Capitulo 20

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     Duas semanas depois

Passei a ver mamãe com frequência no hospital. Ela estava melhorando, e muito. Consegui falar "jayjay". Esse era o apelido de Jade quando meu pai ainda estava em casa. Os médicos disseram que ela tem grande chance de perder uma pequena parte de memória, já que teve um AVC, e não um ataque cardíaco. Bom, o ataque levou ao AVC. Por isso o apelido.  Terça ela acordou na madrugada e me perguntou onde ele estava, onde meu pai estava. Não sabia o que responder. Mandei voltá-la a dormir e ela assim o fez. 

   Na faculdade não falei com Finn. Já estavam se espalhando boatos sobre o acontecimento de sexta. Expliquei pra ele o que minha mãe está passando e ele entendeu perfeitamente. Ele sempre entende. Confesso que estava sentindo falta dele na minha rotina. Mas era melhor assim.

Sadie veio a aula. Fingiu que eu não existia, como o previsto, e voltou a andar com outras pessoas. Isso doía. Isso dói. Ver sua melhor amiga com outras pessoas, faz parecer que eu não fui o suficiente. Mas quem estava errada era eu. Então eu merecia.

Lanchei sozinha todos os dias dessa semana. Wolfhard e seus amigos se ofereceram para se sentar comigo no refeitório. Contanto, recusei. Não queria deixar Sadie mais triste, e não precisava de um ato de caridade. Mas em todos os almoços e intervalos fiquei falando com Finn por mensagens.

Conversei com Jade sobre papai. Ele não veio nos procurar. Duas semanas e ele não havia nos procurado. Ele sabia que era eu aquele dia. Seus olhos me disseram. A preocupação em seu rosto, eu sabia que ele sabia. Ah, decidimos falar para Ava que mamãe ia ficar no médico por alguns dias para umas consultas simples. O que não era totalmente mentira. E o pior é que esse sentimento não saia de mim. Essa tristeza, essa falta de esperança. Cansei.

Me peguei roubando de novo. A vítima foi Lily James, ela fazia um curso extra comigo. Como sempre, ninguém percebeu. Mas dessa vez eu senti a culpa se instalando em minhas costas. Ele estava me fazendo parar. Porque eu estava, de alguma maneira, ocupada com ele. Foi Finn que abriu meus olhos.

Me aproximei bastante de Noah, nos viramos bons amigos. Ele tem me ajudado bastante.


[• • •]

Uma semana depois


Ouço batidas na porta, ao meio da aula da Sra. Montgomery. Todos se calam, inclusive a professora. Franzi o cenho quando vi quem era. O que ele estava fazendo aqui? Ele não tinha treino?

- com licença, me desculpe atrapalhar a sua aula, Sra. Montgomery, mas Millie Bronw está sendo chamada na secretaria. Mandaram levar todo o material. - a professoras logo me liberar eu sem entender vou em direção a porta. Vejo o olhar acusado de Noah ao meu lado para seu amigo, a porta.

- porque me chamaram na secretaria? - fui direta.

- vem comigo - Finn pega meu braço e se certifica se não há nada ou ninguém naquele corredor. O cheiro de perfume masculino do garoto a minha redondeza adentra em minhas narinas, e não economizo em inspirar fundo.

O cacheado me direciona até uma porta branca. O que estava acontecendo?

- entra aí - ele me apressa, parecia com medo. Eu estava com medo.

- como vou saber que você não vai me matar? Não era para eu ir até a secretaria? - ele revira os olhos enquanto abre a porta e me puxa para dentro. Um pequeno sofá marrom, um bebedouro e uma pequena máquina de fazer café. Era a sala do treinador.

- o que estamos fazendo aqui? - eu digo colocando minha mochila no chão. Acho que comecei a entender suas intenções.

- você é muito lerda, Brown - murmura enquanto coloca uma de suas mãos em minhas bochechas. Me puxa para um beijo e eu arregalo os olhos, mas, curiosamente, correspondendo.

- você ficou louco?

- relaxa. - foi a única coisa que ele disse antes de voltar ao que estava fazendo. Dessa vez com mais precisão e rapidez. Ele inverte as posições e segue andando para trás, até cairmos no sofá.

Eu, sentada em seu colo, e ele, com suas mãos passeando pelo meu corpo. Sua boca, que estava me proporcionado os melhores beijos, agora estava fazendo outro trabalho em meu pescoço.

- vão entrar aqui - digo com uma voz abafada por conta de um pequeno gemido abafado. O moreno nada diz. - se nos descobrirem, estamos expulsos. - nada novamente - você está ouvindo o que estou dizendo? - me afasto dele e o vejo revirar os olhos.

- sabe que horas são? - olho em meu relógio.

- 11:35, porque?

- das 11:25 até as 12:35 o treinador está dando aula, ou se masturbando no vestiário masculino. Ele não vem para sua sala nesse horário. E ninguém vai entrar aqui porque tem medo de encontrar ele se masturbando do lado da cafeteira. E mesmo que tentassem, eu tranquei a porta. - ele se dá por vencido e eu faço uma cara de nojo quando ouço sua historinha. - você precisa relaxar, esses dias tem sido estressantes pra você. - diz fazendo um pequeno carinho no meu braço.

- e a melhor maneira de relaxar é você me tirando de uma aula para ficar com a mão na minha bunda na sala do treinador? - digo irônica e ele dá uma risada nasal.

- você não reclamou até agora. - sorriu ao dizer isso.

Nossas línguas novamente se chocam é uma explosão de emoções começam em meu peito.

Finn pousa suas mãos em minha cintura e minha nuca, me trazendo mais para si. Eu desço os beijos para seu maxilar e pescoço, deixando mordidinhas e chupões.

- precisamos parar, não acha? - falo entre um espasmo e outro.

- você quer que eu pare? - ele me olha sério

- digo, eu não. Mas por Sadie. Já me sinto culpada o suficiente por tudo que aconteceu.

- ela nem sabe que estamos fazendo isso. Você não tem culpa de estar apaixonada por mim. - disse e se deu por convencido

- ah, coitado. Quem vê pensa, Teen Wolf  - me afastei de seu colo, me sentando no mesmo sofá. - ela tá me ignorando ha dias, sabe. - encostei minha cabeça em seu ombro. Era incrível como podíamos passar de um momento de tesão para um de puro aconchego. Isso era estranho.

- fala com ela. Conversa. Tudo se resolve em um bom diálogo. - me aconselhou, me olhando com queles olhos profundos, rodeados de sardas, com sua boca entreaberta. Percebo que sua boca ainda se move, mas não ouço nada.

- Mills? - diz e quando me dei por mim sua mão estava acariciando minha coxa. Automaticamente me arrepio. Esse era o meu ponto fraco. Ele já havia o descoberto pela minha reação.

- han?  Preciso ir. - por mais que eu não queira, era verdade. Preciso resolver as coisas entre mim e, a que costumava ser minha melhor amiga.

- certo. - respondeu assim que levantei, e fui em direção a porta.

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"E se eu soubesse que essa seria a última vez, teria sido diferente?"

ᴛʜᴇ ᴅᴀʀᴋ sɪᴅᴇ ᴏғ ʀᴇᴅ - ғɪʟʟɪᴇ Onde histórias criam vida. Descubra agora