Capitulo 16

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A chuva, assim como meus pensamentos, parecia não cessar. Finn foi tomar banho e eu fiquei mexendo no meu celular, verificando alguma mensagem de Sadie, procurando assunto para o trabalho que tínhamos que fazer, esperando ligações de Jade, e etc.

A verdade era que eu não falei com Finn sobre eu ficar na casa dele. Além do mais que eu nem conheço seu pai, e sequer nem o conheço  suficiente para saber se ele aceitaria ou não. Porque se ele não aceitar, vou morar na rua. Minha perna balança freneticamente contra o chão do seu quarto quando vejo ele saindo do banheiro. Pela minha sorte vestido, já vi coisa de mais hoje.

- eai - ele chama, guardando umas coisas que estavam espalhadas em seu quarto

- eai - digo nervosa - Finn?

- hm - me olha.

- eu não sei como pedir isso, mas lá vai - suspirei - eubrigueicomaminhairmãeagoranãopossomaisvoltarpracasaentãopossopassarofimdesemanaaqui? - coloquei as mãos no rosto, já devia estar um tomate.

- Você quer ficar aqui? - eu apenas afirmo com a cabeça - tudo bem.

- o que? - pisco algumas vezes. Ele havia mesmo aceitado?

- meu pai só vem pra casa na terça. E eu sei que você está em uma situação difícil na sua casa. Fica tranquila. - sorriu no final da frase.

- ah sim, tranquila. - suspirei

[• • •]

- Fiiiiiinnnnn - chamei pela milésima vez

- mulher, pra de falar, eu to tentando me concentrar! - disse revirando os olhos quando perdeu a partida no videogame.

- Finn, querido, já são nove da noite de uma sexta feira e precisamos fazer o trabalho.

- relaxa, ainda temos amanhã e domingo para fazer. - falou na maior tranquilidade

- como você pode estar tão calmo? Eu te juro que se tirarmos um zero, você vai ser um pateta morto! Eu sou bolsista! Não posso nem em sonho tirar uma nota a - paro de falar quando ele chega muito perto de mim.

- você fica uma gracinha quando está brava, sabia disso? - apertou minhas bochechas e eu dei um longo suspiro me segurando para não bater na linda cara de Finn Wolfhard.

- pare de dar em cia de mim! eu só não vou embora, porque não tenho pra onde ir! - finquei os braços

  Vi ele ligar a TV e trocar de canal inúmeras vezes. Depois de um longo tempo discutindo comigo sobre o que assistir, eu finalmente pego o controle da mão dele e coloco na Netflix.

- agora quem decide o filme sou eu!

- ey! Minha casa, minhas regras! - tentou roubar o controle das minhas mãos, me fazendo conseguir desviar todas as vezes. Até que ele apela para a tortura mais horrível de todas: a cosquinha!

- ah não Finn! Isso não valeeeeee - me contorcia em suas mãos, até ele pegar o controle de volta. Isso não pode ficar assim!

    Me dou por vencida temporariamente até ele se acalmar. Quando ele sai da Netflix eu pego o controle de novo e coloco de novo na plataforma.

- ei! Sua descarada! - ele grita e pega o meu pulso. Eu jogo o controle para a sua cama. Olhamos para o mesmo e nos entreolhados depois. Saímos igual doidos em busca desse controle. Mas ele chega mais rápido. Malditas pernas de poste!

- Finn, deixa eu escolher um filme! Porfavorzinho! - eu peço logo depois de ver ele comemorar vitória por conseguir chegar mais rápido na cama. - eu te garanto, que você nunca viu esse filme antes!

ᴛʜᴇ ᴅᴀʀᴋ sɪᴅᴇ ᴏғ ʀᴇᴅ - ғɪʟʟɪᴇ Onde histórias criam vida. Descubra agora