15. Derrière Des Barreaux

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Sem desespero! A att chegou mais cedo!

Boa leitura❤️

⚜️

Harry mantinha suas visitas ao Palácio das Tulherias há dois meses, voltando a cada duas semanas e arriscando seu pescoço apenas para passar um tempo com Louis. Era setembro, pleno outono francês, e ele caminhava pelas ruas de Paris, suas pernas tremiam pelo frio e a capa grossa envolvia seu corpo coberto por duas camadas de casaco.

Passou na frente dos bordéis de sempre, seu coração acelerando ao notar como os homens ali desciam o olhar por seu corpo e o comiam com os olhos. Encolheu-se dentro do capuz e seguiu seu caminho, ignorando-os e lembrando que havia uma pistola carregada no cós de sua calça.

Ele andava em constante estado de alerta. Se antes da Revolução sua arma era uma adaga, naquela época de incertezas saía de casa com pelo menos uma pistola e uma faca afiada, caso fosse atacado. Depois do que quase aconteceu com Gemma, se recusava a sair desarmado.

Lembranças horríveis daquele dia ainda o perturbavam, não era raro olhar para um chão com grama e não se recordar do corpo morto do homem que banhava a terra com sangue quente. O homem de quem tirou a vida. Ele não costumava pensar muito no assunto para não enlouquecer, mas às vezes era inevitável.

Não havia contado a ninguém, nem mesmo a Louis. Não queria que ele o olhasse com aversão após saber que Harry matou dois homens, embora Tomlinson já tivera seus momentos de violência em Versalhes, principalmente quando invadiram o palácio.

Ele suspirou e se abaixou ao ver os portões do Palácio das Tulherias, reluzindo à luz da lua. Encolheu-se mais e cruzou a rua, indo para o local pelo qual costumava invadir, nos fundos. O guarda não o viu escondido e se virou para fazer a ronda. Harry aproveitou e escalou as grades como um gato de rua, pulando do outro lado e escorregando no chão do pátio, úmido pela garoa que banhava Paris naquela noite.

Ele se recuperou e caminhou instável para a porta da qual tinha roubado a chave em uma de suas vindas, tentando abrí-la. Assim que o fez, andou pelos corredores do palácio, mas foi interceptado por cerca de cinco guardas altos, fortes, alfas e armados até os dentes. Engoliu em seco e sorriu pequeno, virando-se para fugir.

Contudo, mais três guardas o fechavam por trás, cercando-o em seu domínio. O jovem ômega estremeceu e grunhiu, se sacasse sua pistola teria uma bala de mosquete em sua cabeça segundos depois. Se usasse a faca, jamais conseguiria atingir um deles com a baioneta em seu caminho. Harry respirou fundo e ergueu as mãos em rendição, naquela noite não tinha disfarce. Era apenas ele mesmo.

- Um invasor fajuto. - um deles riu nasalado e se aproximou do rapaz. - Achou que não íamos descobrir sua invasão?

Um pouco tarde, estou vindo aqui há meses, Harry pensou, mas nada disse. Ainda tinha o objetivo de manter a vida. Um nó se formou em sua garganta quando o guarda tocou seus ombros e braços à procura de armas, descendo as mãos pela lateral de seu corpo. Tirou a pistola do cós de sua calça e entregou a outro rapaz. Ele continuou a revistá-lo e apanhou a adaga que seu pai havia lhe dado há anos. Subiu a mão pelas coxas do ômega e apertou perto de sua virilha, a outra em sua bunda. Aquilo havia passado de uma revista para um desconforto enorme.

- Com ele na prisão teremos um pouco de diversão. - um comentou. - Podemos usá-lo como a puta das masmorras, sinto falta do aperto de um ômega.

Harry engoliu em seco, trêmulo com os toques em áreas que apenas Louis era autorizado a apertar e respirou fundo. Queria gritar um pedido de socorro, mas estava longe demais dos aposentos de seu alfa. Apenas fitou o homem que o tocava e o viu se erguer. Não demonstraria fraqueza diante daquela situação, mesmo que estivesse aterrorizado com o que aconteceria se fosse para a prisão do palácio.

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