Capítulo 24: Promessas.

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A R I A

Eu estava começando a sentir o padrão nos meus sonhos. A maioria das vezes que eu os tinha, eu tinha tido um momento com o Zayn. Podia ser um beijo ou até mesmo apenas dormir na mesma cama. Ou... outras coisas, como ontem.

Eu estava cansada de ter esses sonhos tão vívidos e conscientes. Eu fazia mais coisa nos meus sonhos do que quando eu estava acordada.

- Aria? - Era só o que me faltava. Agora eu teria que conversar nos meus sonhos. Que por sinal estava tudo branco. Tudinho. Não tinha um sinal de vida além de mim e o branco. Que não era um sinal de vida... ah, vocês entenderam.

- Sim, oh voz misteriosa e estranha do meu sono? - Espero e nada. Fico na espera por muito tempo, diga-se de passagem.

- Eu preciso que você me encontre. Nos encontre. - Que?

- Como assim? - Pergunto me virando e não achando nada a minha volta.

- Nos encontre. - O sonho muda para uma clareira, com pedras em volta num círculo. Aquilo estava me assustado. Tão rápido quanto apareceu, sumiu. E de novo, eu acordo mais confusa do que fui dormir.

Mas eu tenho que confessar. Acordar confusa com o Zayn me abraçando era melhor que acordar sozinha.

- Você acorda muito cedo. - Ele resmunga e eu sorrio. Meu deus, no que a minha vida se transformou?

- Você que acorda muito tarde. - Rebato e ele ri.

- Você me cansou. - Isso eu teria que acordar. - Julie deve ter deixado o meu banho pronto no quarto, se você quiser... - E aqui estava um convite que poucos recusariam.

Duas Semanas Depois

A cada passo que eu dava para a casa de Louis eu pensava se voltar para casa era o que eu realmente queria. Porém, eu sabia que eu não tinha o direito de ficar com aquela vida perfeita para mim, se tinha a possibilidade da dona a pegar de volta.

Com a desculpa da terapia, ir pra casa dos Tomlinson era bem mais fácil. Não tinha que caçar desculpas nem meter o Eddie no meio. Eddie... eu sentiria tanto a sua falta. Falta do seu pai também. Querendo ou não, eu estava me apaixo... aproximando do Zayn. Eu sentiria sua falta quando fosse embora.

Mal encosto na porta e Louis sai da casa, fechando a porta atrás de si.

- Você tá bem? - Pergunto quando ele me puxa pela mão pro jardim. Eu não tinha o visitado desde daquela sonho, então esperava pelo menos uma recepção mais calorosa.

- Você também sonhou, não sonhou? - O cara era louco. Mas eu também era. Não podia falar nada.

- Se você está se referindo a uma voz angelical falando "me encontre" "nos encontre", então sim. Eu sonhei. - Ele concorda e chegamos numa casa de madeira.

- O que é isso?

- Livros proibidos. - Ele dá de ombros e entramos na casinha que agora eu descobri que era o perigo.

- Voz angelical? Eu não diria isso. - Eu gosto que ele nem me falou "Oi" e já tava nisso. Custava uma conversinha normal? Porém, ele parecia estar muito ansioso para conseguir se quer me dar um bom dia. Ou me falar como foi o dia de ontem. Eu queria conversar sobre o meu dia de ontem. - Aria? Você está me ouvindo? - Paro de divagar na minha cabeça e concordo. Estava.

- Sim, pode falar. Como assim não angelical? Era bem pura e...

- Bruxas, Aria. É isso que a gente está se metendo. Bruxas. - Tá legal. Como se tudo já não fosse estranho o suficiente. Bruxas?! Tá de sacanagem com a minha cara. - O incêndio na família dos seus pais? Pais da Aria? Não foi acidente. Você é descendente de bruxas! - As vezes a vontade que eu tinha era de me matar. Sei lá, sabe, ia resolver tanta coisa na minha vida.

Me sento numa das cadeiras velhas de madeira, tentando absorver aquilo.

- Você está dizendo que eu... sou descendente de bruxas? E que elas existem? E que isso é real? E como exatamente você se tocou disso apenas com uma voz no sonho? Não faz sentido, Louis... - A minha pouca sanidade restante tentava contra argumentar. Ele deu de ombros.

- Eu também sou, não foi surpresa pra mim. Minha vó também tinha esses sonhos e ele me levou um dia naquelas pedras, as pedras que apareceram no sonho. Desde de então eu comecei a ter esses sonhos. Você eu fucei no registro da sua família até achar pelo menos 5 acusadas de bruxaria que foram queimadas nas pedras. Aquelas pedras são marcadas por uma forte energia dessa chacina que aconteceu e você não sabe o melhor... - Ai, meu Deus. Ainda tinha mais. Louis tava falando e as coisas estavam entrando por uma orelha e saindo por outra. Nada daquilo fazia sentido.

- Me diz o melhor. - Peço já sabendo que vou me arrepender.

- A nascente do rio é lá, Aria! O rio que você veio! Pode ser seu caminho de volta! - Ele estava muito empolgado e eu muito confusa. Eu não achei que íamos achar as respostas pra tudo assim tão fácil. Eu achei que teria tempo... Tempo para aproveitar mais um pouquinho essa vida de conto de fadas que eu nunca teria. Meu marido e filho de mentirinha iriam tudo por água a baixo. Literalmente. - Mas, se você quer saber a verdade, eu não acho que as bruxas estejam realmente envolvidas com isso.

- Não? - Pergunto confusa.

- Sem ofensa, elas tem assuntos mais importantes. Acho que tem ligação, porém não é a causa maior, podemos ir lá amanhã e...

Acho que Louis percebeu que eu não fiquei tão feliz quanto o esperado com a notícia, já que ele veio do meu lado e segurou a minha mão.

- Eu vou entender se você não quiser ir lá e nunca contarei pra ninguém o que eu sei. - Ele era um puta de um bom amigo. Outra coisa que eu perderia ao ir embora. - Eu e a Aria somos amigos desde de muito, muito pequenos... - Olho confusa. Falaram que eles não eram tão amigos... Talvez era uma amizade mais discreta, escondida. Não sei. - Um dia eu perguntei para ela, o que ela faria em outra vida. Ela sorriu e disse que me procuraria até cansar. - Ele sorriu triste. - Eu tenho certeza que ela me achou. Assim como o Zayn. Sabe porque o Zayn não é tão religioso? Porque nenhuma religião atual fala sobre outras vidas e sabe qual foi a promessa que a Aria fez no dia que eles casaram? - Nego com a cabeça e espero. Ele sorri e continua. - "E o universo há de saber, que a cada vez que eu renasça, ainda vou te amar de novo" - Eu estava chorando. Muito.

- É isso que eu estou falando, Louis. - Choro mais. - Essa vida não é minha, é dela. Ela tem que ter o que é dela de volta. A gente vai na porra dessas pedras e eu farei o que foi possível para devolver sua melhor amiga e a esposa do cara que eu amo.

Beyond Time - Zayn MalikOnde histórias criam vida. Descubra agora