[18] CAIPIRINHA

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ELES.

- Eu também... - Digo tímido, desviando o olhar de si.

- Também? - Ele sorriu, levantando o meu queixo levemente, usando o polegar e o indicador.

Assinto leve e ele da um sorriso soprado, mostrando os dentinhos da frente, exatamente como um coelhinho faria.

- Também o quê? - Ele disse outra vez. Seus olhos cor de caramelo escuro me esquadrilharam da cabeça aos pés.

- Eu também te amo, bobão. - Disse meio sério, meio rindo, batendo de leve em seu peito.

- Desculpa, é que eu ainda não estou acostumado a ouvir isso de você. - Ele coçou a parte de trás da cabeça levemente.

- Eu também não estou acostumado a dizer... - Ele ergueu uma das sobrancelhas com um sorriso moldando os lábios. - Não em voz alta.

- É estranho...

- O que é estranho? - Desta vez fui eu quem ergui a sobrancelha.

- Querer tanto você... acho que estou acostumado com o Jimin fujão. - Ele deu de ombros.

- Se quiser eu fujo. - Brinquei, e ele arregalou os olhos na hora.

- Não! Não faz isso não! - Revirei os olhos quando ele passou um dos braços longos pela minha cintura, me prendendo a si como se eu fosse realmente fugir a qualquer instante.

- Fala sério cárcere privado, eu não vou a lugar algum. Relaxa. - Falei me desvencilhando de si minimamente. - Nesse andado eu não vou conseguir respirar.

- É que eu te amo. - Ele repetiu com um sorriso. E eu ri de volta, sentindo a sua diversão em dizer essas palavras o tempo todo.

Mantive meu olhar em seu rosto por alguns instantes, e ele ficou com uma expressão cômica de quem faz coisa errada.

- Eu vou continuar repetindo, pode ir se acostumando. - Ele me prendeu outra vez, me tomando parte do ar.

Meus ombros caíram com a sensação de derrota. Não adiantava eu lutar contra.

- Jimin. - A voz de Helena veio do nada, eu nem havia reparado a sua chegada.

- Sra-... - Ela fechou o semblante, cruzando os braços levemente. - Helena... - Me corrigi a tempo de ela desfazer a cara feia, que deu lugar para um sorriso, mas isso não iria fazer com que eu me desfizesse do hábito de chama-la de senhora. Era um costume.

- Como você está meu bem? - Ela perguntou segurando a minha mão de leve.

- Eu estou bem... - Dei de ombros. - Só queria ter o meu irmão aqui.

- Cada coisa em seu próprio tempo Jimin. Ele apareceu quando foi necessário, e vai voltar quando tiver de voltar, aposto que você não vai nem perceber. - Disse tranquila, com um ar maternal do qual eu não desfrutava a tempos.

- Difícil pensar assim, quando tudo o que eu tive foram alguns minutos. Eu pensei que estivesse acostumado com a sensação do vazio, digo... da família, a senhora sabe. Mas agora, eu já sinto como se tivessem arrancado uma parte de mim.

Ela pareceu se comparecer de minhas palavras, abrindo os braços para mim.

- Jungkook! Larga ele um pouco, parece cachorro de rua. - Ela disse e ele me largou a falso contragosto. - Hora, venha aqui, coisinha mais fofa. - Ela sorriu, e eu não perdi a oportunidade de me aninhar em seus braços, sentindo seu perfume doce adentrar as minhas narinas. - Vocês vão se encontrar, você vai ver. - Afagou os meus cabelos.

CABARETOnde histórias criam vida. Descubra agora