Capitulo 19

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Minha cabeça doía e latejava como nunca. Meu corpo parecia pesar toneladas. Mesmo acordada, não conseguia abrir os olhos, minha boca estava com um gosto horrível, e minha audição estava abafada. Depois de muito tentar, abri os olhos com uma certa dificuldade, demorando um pouco para perceber onde eu estava e quem era o menino que zanzava na minha frente.

- oque? - saiu como um sussurro, mas o menino se virou pra mim. Finn. Aquilo não era um sonho, ou sim pesadelo, eu realmente fiquei na casa dele.

- finalmente a bela adormecida acordou! - permaneci quieta. Não sou de falar muito quando acordo, ainda mais nessas condições. - toma - me deu um remédio e eu tomei. Porque minha cabeça doía tanto?

- porque.... o que..... que horas são? - era a única frase que eu consigo formular no momento.

- 17:58 - ele fala após guardar o celular. Eu nunca acordei tão tarde assim. Exceto por aquela vez no ano novo de 2016.

- porque eu acordei tão tarde? O que você me deu? Sonífero?

- você não se lembra de nada, não é?

- lembrar do que? - se só de pensar minha cabeça já latejava, então imagina lembrar de algo. E foi aí que alguns fleches me veio em mente. Eu de cabeça para baixo, dançando com alguns estranhos, Finn me impedindo de algumas coisas. Estávamos na casa de Noah. Camisinhas pelo chão, alunos da faculdade usando drogas. Eu me lembrei - puta merda. Cacete Millie cacete.

- e se lembrou - ele diz rindo - você lembrou de tudo?

- lembro de ter vomitado em algum lugar.

- lembra também quando me forçou a te beijar?

- O QUE?

- ou de quando subiu na mesa de pingue-pongue tentando fazer pole-dance? Ou quando tentou usar uma camisinha e ficou brava por não ter um penis? - eu não consegui formular uma frase se quer a mais. Eu não podia ter feito isso. Não era capaz. Se alguma foto ou vídeo disso vaza eu perco minha bolsa na faculdade. Fudeu de vez.

Wolfhard nota meu desespero e começa a rir.

- aí caramba, isso foi tão engraçado. Você viu a sua cara?

- o que? - franzi a testa

- eu estava brincando. Você não fez nada disso. Só a parte de me forçar a te beijar, isso você fez.

- vai se foder por favor - eu deito minha cabeça novamente na cama e por cima dela coloco o travesseiro. Coloco minhas mãos em meu corpo. Não estava com a roupa da festa e nem pelada. Estava com um vestido?

Rapidamente me levando e olho minha vestimenta. Era uma camiseta. Uma camiseta que ia até a cocha.

- que merda é essa Finn? - era só o que me faltava. Eu transei com o garoto.

-  não se lembra disso também?

- meu Deus. Nós não transamos, não é? - levo minha mão até minha parte mais íntima e, discretamente, verifico uma calcinha lá. Um alívio instantâneo percorre meu corpo e eu suspiro.

- o que? Não!

- ainda bem.

- ainda não. - ele dá um sorriso discreto e eu reviro meus olhos. - até quando você se lembra?

- sei que eu vomitei e você me levou ate um lugar no seu colo. Depois daí tudo é um borrão. - digo

- certo. Depois disso eu te levei pro meu carro, onde você quis dirigir, mesmo não tendo carteira de habilitação. Então eu te coloquei no banco do passageiro, te prendi com o sinto, caso contrário você iria pular do carro em movimento. No caminho de volta para minha casa você ligou o rádio no máximo e queria tirar o sinto. Depois, abriu a janela e vomitou lá fora enquanto parávamos em um semáforo. Você ficou rindo disso até chegarmos aqui e eu tive que tapar sua boca para não acordar Nice. Escovei sua boca com uma escova de dente nova, te dei uma camiseta minha, na qual insisti para que você se trocasse sozinha no banheiro, mesmo que você ficasse me enchendo o saco para eu entrar com você. Depois te deixei dormindo na minha cama, e eu dormi no quarto de hóspedes. Fomos dormir por volta das 04:00 da manhã. Foi isso. - ele finalmente termina.

ᴛʜᴇ ᴅᴀʀᴋ sɪᴅᴇ ᴏғ ʀᴇᴅ - ғɪʟʟɪᴇ Onde histórias criam vida. Descubra agora