[7] CUBA LIBRE

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RAIOS, ROSAS, BEIJOS E MUITO MAIS.

- Seja muito bem-vindo ao Cabaret meu bem, você pode me chamar de Jin. - O cara alto falou, esbanjando charme, e poder. Os seus dedos eram repletos de joias, assim como os brincos das orelhas.

- O-obrigado, mas Jin não soa muito anti profissional? - Eu perguntei, voltando os meus olhos para qualquer canto que não fosse o seu belo rosto, que agora fazia uma expressão de desentendimento.

- Profissional? O que quer dizer com isso? - Ele perguntou, com o cenho franzido, olhando para o garoto ao meu lado.

- Exatamente isso, tipo, eu quis dizer... íntimo... - Disse, tropeçando em minhas próprias palavras a cada segundo, ele deu cerca de três passos leves, caminhando até parar bem próximo, e talvez eu tenha hesitado um pouco ao vê-lo se aproximar.

- Você não precisa ter medo de mim, meu anjo. Quem você tem que temer paga muito bem para comer e beber por aqui. - Ele explicou, tocando o meu queixo e o levantando de leve. Os seus olhos escuros poderiam causar arrepios até na pessoa mais cheia de si, era como se penetrassem por dentro. - Olhe nos meus olhos enquanto eu falo com você. - Ele disparou, calmamente, com um sorriso leve nos lábios.

- Nós não servimos comida aqui Sr. Kim... - Hope se pronunciou pela primeira vez desde o início do diálogo.

- Ah, eu me esqueci disso... - Ele sorriu galante de uma forma sexy, mostrando dentes quase reluzentes de tão brancos por trás dos lábios cheios. - Mas vocês me entenderam. - Sorriu, com o duplo sentido da frase, piscando um dos olhos, e se virando, dirigindo-se para a beira daquele "camarote" se é que podemos chamar assim.

Ao longe, várias pessoas acenavam para o mesmo, incessantemente, como se disputassem por um segundo se quer da sua atenção; deve ser preciosa.

- O cara parece até uma celebridade. - Eu sussurrei para o garoto ao meu lado, que assentiu concordando.

- E ele é, o cara é uma lenda por essas bandas. Tudo o que o pai dele deixou foram dívidas, era um homem de apostas e também era quem o Sr. Kim mais admirava no mundo todo, mas infelizmente não conseguia manter um centavo se quer nos bolsos levando em pouco tempo a família deles, que era muito rica, direto para o buraco; foi falência declarada, eles perderam tudo, a casa, o carro, a empresa, e o nome. Tudo o que lhe restou foram a família e a própria vida. E ainda assim continuava um apostador dos piores, não acertava uma, ao mesmo tempo em que não desistia. - Ele fez uma pausa, como se analisasse a situação, olhando para o mais alto, de vez em quando, de longe. - Depois de algum tempo nesse mundo, o pai dele foi assassinado, por dívidas. Perdeu uma das únicas coisas que tinha, a vida.

- Caramba... - Eu permaneci parado, apenas absorvendo, enquanto assistia ao outro mais a frente, dividindo da forma mais injusta a sua preciosa atenção, parecia sempre deixar os outros querendo mais. - E aí? - Questionei curioso.

- Aí é que entra a sua mãe, ou mais tarde e mais precisamente, A primeira domadora de coiotes que esse lugar já viu. Depois de perder tudo, por culpa do marido falecido, ela conseguiu investir as suas últimas economias em um bar...-

- Em um boteco, você quis dizer. - Sr. Jin continuou o assunto dando ênfase em "boteco", cortando Hoseok no meio da frase, ao mesmo tempo em que eu não percebi que o mesmo prestava a mínima atenção no nosso diálogo, considerando que nós falávamos em tom bem baixo.

- Jin... me desculpe, é que... - Hoseok tentou contornar a situação nervoso, mas contrária a feição de Hope, o rosto de Kim estava completamente sereno além de sério, com uma pitada de interesse e um sorriso irônico de acabar com qualquer um.

CABARETOnde histórias criam vida. Descubra agora