Capítulo I.

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"Elena Gilbert nasceu em 1994, no Canadá, mas atualmente vive em Londres, mais precisamente na Westbourne Grove. Se mudou após solucionar o caso do assassinato de seus pais e colocar o criminoso atrás das grades. Sentia que precisava dar um ar novo em sua vida, e aquela cidade, aquele país lhe traziam lembranças que a prendiam em um passado tenebroso. Elena é uma detetive muito famosa pelos casos que soluciona, mas principalmente pela forma incomum com que os desvenda. Para ela, quanto maior o desafio e mais improvável a situação, mais divertido será solucioná-lo. Por ser uma mulher de uma beleza admirável e encantadora, é disputada pelos mais influentes homens da cidade. No entanto, seu verdadeiro amante se limita ao mistério. Prefere viver na companhia de seu bloco de notas e seus livros de conhecimentos específicos e irregulares." Esse é apenas um trecho. Mas e então, tenho sua aprovação?

— "Uma beleza admirável" e "disputada pelos mais influentes homens"? — pergunto em meio aos risos.

— O que? Não gostou? Bem, eu achei apropriado. — Emma dá de ombros e continua redigindo minha biografia em seu notebook.

— Claro que gostei, e aprecio muito que esteja escrevendo sobre mim e minha história, ainda mais quando acrescenta essas fantasias românticas!

É uma manhã fria de quarta-feira e eu não poderia estar mais satisfeita. Emma e eu estamos acomodadas na sala de estar esperando um cliente que virá por volta das nove horas. Aproveito o tempo livre que ainda tenho e dedilho algumas boas notas em meu velho piano, despertando o olhar da minha amiga, que agora me observa com a cabeça apoiada nas mãos.

— Sabe, me intriga muito você tocar instrumentos tão bem enquanto sua vida resume-se a desvendar crimes impossíveis e cuidar de seu borboletário particular. Digo, em que lugar dessa movimentada agenda está "aprender a tocar mais uma música triste no meu piano"? — pergunta Emma levantando-se da escrivaninha e sentando-se no sofá.

— Eu meio que adoro me manter entretida e com a cabeça funcionando. — Respondo com um sorriso, também me levantando e indo em direção a porta, abrindo-a para o cliente que acaba de tocar a campainha.

É um homem gorducho e de cabelos cor de fogo. Tem o rosto corado e apresenta-se ofegante. Convido-o a entrar e o homem logo assume um lugar no sofá. O cliente cumprimenta Emma com um movimento com a cabeça e a mesma retribui com um sorriso.

— Bom dia, srta. Gilbert. Muito obrigado por atender o meu caso, estou realmente desesperado e não prevejo ninguém sendo capaz de me ajudar senão você. — O ruivo começa a falar. Lhe ofereço um copo de água e o mesmo prossegue em sua fala. — Precisei vir até você pois o caso é um tanto quanto bizarro. Qualquer outra pessoa teria rido, mas sei que a senhorita obtém certo apreço por situações assim.

Concordo com a cabeça e percebo minha amiga observando-o e tentando desvendá-lo enquanto o homem bebe a água. Ela olha para mim como se pedisse alguma direção.

— Bom, além de parecer óbvio que ele tenha feito trabalhos braçais em algum momento, pertença à Maçonaria, tenha escrito muito ultimamente e que esteve na China, eu não tenho mais o que deduzir. — digo.

O sr. Wilson se levanta um pouco do sofá e me olha com espanto, intercalando seu olhar para Emma, que olha para baixo balançando a cabeça e sorrindo.

— Como é que você sabe de tudo isso srta. Gilbert? — pergunta. — Como é que sabe, por exemplo, que fiz trabalhos braçais? Eu realmente fiz. Estou reformando uma loja em meu bairro.

— Pelas suas mãos, sr. Wilson — respondo. — Sua mão direita é maior e mais calejada que a esquerda. E seus músculos estão mais desenvolvidos.

— Certo. E sobre a Maçonaria?

— Isso não foi nada absurdo. Mesmo sendo contra as regras de sua ordem, o senhor usa um compasso e um arco no alfinete da gravata.

— É verdade, não me lembrava disso. E quanto ao negócio de escrever?

— Bem, o que mais explicaria a manga esquerda gasta, especialmente na parte do cotovelo onde apoia na mesa?

— E sobre a China?

— Você tem um peixe cor-de-rosa tatuado em seu pulso. Fiz um breve estudo sobre marcas da China e essa em específico tem um significado que só quem passou por lá tem conhecimento da profundidade ao ponto de tatuá-lo.

O sr. Wilson começa a rir e enxuga uma pequena lágrima que escorre.

— Ora, ora... parece que confiei na pessoa certa. — O homem ergue-se no sofá e retira do bolso do paletó um jornal e começa a procurar um anúncio. — Se me permitem, senhoritas, gostaria de apresentar-lhes um dos casos mais estranhos que vão ver.


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Oi, gente! Essa é minha primeira história e fico muito feliz em poder fazer sobre esse tema! Espero que gostem e me passem um feedback, ajuda muito! Me digam o que acharam e se devo postar o próximo capítulo. 💛

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