Vive la Vie | Larry Stylinson

2. Un Verre de Lait

No dia seguinte, Louis acordou sozinho. Não era incomum ele despertar com alguém em sua cama e às vezes até mais de uma pessoa o fazia companhia, mas na noite anterior não estava no clima para ir para a farra. Saiu de sua cama espaçosa e respirou fundo, espreguiçando seu corpo e ouvindo seus ossos estalarem. Caminhou até a mesa que ficava diante das grandes janelas de vidro e viu que a bacia de água estava cheia. Colocou as mãos em concha ali e lavou seu rosto, lavando qualquer rastro de sono que pudesse estar em seu corpo.

Enxugou-se e abriu uma fresta em uma das cortinas, vendo os jardins do palácio de Versalhes. Alguns nobres caminhavam por ali, conversando suas habituais futilidades e problemas na corte francesa. Ele sabia que a maioria era referente a adultério e os frutos ocasionados de uma união imoral. Louis balançou a cabeça e abriu a gaveta da mesa, tirando de lá seu relógio de bolso e arregalando os olhos ao ver que já passava das oito da manhã.

A vida em Versalhes começava cedo e o rei geralmente era acordado às sete. Não que todos os nobres devessem seguir à risca, mas Louis, como amigo do monarca, sempre se policiava para estar em sua presença o mais rápido possível. Bufou e guardou o relógio na gaveta novamente, caminhando a passos pesados para a porta e a escancarando.

- Posso saber porque raios o meu criado não me acordou? - indagou aos guardas que estavam ali para sua segurança.

- Porque eu disse a ele que você precisava descansar, Lou. - ouviu e engoliu em seco, virando a cabeça e vendo Tristan Breton na antessala, sentado de pernas cruzadas em um dos sofá de estilo barroco enquanto bebericava um pouco de chá. Ele deixou a xícara de porcelana na mesa de centro e se aproximou de Tomlinson, empurrando-o delicadamente para dentro do quarto e fechando a porta atrás de si.

- Eu já avisei que não quero que você se intrometa em meus assuntos. - resmungou, negando os toques de Tristan, que simplesmente se sentou na cama fofa, assistindo Louis caminhar pelo quarto usando apenas uma camisola de linho. - Aliás, por que está aqui?

- Você sabe porque estou aqui. - cruzou os braços e Tomlinson arqueou as sobrancelhas para o ômega.

Permitiu-se reparar em suas vestimentas, Breton usava culottes vermelhas e um casaco da mesma cor, adornado com fios de prata. Suas meias eram brancas e os sapatos escuros cobriam os pés que balançavam no ar. Louis subiu o olhar para os olhos castanhos de seu amante e inclinou a cabeça para o lado.

- Não, eu não sei. - respondeu.

- Você não pode ter esquecido! - rosnou irritado e atirou um travesseiro no alfa, que agarrou o objeto macio no ar. - Você prometeu que me encontraria ontem à noite! Você disse que estaria em meu quarto depois do toque de recolher!

- Eu tive imprevistos! - mentiu. Sua visita ao empregado ômega na cozinha, também conhecido como Harry Styles, não havia sido inesperada, pelo contrário. Louis ansiava vê-lo e finalmente obter um 'sim', pois o plebeu era a sua incógnita mais difícil de solucionar.

- Imprevistos? Você teve imprevistos, Louis Tomlinson? - ergueu-se da cama e se aproximou do alfa, jogando o travesseiro que os separava para longe e o fitando com desconfiança. - Você esteve com Leon pouco antes do jantar, quero saber se foi para o quarto dele ao invés do meu.

- Não fui e ele pode confirmar esta história. - disse. Todos no palácio sabiam de sua promiscuidade e não era incomum vê-lo desfilar pelos salões com um ômega novo, embora mantivesse seus três amantes fixos.

- Foi Fernand, então?

- Não, Tristan. - afastou-se e passou as mãos pelos cabelos. - Por que está assim? Nunca foi de cobrar satisfação e agora vem me querer explicações?