capítulo 15

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- no que você precisa dar um jeito? - questiona quando estamos entrando na garagem da sua possível casa. Puta merda, que casa incrível. Tudo em tons de branco e preto. - ein? - percebo que me distrair olhando mais para a casa do que pra ele.

- o que? Desculpa.

- antes, você disse que precisava dar um jeito em algo, na situação. O que seria? - descemos do carro

- é complicado.... - suspiro. Finn me olha com pena mas logo sorri de volta.

- vem. - puxa meu braço, me levando até a cozinha. Puta que pariu, aquele lugar era um shopping, não uma casa. Ou eu sou muito pobre mesmo.

- Finn! Querido, eu fiz seu prato preferido e.... - sorriu ao se virar e me ver atrás do moreno - oi querida! Como vai? Namorada nova Finn? - percebo que ele fica sem graça e eu seguro a risada com a mão esquerda.

- oque? Não não. Somos só.... bons amigos. - porque eu me sentia tão bem ouvindo essa frase? Credo. - Nice, essa é a Millie. Millie, essa é Nice. Ela veio para fazermos um trabalho de escola.

- ah claro. Qualquer coisa me chamem. Não querem almoçar? - Finn olha pra mim como quem quer aprovação para a pergunta de Nice. Faço que não com a cabeça e ele apenas assente.

[• • •]

- você é tão mauricio - me sentei em sua cama, observando cada canto de seu quarto atentamente.

- ein? - estreitou os olhos.

- olha o seu quarto. Isso eh maior que a minha cozinha e sala juntas. Mauricinho! - o acusei e ele colocou a mão sobre o peitoral. Ri da forma que ele reagiu. Tão lindo.

- o que quer fazer agora?

- o trabalho escolar.

- fala sério, acabamos de chegar da escola. Sua nerd.

- quer tirar uma nota ruim? Você que sabe. - balancei os ombros e ele virou os olhos.

- me segue. - me puxou para o corredor de dava de cara com o labirinto de portas. Isso era totalmente fora da realidade.

- wow - ele abriu uma enorme porta de madeira, dando de cara com uma enorme área verde, com duas enormes piscinas. Deus do céu.

- eu vinha aqui quando era criança. Minha mãe brincava todas as tardes aqui comigo. Vem. - ele subiu até uma casa da árvore também. Mas eu não consegui subir.

- vamos Mills, deixa de ser bundona. - me estendeu o braço. Nem fodendo. Ele puxou o meu peso todo com um braço.

- você é forte. - admiti e ele piscou um dos olhos.

- quero que saiba que eu não te chamei aqui com segundas intenções. Queria te ver melhor, e sei que provavelmente não vai querer ir para a sua casa. Não me entenda mal. - eu sorri com a fala.as não acreditei totalmente.

- aham - fingi deboche.

- ah, você não acredita eh? É sério.

- estava brincando.

- certo - sorriu, colocando as mãos por trás da cabeça e se deitando sobre as mesmas.

- certo. - o imitei.

     E por um momento me esqueci de toda a situação que estava acontecendo fora daquela casinha. Me senti bem.

- verdade ou desafio?

- o que? - me virei para ele.

- você é surda? - dei risada.

- verdade. Você é muito aleatório.

- o que aconteceu hoje? - sabia do que ele estava falando. Confiava nele.

- meu pai traiu a minha mãe há um bom tempo atrás. Tinha outras.... Minha mãe não aceitou e se perdeu em um mundo baseado em bebidas e drogas. Ele sumiu, com sua outra família. E hoje eu vi ele de novo. Lilia é sua outra filha. Fiquei com medo. Eu não sei porque. Quando eu vi ele com ela.... eu senti...

- como se tudo fosse desmoronar e você fosse junto?

- isso.

- senti isso quando minha mãe morreu - abaixou a cabeça.

- Finn, eu sinto muito. De verdade. - segurei sua mão.

- tudo bem. Ela está em um lugar melhor agora. - correspondeu o aperto da minha mão com a mesma. - obrigada. - sorriu e eu fiz o mesmo.

- verdade ou desafio? - dessa vez quem perguntou fui eu.

- desafio.

- pula na piscina. De roupa. - olhei serio

- isso aí é fichinha, Milena.

- é Millie. Então pule sem roupa - ele arregalou os olhos, mas sorriu malicioso depois. 

- você que tem segundas intenções aqui. Tarada! - levantou e tirou a camisa.

- pula comigo. - me estendeu a mão.

- tá doido? Safado! - o acusei, cruzando os braços.

- de roupa... Longe de mim!

- não obrigada. Estou bem. Além do mais, não tenho outra roupa.

  O moreno desce da casa na árvore e eu ouvi um barulho da água sendo jogada nos arredores da piscina. Coloco a cabeça para fora e vejo um rastro de roupas. Não pode ser.

- louco!

- foi um desafio, eu nunca recuso um! E pare de me olhar! Tarada! Vou denunciar. - colocou as mãos no rastro para o caminho da felicidade.


[• • •]

- você tem que comer Millie. Quando foi a última vez que comeu?

  Nice tinha feito macarronada, mas eu não estava com fome. Já era de noite e eu não havia comido nada.

- Finn tá tudo bem. Sério. Agora eu preciso de um carregador para o meu telefone.

- só se você comer.

- que bobagem! Eu preciso falar com Jade.

- Jade? - me olhou confuso.

- minha irmã, se esqueceu? - já havia falado dela para ele. Memória de peixe dourado do caralho.

- ah sim. Só depois de comer.

- Finn. - cruzei os braços

- Millie. - me imitou.

- tudo bem vai. - revirei os olhos - mas só um pouquinho.

- por isso você é desnutrida. Não come nada.

- falou o cara que tá em forma. - rimos. Ele não era tão chato.

[• • •]

- alô? Jade? Sou eu, Millie.

- o-oi Millie. Por onde esteve? Está tudo bem? A escola de Ava me ligou para eu busca-la. Tive de sair do trabalho mais cedo.

- eu estou bem, obrigada. Você sabia não é? Ele está de volta.

- Millie

- porque não me contou?

- como sabe? Onde você está?

- não mude de assunto. Porque não me contou?

- eu não queria assustá-la... como você descobriu?

- vi ele hoje. Estou na casa de.... uma amiga. Vou ficar na casa dela. Coisas de escola. Sei que toma conta delas sozinha. Preciso de um tempo para assimilar tudo isso.

- tudo bem, eu entendo. Desculpa.

- até.

Merda.

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ᴛʜᴇ ᴅᴀʀᴋ sɪᴅᴇ ᴏғ ʀᴇᴅ - ғɪʟʟɪᴇ Onde histórias criam vida. Descubra agora