[25] PENICILLIN

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Pode até ser que ninguém entenda o que aconteceu, mas eu posso e vou explicar. Talvez tentar.

No exato momento em que caímos ofegantes na cama foi como se um caminhão me atropelasse, sem deixar tempo para que eu lesse a placa.

Nós tomamos um banho rápido, regado a beijos e carinhos, mas em silêncio. Eu dormi logo, a tempo de sentir Jungkook me aninhar em seu peito.

Quem diria que de um dia tão merda, viria uma noite tão incrível? Se soubesse, teria poupado as lágrimas. E apesar do sono extremamente agradável, e da serotonina estar a mil dentro de mim, o baque do sol da manhã veio para nos acordar, e com isso, eu fui esmagado contra Jungkook, que me abraçou apertado, forçando o meu corpo contra o seu.

- Bom dia meu amor... - Ele disse com a voz grossa pela noite bem dormida, e o tom carregado de sono. Deixando um beijo leve no topo dos meus cabelos.

- Bom dia... - Respondi baixo, me esticando e me virando para a parede, na intenção de voltar a dormir, porém tal vontade se foi no momento em que senti o seu peso abandonar o meu lado e ouvi seus tornozelos estralando ao tocar o chão. - Onde vai?

- Ao banheiro anjo. Ainda é muito cedo para você ser obrigado a sentir o meu bafo. - Brincou e eu ri, de olhos fechados, me virando de barriga para cima, e vendo o sol tomar conta de tudo aos poucos.

Sua figura caminhou lentamente, e eu vi uma bunda redondinha indo até a geladeira.

Fiz um biquinho, admirando a sua figura alta e magra, com a bunda redonda e durinha, com uma marquinha sutil em cada nádega, devido aos exercícios físicos que ele pratica desde cedo.

- Huh... sem intimidade para bafo, mas não para ver a sua bunda pela manhã... - Apontei, vendo ele rir soprado.

- Algo assim. Você quer que eu me vista? - Eu dei de ombros, mas ele estava de costas e não poderia enxergar.

- Não é como se você fosse ruim de ver pelado.

- Pois fique à vontade, é tudo seu. - Disse fechando a geladeira e indo até o banheiro, onde as suas coisas estavam instaladas a alguns dias. - Eu vou escovar os dentes e lavar o rosto, e depois vou até a padaria no final da rua, pode ser? - Disse de lá de dentro, fazendo uma barulhada de coisas caindo.

- Se sobra casa para você voltar, não é Detona Ralph? - Me sentei na cama, me espreguiçando e fazendo menção de me levantar, falhando miseravelmente quando minhas pernas bambearam e eu caí de volta no colchão.

Eu arregalei os olhos e cocei a parte de trás da cabeça, sentindo um pouco de surpresa.

- Tem alguma coisa em específico? Digo, que queira comer hoje? - Ele chegou ao batente da porta, vestindo uma cueca branca e com a boca cheia de espuma.

- Huh... - Murmurei, ignorando a dor na bunda, e a estranha sensação de que talvez eu estivesse cheio de ar. - Essa cueca é minha seu coreano maldito.

Ele riu, olhando para baixo e dando de ombros.

- Problema é seu. - Disse entrando de volta no banheiro, e eu fiz um esforço necessário para me levantar.

Choraminguei, vendo ele se aproximar, com um sorriso no rosto.

- Qual foi tampinha? - Ele riu, passando os braços ao meu redor.

- A minha bunda dói.

Jungkook me abraçou risonho, seu porte me fazendo parecer pequeno com os meus meros um metro e setenta e quatro.

Eu me separei dele, caminhando emburrado até o banheiro, iniciando a minha escovação.

- Você quer me dizer alguma coisa? - Seu tom sínico me fazia querer agredi-lo até a vida abandonar o seu corpo.

CABARETOnde histórias criam vida. Descubra agora