• Capitulo 44•

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    A adrenalina é um hormônio produzido pelo nosso corpo em situações de medo, estresse, ou até mesmo excitação. Ao ser liberada no organismo, é como se perdêssemos a noção do que está acontecendo. É como se perdêssemos o tato das coisas ao nosso redor. Ela te deixa atenta a tudo, como se a qualquer momento tudo fosse acabar.

     E naquele momento, tudo poderia acabar. Você até deve estar pensando: "Millie, são só três palavras. Fale logo!"

Exatamente. São essas malditas três palavras que me amaldiçoam desde que eu o beijei pela primeira vez. São essas malditas palavras que me assombram sempre que penso nele. Está na hora, Mills.

A vida é feita de escolhas. Sim ou não. Entrar ou sair. Subir ou descer. Mas também há escolhas que fazem total diferença. Ser um herói ou um covarde. Lutar ou desistir. Amar ou odiar. Viver ou morrer. E agora eu preciso de uma dessas escolhas.

- Finn. - seus olhos estavam me dizendo algo. Me diziam que ele me amava. Senti a culpa cair sobre mim, mas não dava. Eu travei.

Ele se levantou, enquanto limpava uma lágrima que caia em sua pele branca. Meu coração partiu em milhares de pedacinhos.

- Finn. Finn, volta aqui. - as lágrimas ardentes caiam sobre minhas bochechas, queimando, junto a toda esperança que eu tinha naquele momento. Ele foi até a porta, me ignorando completamente. Corri até Wolfhard, puxando-o para fora de casa. - Finn...

- Millie. - limpou minhas lágrimas com as costas das suas mãos, sorrindo, em meio a tantas lágrimas. - tá tudo bem. As vezes não importa o quanto você ame alguém, porque as pessoas não podem te amar na mesma maneira e intensidade.

- Não. Não. Não. Você entendeu errado Finn. - fecho os olhos para limpar meu rosto molhado, e quando abri-os novamente ele já estava virado de costas.

- Millie. Só uma coisa. - eu estava aos prantos. As lágrimas estavam fazendo uma corrida pra ver quem chegava primeiro ao chão. Não consegui dizer nada, pra variar. - certo - fungou. - Eu te amo, Mills.

Ele se virou e foi. Saiu. Tudo tinha acabado, em uma fração de segundos meu último ano partiu.

- ele foi embora. - abri a porta devagarinho.

- céus Millie! Você está vermelha. - Jade correu até mim. - o que aconteceu?

- ele vai pro Canadá por minha culpa. - meu olhar estava vazio, se concentrando em absolutamente nada. - porque eu não falei que o amava.

- você o que? - disse indignada.

- não falei que o amava. - sussurrei para mim mesma.

- e você o ama? - balancei a cabeça afirmando. - Millie, - segurou minhas mãos. - quando você ama alguém, e tiver certeza disso, fale pra ela. Fale a verdade, mesmo se estiver com medo de não ser a coisa certa. Mesmo se estiver com medo de causar problemas, e que tudo desmorone, você tem que falar, alto. Se não tudo perde o seu valor. Toda sua história com ele pode perder valor.

- Jade. - chamei receosa. - pega... pegue a chave do carro. Temos que ir pro aeroporto.


   
[• • •]


Finn POV.

Por algum motivo eu ainda estava com medo. Eu ainda não tinha aceitado o fato de que estava indo embora de vez. Mas é bom estar com medo, não é? Porque significa que eu ainda tinha algo a perder. E eu estava acabado. Saber que Millie realmente não me amou foi a coisa que mais me doeu em toda minha vida.

Nick já estava na fila para o embarque do voo. Ele perguntou o porque da minha cara vermelha mas eu nem fiz questão de ter respondido.

- FINN! - uma voz bem baixinha sopra em meu ouvido. Nem uma hora sem a presença dela e já estava louco. Não me permiti olhar pra trás e ter a decepção de não ser ela. Não queria chorar na frente de todos como um covarde que nunca foi amado.

- FINN! - não me movi. Nem tive coragem. A voz estava mais forte. - Finn.

Era ela. Ela veio atrás de mim. Seu rosto estava inchado por conta das lágrimas. Meu coração parecia pular em meu peito.

- Millie? O que tá fazendo aqui?

- Sentimentos. Deus! A verdade é que por muito tempo eu tinha esquecido de como eram. Eu estive presa em um lugar; numa caverna. Uma caverna escura e funda. E aí eu fui até aquela festa idiota do Jack e você entrou na minha vida. Pela primeira vez em muito tempo eu comecei a sentir as coisas novamente. Comecei a me sentir feliz. Me sinto feliz toda vez que te vejo, ou quando escutamos alguma música dos anos oitenta. E eu não quero que as
coisas mudem Finn. Acho que é por isso que eu vim até você. Para talvez evitar essa mudança. E Finn; eu te amo. Eu nunca amei alguém ou algo com tanta intensidade como eu amo você. Então se quiser ir, pode. Mas fique sabendo que eu amo você, com toda minha alma.

Seu peito subia e descia. Eu observava tudo atenciosamente. Cada movimento era precioso.

- não sai daí. - mandei.

Corri até onde meu irmão estava. Tinha que ser inteligente pelo menos uma vez na vida. Já estávamos quase entrando no avião.

- pode ir entrando, eu vou no banheiro. - o alertei e fingi ir até o mesmo, olhando de vez em quando até ter certeza de que estaria dentro da máquina. E quando tive certeza, corri até a pessoa que realmente importava. A única pessoa que me importava na vida.

- achei que ia me deixar mesmo. - sorriu quando puxei-a correndo para que pudéssemos sair dali o mais rápido possível. - espera! E suas coisas? - parou no mesmo instante que pisamos o pé pra fora do local.

- relaxa. - selei meus lábios aos seus - eu te amo.

- eu te amo. - negou com a cabeça.

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Sim bem clichê

ᴛʜᴇ ᴅᴀʀᴋ sɪᴅᴇ ᴏғ ʀᴇᴅ - ғɪʟʟɪᴇ Onde histórias criam vida. Descubra agora