Capitulo 28

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  Narradora POV

  Finn fez uma careta enquanto puxava a manga da blusa para baixo, engolindo a vitamina de mirtilos que Nice havia feito. Ele andava meio desnorteado desde a festa a fantasia na casa de Noah, há duas semanas. Quer dizer, Millie era uma menina incrível, ele nunca sentiu por ninguém o que sente por ela. E Nice, sua segunda mãe, percebeu isso.

- qual o problema, querido? - a senhorinha estava com uma colher de pau na mão. Ela estava fazendo almoço.

- qual o problema? - ele se debruçou sobre o balcão de mármore da cozinha, observando-a fazer a comida. - eu não sei bem......- suspirou - talvez eu esteja apaixonado.

- apaixonado? - animou-se.

Finn sempre contara tudo a Nice, desde pequeno. Mas dessa vez ela se espantou, porque pela primeira vez, o garoto disse isso.

- é aquela tal de Milena? - franziu o cenho tentando lembrar. Não sabia se era Milena ou Mindy.

- Millie. Isso. Ela mesmo. - disse atrapalhado.

- oh sim, eu já imaginava meu amor. Ela me parece ser uma menina de ouro.

- ela é. Mas....tem um problema. Millie não sente o mesmo. Por ninguém.

- como assim? - pegou o molho de tomate e despejou na panela. Aquele seria um ótimo almoço.

- ela diz que não acredita no amor. O que eu faço?

- Ora, querido, faça ela acreditar! Mostre como o amor é profundo. Como ele pode ser lindo. - parou de mexer o conteúdo na panela - sabe, o amor é o mais precioso dos totens, ele se revela de formas inesperadas, e talvez o dela não tenha se revelado ainda.

- eu vou... tentar. - coçou a cabeça, em dúvida, ainda que permitindo inspirar o cheiro da spaguetti que já estava quase pronta.

Isso havia sido profundo demais para o garoto. Contudo, meninos não são assim, geralmente são babacas. Mas Finn estava disposto a fazer o que for preciso para contar a Millie o que sente.

- filho? - o corpo de Wolfhard se estremeceu ao ouvir a voz do seu pai. Ele tinha medo do mesmo.  - venha até meu escritório, precisamos conversar.

- m-me chamou? - entrou no escritório do Wolfhard maior - uma gotícula de suor se prostrou em sua testa.

- sente-se. - mandou e assim o garoto o fez. - filho.... eu tenho percebido sua falta de responsabilidade com o nosso trabalho ultimamente.

- com o nosso trabalho? - franziu o cenho. Aquele com certeza não era um trabalho no qual Finn teria orgulho e muito menos que ele queria. Mas não teve escolha de recusar ou aceitar.

- você tem saído muito de casa, não tem atendido os telefonemas de Nick...

- nem o senhor atende as ligações de Nick pai, ele é insuportável. - revirou os olhos. Essa seria uma conversa difícil.

- Finn, vou ter que ligar para Murray para que ele prepare a casa no Canadá?

- não senhor. - se remexeu na cadeira avermelhada. A ideia de se mudar para o Canadá não estara em seus planos, muito menos agora que ele tinha um real motivo para ficar: Millie.

    A regra era simples: o filho que desobedecer as ordens de Erick Wolfhard, mudava de estado, junto a família e Nice, deixando para trás amigos, estudos, amores, o que quer que seja. E nesse caso, Erick apelou para Canadá. Ele tinha uma filial lá, e seria mais fácil de acompanhar os "negócios"  da família.

ᴛʜᴇ ᴅᴀʀᴋ sɪᴅᴇ ᴏғ ʀᴇᴅ - ғɪʟʟɪᴇ Onde histórias criam vida. Descubra agora