[6] COSMOPOLITAN

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Músicas que eu recomendo para o final do capítulo: Haunted - Beyoncé, Yoncé - Beyoncé, Gangsta - Kehlani, Back to Black - Ami Winehouse.

Tenha uma ótima leitura!!

● WELCOME TO CABARET ●

- Levanta! Caralho. - Era a voz de Taehyung, que pedia impacientemente, tentando me puxar da cama contra a minha vontade, na matutina e odiosa manhã de quinta-feira.

- Eu não vou! - Falei, me encolhendo como uma bola afim de me esconder da sua fúria.

- Jimin, isso já foi longe demais, não acha? - Taehyung dizia, enquanto andava de um lado para o outro, arrumando o meu quitinete. - Já fazem três dias que você se escondeu nesse lugar! Tem um mundo lá fora, sabia? - Ele disse, abrindo as cortinas da minha moradia antes escura, fazendo-me sentir como um vampiro exposto a luz do sol pela primeira vez.

- Ah! A luz, meus olhos, acho que eu fiquei cego. - Reclamei dramaticamente com o travesseiro no rosto. - Foda-se o mundo lá fora, eu tenho macarrão instantâneo.

- Macarrão não é nutritivo, e muito menos eterno, uma hora você vai ter que sair desse lugar.

- Taehyung, dá para sentar? Parece até a minha mãe. - Eu falei, vendo ele me olhar com cara de revolta pura.

- Alguém precisa fazer esse papel não é? Caso contrário você resolve viver em um chiqueiro! - Ele foi em direção ao banheiro. - Por acaso você só limpa o benheiro?

- Na verdade eu tenho mania de limpeza com o banheiro, e com a cozinha... - Arregalei os olhos, vendo o garoto carregando as roupas que estavam espalhadas pelo chão para o nem jeito. - Espera aí, onde é que você pensa que vai com isso querido?

- Se pudesse eu ia para uma clínica de desinfecção, mas como agora não dá, eu só vou colocar esse lixo todo para lavar. - Falou desdenhoso, carregando tudo consigo.

- Ei! Calma aí cara, tem roupa limpa aí! - Saí correndo, atrás dele que também correu na direção oposta, levando as roupas consigo.

- Que nojo Park Jimin o seu quarto fede! E você também! Quantos dias faz que você não penteia o cabelo? Tá parecendo o Capitão Caverna. Se continuar assim vou acabar te achando morto, e vai acabar sendo enterrado como indigente, porque com esse cabelo ninguém merece, irreconhecível. - Ele disse me jogando uma blusa. - Eu não acredito em você, que nojo.

- Tá bom, essa estava suja. Mas tem coisa limpa aí! A lavanderia é cara sabia? - Perguntei sentindo o desespero de ver o meu precioso dinheiro, - que por sinal está contado, já que eu sou uma pessoa desempregada - ir direto para o ralo. - E vê se larga o meu cabelo, é que eu estou em programa secreto de proteção a testemunhas

- Eu não ligo, lava lá em casa. - Ele disse fazendo uma careta de desgosto para mim, ou mais precisamente para o meu estado. - Eu estou começando a ter dúvidas, será que você morreu? E isso é só uma experiência pós morte? - Falou se virando levando as roupas.

- Taehyung me da essa roupa agora! - Eu disse, em um surto de adrenalina jogando um pé de sapato qualquer que estava pelo chão nele.

Seu corpo se virou para mim sob seus calcanhares, lentamente, posso afirmar com todas as letras que eu me senti em um filme de terror quando ele me olhou com aqueles olhos de serial killer.

CABARETOnde histórias criam vida. Descubra agora