Capítulo 27- Convite inesperado

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Sophia 

- Por que não?- Minha mãe pergunta, enquanto dobra mais uma blusa e a coloca em uma pilha em minha cama.

- Porque eu não sou a pessoa que ama festas, isso ficou para os meus irmãos. Céus é tão complicado de entender que na família tem alguém que prefere livros?- Rodo a cadeira e vejo minha mãe revirar os olhos e estender uma blusa branca.- Eu não quero ir, as meninas querem que eu vá, sabe que não gosto de festas.

- Minha filha, entendo isso, você é igual ao seu pai, mas acredite na sua velha mãe quando digo que essa é uma das melhores fases da sua vida, aproveite- Apesar da aparência cansada constante da minha mãe, nunca achei que ela fosse velha, ela só tem essa aparência devido a rotina puxada de cirurgiã, mas ela é jovem ainda. Solto um longo suspiro e mordo o canto interior da bochecha.- Por que acha que nunca briguei muito feio com o Derek quando ele voltou bêbado? Claro que dou um sermão sobre o descontrole, mas nunca fui uma mãe rigorosa, com nenhum dos três. Já fui jovem, querida, já passei por tudo isso. Não deixe que sua timidez afete sua adolescência.

- Concordo com a mamãe, Soh. Sabe quantos adolescentes  gostariam de ter pais como os nossos e você ai nem aproveita. Ava, que estava sentada no meu sofá fazendo o dever e tentando ajudar minha mãe a me convencer a ir ao baile. Dou de línguas pra ela, que só faz uma careta em resposta.

- O que as mulheres da minha vida estão falando?- Papai entra no quarto e começa a abrir os botões da camisa. Ele estava viajando pra trabalhar em uma pesquisa sobre seu trabalho. 

  Entre meus pais, ele é o que mais trabalha, fazendo com que o  víssemos com menos frequência. Eu e Ava corremos em direção a ele, que já estava com os braços abertos para nos abraçar. Depois que nos afastamos, mamãe o abraça e o dá um breve selinho. Eu e minha irmã nos olhamos e fazemos um sinal de ânsia, de forma brincalhona.

- Meu amor, por favor me ajude a convencer sua filha cabeça dura a ir para o baile- Ela diz ainda abraçada nele. Consigo ver os olhos dela brilhando de felicidade apenas por ver meu pai depois de poucos dias de viagem.

  Sempre consegui ver o quanto meus pais se amavam, mesmo depois de anos de casamento, o amor deles nunca se desgastou. Sempre o mesmo sorriso, o mesmo brilho no olhar ao se ver. Esse é o meu ideal de amor verdadeiro, meus pais. O que mais quero é poder encontrar algo ao menos parecido. Um amor real e que não vá desgastar. 

Difícil? Quase impossível, eu sei.

- Se ela não quer ir, não precisa ir- Ele fica ao meu lado como sabia que faria e sorrio agradecendo a confidência- Não quero minha garotinha perto de um bando de garotos cheios de hormônios.

- Daniel Collins!- Minha mãe o repreende. Ela sai do abraço e volta pra pilha de roupas limpas.- Caso não se lembre, você era um garoto cheio de hormônio- Meu pai ruboriza e olha espantado pra Ava, que ria sem pudor do outro lado do quarto.

-Não fique envergonhado, pai. Você e mamãe são médicos, não é como seu eu não soubesse como fui gerada.

-Ava, querida, não deixe seu pai envergonhado, por favor. Ele é médico, mas não das próprias filhas- Ava revira os olhos e volta a se concentrar na lição enquanto eu  fecho o caderno e pego uma pilha de blusas dobradas em cima da cama para ir guardar.

- Derek volta que horas do treino?- Meu pai pega uma pilha de roupa e me entrega.

- Não sei- Dou de ombros e coloco as blusas na gaveta. -Luke me disse hoje que tinham algo importante pra falar com o treinador, então talvez demore um pouco mais.

Tudo culpa da garota do diárioOnde histórias criam vida. Descubra agora