[12] WHISKEY SOUR

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⚠️ Se sensível a conteúdo de cunho dramático, por favor não leia [12.5]. Vá direto para o final.⚠️

Músicas

AWAKE ○ MIRRORS ○ THE SCIENTIST ○ ou qualquer uma que faça o seu coraçãozinho derreter!

É D I P O

O restante do caminho passou sem contratempos. Namjoon foi dirigindo, seguindo a orientação que com sorte seria exata, vinda do aparelho de GPS. Eu não fazia a mínima idéia se quer de qual era a cor da casa do meu "pai" se é que pode ser chamado assim, ainda mais se tratando de outra cidade, mais precisamente a cidade vizinha.

- Se você não conhece a localização da casa do teu pai, como foi que você conseguiu o endereço? - Taehyung perguntou do banco da frente enquanto comia um chocolate que ele tinha trazido e jurado que não compartilharia um pedaço se quer.

- Eu liguei para a esposa dele... - Respondi sem muito interesse, visando a estrada vazia correr pela janela.

- E vocês são cordiais? - Jungkook se introduziu no assunto, tocando a minha mão de leve. Estávamos ambos no banco traseiro do veículo.

- Cordiais soa meio hostil... nós temos algum tipo de... - Parei, medindo as palavras que eu deveria dizer. - Familiaridade. - Comentei sentindo um amargor no fundo da garganta.

- Ela é uma boa pessoa? - Kook continuou e eu olhei para si antes de responder.

- Eu não sei exatamente, mas é ela quem liga para saber sobre o aluguel. Fora isso, o nosso contato é nulo, sendo assim, seria erro meu dizer algo sobre a personalidade dela.

- Entendi... para falar a verdade, sempre que nós nos encontrávamos quando eramos crianças, você estava sozinho, ou com o Tae. - Eu e Taehyung assentimos, sabendo do que ele falava. - Sem querer ser indelicado... mas, desde quando você está sozinho?

Eu poderia e provavelmente me aborreceria com esse tipo de pergunta, mas era o Jungkook.

- É-... para falar a verdade eu não sei bem. Quando a minha mãe faleceu ele vendeu o estúdio dela e aí fechou um contrato de um ano naquela espelunca. Era estranho, para falar a verdade ele ia e voltava o tempo todo, às vezes ficava horas, às vezes sumia durante dias... - Respondi baixo, tão baixo que se fosse qualquer um deles três eu mal poderia ouvir.

- E aí? - Disse me instigando a prosseguir. - Como foi depois?

- Esse tipo de situação durou cerca de dois ou três anos, ele não era mais de muito afeto e nem nada desse tipo. - Eu tinha completa atenção deles, ao mesmo tempo que Nam dirigia ele me olhava pelo retrovisor às vezes. - Quando eu fiz dez anos de idade, nós já até nos conhecíamos... - Disse olhando para Jungkook. Namjoon, Taehyung e eu convivíamos desde o pré. - Ele me disse que precisava ir e que dessa vez ele demoraria mais para voltar... - Terminei olhando para baixo, para as minhas mãos que repousavam sobre o meu colo.

- Quanto tempo ele demorou?

- Ele não voltou. - Falei sincero, sentindo aquela sensação sólida de solidão sobre o peito, essa que me acompanhava sempre que eu me lembrava do passado. - Bom, ele demorou um mês na verdade. E depois ele demorou dois. E depois três, até chegar a um ponto que ele só falava comigo por telefone ou quando vinha até aqui para me entregar o dinheiro do que eu precisasse.

- Chim, eu não sabia. Isso é... horrível. - Nam disse. Taehyung já sabia de tudo.

- É cruel. - Taehyung disse revoltado.

CABARETOnde histórias criam vida. Descubra agora