ANAHÍ
Equilibrando-me nas vigas, eu atirava sempre que localizava uma arma no meio da multidão.
Mas o problema era que os facínoras continuavam a brotar por todos os lados. Miras a laser tentavam me localizar. Os fachos cruzavam acima da minha cabeça como holofotes em noite de Oscar. Pelo menos numericamente eu estava em terrível desvantagem.
Além disso, havia perdido Alfonso de vista.
— Alfonso? — chamei pelo walkie-talkie. — Mais alvos no corredor seis! Alfonso?
Nenhuma resposta.
— Merda! Quando a gente mais precisa... — reclamei, sem querer encontrar uma razão para o silêncio dele.
Pulei para um dos lados e desci algumas prateleiras até aterrissar na seção infantil.
Abandonei meu rifle sem munição e vasculhei uma prateleira de bichinhos de pelúcia. Ela ainda estava lá! Uma semi-automática ultrapoderosa.
Eu poderia ter esperado até que os bandidos viessem atrás de mim. Mas nunca gostei de esperar. Então fui atrás deles. Dobrando uma esquina, avistei um trio de assassinos. Todos nós abrimos fogo, balas ricocheteando para todos os lados.
Uma delas me acertou o ombro, mas numa área protegida pelo colete. Voltei para o corredor de onde tinha saído e recostei-me na parede, resfolegando. Não sabia exatamente o que fazer. Foi então que ouvi o ronco de um motor. E depois... crash!
Uma parede inteira de hamsters em trajes de ninja veio abaixo quando Alfonso passou por ela a bordo de um daqueles quadriciclos de jardinagem, com reboque e tudo. Quando derrapou debaixo de um aspersor, levou ao chão os três que pouco antes me perseguiam.
— Mandou bem, Steve McQueen! — eu disse.
Alfonso sorriu e ofereceu a mão para que eu subisse no reboque.
Depois saiu em disparada pelos corredores, derrubando mercadorias e serpenteando pelo caminho de modo a dificultar a vida dos inimigos.
No reboque eu havia encontrado uma minimetralhadora Gatlin. De repente Alfonso meteu o pé no freio e fez o quadriciclo rodopiar 18O graus. Preferi não perguntar onde ele havia aprendido aquele truque.
Depois voamos de encontro aos nossos perseguidores boquiabertos.
Nossas armas chacoalhavam e cuspiam fogo à medida que avançávamos corredor abaixo. E os assassinos caíam um a um, como pinos de boliche. Fácil demais — como pescar num aquário.
Pela primeira vez comecei a achar que de fato podíamos sair dali vivos. E então um bandido subitamente saiu de trás de uma tenda in-flável.
Com um lança-foguetes apoiado nos ombros largos. Apontado na nossa direção.
Opa.
Sequer tive tempo de abrir a boca para me despedir de Alfonso— antes que ele atirasse.
ALFONSO
Caralho!
Pisei fundo o acelerador e dei um golpe brusco no volante. Escapamos do fogo direto por uma questão de centímetros. Mas quando a granada-foguete explodiu bem na nossa
esteira, fomos catapultados - com quadriciclo e tudo — através de uma parede de gesso. O que nos levou de volta à casa cenográfica, exatamente de onde tínhamos saído.O quadriciclo rodopiou até parar, destruindo meia dúzia de árvores de Natal e cuspindo-nos numa paisagem coberta de neve cenográfica.
Uma aterrissagem macia, pelo menos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mr & Mrs Herrera
FanfictionUma aventura de ação sexy, na qual Anahí e Alfonso Herrera são um casal suburbano com um casamento normal e sem vida. Alfonso é um engenheiro de sucesso, e Anahí uma empresária do ramo de sistemas de informática. Mas cada um deles tem um segredo qu...