[24] BELUGA

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O livro tem uma nova playlist no Spotify, recomendo que ouçam: "CABARET, JKJM2."

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O estúdio estava silencioso outra vez, assim como da última vez em que pisei aqui.

Os sentimentos me deixavam com uma sensação de desamparo sem igual.

No final das contas eu joguei tudo pro alto, e fiz exatamente o que todos disseram. Era como se... eles estivessem certos.

Eu fiz tudo errado. E a única coisa que eu poderia fazer, era admitir.

À beira do palco, me sentindo vulnerável eu consegui ouvir uma voz suave e feminina. As notas intensas do piano ecoavam pelo ambiente, como exercícios vocais tecendo-se através das cordas do piano. A mulher estava quase sussurrando, mas ainda cantava.

Era de uma beleza perturbadora. Então eu fechei os olhos, deixando os sons invadirem o meu coração e a minha alma.

Senti o toque frio do pole em minha mão quando dei passos leves ao redor do mesmo. Os meus pés se moveram sozinhos, assim como quando saltaram, me dando impulso para girar ao redor do mastro por um instante.

A adrenalina me invadiu, misturando-se com a angústia em mim.

Havia algo de dolorosamente perfeito nisso. Trágico.

Naquele momento, jurei a mim mesmo que não iria me impedir de sentir aquilo. Eu me permitiria gostar de mim mesmo do meu jeito, e aquele era um jeito. O melhor jeito.

Talvez não substituísse o "Eu te amo para sempre." com o qual eu sempre sonhei.

Mas talvez fosse o, eu me amo para sempre. Com falhas e tudo.

"Para sempre" era algo sagrado, que aconteceria no momento certo, ainda que fosse comigo mesmo.

Era muito difícil ter expectativas e dar expectativas para outra pessoa. Principalmente quando elas são suscetíveis a mágoa.

Pensei em Jungkook e em como sentia sua falta. Ele provavelmente deve estar me odiando agora.

A situação com Kwon me deu uma nova perspectiva sobre o nosso relacionamento. Me mostrou que eu gastei tanto tempo tentando não amá-lo, que eu me perdi, tentando desesperadamente proteger a mim e ao meu coração de sentir coisas que outra pessoa não queria que eu sentisse.

Me preocupando em proteger os sentimentos de outra pessoa das consequências dos meus sentimentos. De tanto tentar ter controle sobre tudo, eu perdi o controle.

Não deu certo, porque eu o amo. Do meu jeito.

E talvez ele deixe de me amar, ou talvez não. Mas eu não poderia mais me dar o luxo de esconder a verdade.

Ele foi a única pessoa capaz de me fazer questionar se aquele amor não seria do tipo "para sempre".

Esse pensamento me fez ter certeza de do motivo de eu ter partido.

Eu não podia dizer que fui honesto com ele em nenhum momento.

Eu estava tão feliz de estar com ele, que preferi ser egoísta e esconder tudo, porque não queria perder aquele momento. E de tanto querer, perdi ele.

CABARETOnde histórias criam vida. Descubra agora