Narradora POV
Finn fez uma careta enquanto puxava a manga da blusa para baixo, engolindo a vitamina de mirtilos que Nice havia feito. Ele andava meio desnorteado desde a festa a fantasia na casa de Noah, há duas semanas. Quer dizer, Millie era uma menina incrível, ele nunca sentiu por ninguém o que sente por ela. E Nice, sua segunda mãe, percebeu isso.
- qual o problema, querido? - a senhorinha estava com uma colher de pau na mão. Ela estava fazendo almoço.
- qual o problema? - ele se debruçou sobre o balcão de mármore da cozinha, observando-a fazer a comida. - eu não sei bem......- suspirou - talvez eu esteja apaixonado.
- apaixonado? - animou-se.
Finn sempre contara tudo a Nice, desde pequeno. Mas dessa vez ela se espantou, porque pela primeira vez, o garoto disse isso.
- é aquela tal de Milena? - franziu o cenho tentando lembrar. Não sabia se era Milena ou Mindy.
- Millie. Isso. Ela mesmo. - disse atrapalhado.
- oh sim, eu já imaginava meu amor. Ela me parece ser uma menina de ouro.
- ela é. Mas....tem um problema. Millie não sente o mesmo. Por ninguém.
- como assim? - pegou o molho de tomate e despejou na panela. Aquele seria um ótimo almoço.
- ela diz que não acredita no amor. O que eu faço?
- Ora, querido, faça ela acreditar! Mostre como o amor é profundo. Como ele pode ser lindo. - parou de mexer o conteúdo na panela - sabe, o amor é o mais precioso dos totens, ele se revela de formas inesperadas, e talvez o dela não tenha se revelado ainda.
- eu vou... tentar. - coçou a cabeça, em dúvida, ainda que permitindo inspirar o cheiro da spaguetti que já estava quase pronta.
Isso havia sido profundo demais para o garoto. Contudo, meninos não são assim, geralmente são babacas. Mas Finn estava disposto a fazer o que for preciso para contar a Millie o que sente.
- filho? - o corpo de Wolfhard se estremeceu ao ouvir a voz do seu pai. Ele tinha medo do mesmo. - venha até meu escritório, precisamos conversar.
- m-me chamou? - entrou no escritório do Wolfhard maior - uma gotícula de suor se prostrou em sua testa.
- sente-se. - mandou e assim o garoto o fez. - filho.... eu tenho percebido sua falta de responsabilidade com o nosso trabalho ultimamente.
- com o nosso trabalho? - franziu o cenho. Aquele com certeza não era um trabalho no qual Finn teria orgulho e muito menos que ele queria. Mas não teve escolha de recusar ou aceitar.
- você tem saído muito de casa, não tem atendido os telefonemas de Nick...
- nem o senhor atende as ligações de Nick pai, ele é insuportável. - revirou os olhos. Essa seria uma conversa difícil.
- Finn, vou ter que ligar para Murray para que ele prepare a casa no Canadá?
- não senhor. - se remexeu na cadeira avermelhada. A ideia de se mudar para o Canadá não estara em seus planos, muito menos agora que ele tinha um real motivo para ficar: Millie.
A regra era simples: o filho que desobedecer as ordens de Erick Wolfhard, mudava de estado, junto a família e Nice, deixando para trás amigos, estudos, amores, o que quer que seja. E nesse caso, Erick apelou para Canadá. Ele tinha uma filial lá, e seria mais fácil de acompanhar os "negócios" da família.
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ᴛʜᴇ ᴅᴀʀᴋ sɪᴅᴇ ᴏғ ʀᴇᴅ - ғɪʟʟɪᴇ
Fanfic[CONCLUÍDA] Onde Finn protege Millie de seu ex namorado abusivo. Ou Onde Finn desperta em Millie, um sentimento que já não sentia há anos. Millie não precisava de ajuda com Jacob. Quer dizer... podia se virar, como sempre. Mas então, naquele camp...