tem é que ter fé que ela vai sair dessa.
- Depois dessa eu nem sei se tenho mais. – digo passando as mãos pelo meu rosto rapidamente.
- Não fala assim, meu filho. Tem que ter fé sim, fé de que ela vai sair bem dessa. Você não a quer de volta?
- Eu não a quero de volta, mãe... Eu preciso dela de volta.- Então pronto. Então temos que ter fé de que vai dar tudo certo, porque vai dá.
Eu nada disse, apenas voltei para a minha cadeira me sentando ao lado do Archie.
Eu não queria sair um dali um minuto, mas eu também tinha coisas á fazer, tinha contas a acertar. Ainda mais depois dessa.
- Archie, ele já está no galpão? – digo baixo o suficiente para somente ele me escutar.
- Sim senhor, só está a sua espera.
- Então vamos.
Digo me levantando.
- Onde você vai meu filho?
- Vou em casa trocar de roupa e resolver um problema rápido.
- Posso ir com você, se quiser. – diz a Vee.
- Não precisa Vee, o Archie vai comigo. Qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo, me liga que eu venho correndo, ouviu?
- Tudo bem.
- Se cuida meu filho.
- Vou me cuidar mãe.
Saio dali com o Archie e encontro a viatura parada ainda em frente ao hospital e o outro policial, que nos acompanhou até aqui, estava sentado no banco do motorista, eu me sento
ao seu lado e o Archie atrás.
- Para a sua casa, Senhor?
- Não. Para o galpão.
Não quero perder nem mais um segundo pra colocar as mãos naquele desgraçado.
Ele vai se arrepender por tudo que ele fez.
Vai se arrepender até de ter nascido._____________________________
Eitaaa, próximo capítulo vai ser aliviador pro Jug e pra nós tbm 😂
Eu quero minha Betty de volta, campanha no twitter com a #voltaBetty kkkkk
O Jug todo preocupado, alguém gruda no meu bb pra não deixar ele sozinho nenhum minuto pelo amor de Deus 🤧❤️❤️❤️
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o delegado-Bughead
RomanceElizabeth Cooper era ainda uma menina quando viu a sua vida virar de cabeça pra baixo ao ser estuprada por um dos bandidos mais procurados do Rio de Janeiro. Três anos se passaram e ela se vê, novamente em um beco sem saída, tendo que, agora mais do...