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*Maratona 5/5

MITRAM TROLLOPE

— Não há como se infiltrar na cidade. Todas as entradas estão com guardas a postos — Gaspar está há horas tentando convencer-me a recuar. Mais um covarde, não me admira sua lealdade ao meu pai. — É suicídio.

— Acha que as coisas estavam diferentes quando o rei esteve aqui? — Pergunto, sem encará-lo de volta, os olhos fixos na cidade vista de cima. — Se está com medo, volte, não o estou segurando conosco.

Facilitaria muito não ter esse descrente em nosso meio — me pouparia o trabalho de ludibriá-lo, de preocupar-me com minhas palavras frente a ele.

Mas eu não acredito que possa ser tão abençoado assim, afinal, Gaspar sabe que se Eros descobrir que o soldado deu para trás, recusando-se a obedecer ordens diretas, seria severamente castigado.

— Então porque não me explica como armou toda a morte do rei? — Sua voz contém uma clara acusação, olhando-o de relance pude vê-lo semicerrar os olhos. — Por que essa necessidade de guardar segredos, Mitram?

— Ele é seu superior, Gaspar, tenha mais respeito — avisa Sage num tom duro.

— E, além do mais, não é a "hora da historinha" — Aart não demora nem um minuto antes de se postar ao meu lado. — Cale. A. Boca. E lembre-se do seu papel como soldado, não conselheiro.

— A vida era melhor quando esses bastardos estavam fora — murmura o insolente enquanto passa os dedos sujos no cabelo que um dia já fora limpo o suficiente para chamá-lo de ruivo.

— Posso dizer o mesmo — contra-ataca Sage num tom mais amigável.

— Chega — decreto. — Não é o momento para brigas, temos que agir, juntos.

— Então, qual é o plano? — Pergunta Argus, se pronunciando pela primeira vez, ele está vigiando nossas costas, se certificando de que não sejamos pegos de surpresa pelos inimigos.

— Há muitos guardas reais na cidade, então um confronto direto está descartado — explico, dessa vez virado para os homens, intercalando o olhar entre os mesmos. — Vamos nos infiltrar e cabe a cada um de vocês um papel importante.

— Como vamos entrar? — Questiona Orion, a determinação presente em cada gesto.

— O rei morto não parou aqui por acaso. Nós garantimos que o fizesse, premeditamos isso, e construímos uma rota de fuga caso as coisas dessem errado — expliquei cautelosamente, não há como esconder de Gaspar essa parte da verdade, a de que não matei o rei aleatoriamente num golpe de sorte, eu planejei tudo e sem o consentimento de Eros. — Nós vamos entrar por esse lugar, nos disfarçar, misturar-nos na multidão, recolher informações e agir somente em casos extremos. Entendido?

— E se as coisas derem errado? — Foi a vez de Raoni se pronunciar.

— Eu tenho um plano para isso também e, se necessário, vocês irão descobri-lo na hora certa.

— Eu tenho um plano para isso também e, se necessário, vocês irão descobri-lo na hora certa

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