Patrícia Cris

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Minha cabeça girava. Eu dirigia de volta pra casa prestando atenção em muitas coisas, tirando o trânsito. Os acontecimentos de uns minutos anteriores passavam na minha cabeça o tempo todo. Cada beijo, cada toque, cada gemido, pareciam irreais demais. Eu transei com Brunna Gonçalves.
Se alguém me dissesse isso há uns 4 dias eu riria da cara da pessoa, mas agora tudo parecia real e bom demais. Eu tinha um contrato com Brunna Gonçalves para fazermos sexo. Eu não tinha a menor ideia de como faria isso. Claro que eu sabia o que queria dizer ser um dominante e submissa.
Envolvia tapas, brinquedos e um sexo que eu nunca tinha feito. Mas ela disse que ia me ajudar, então tento relaxar. Quando chego em casa, não há mais ninguém e eu tava morta de fome. Com tudo rolando, Brunna e eu nos esquecemos de comer, apesar de eu ter comigo algo diferente.

Tomo um demorado banho, pensando no que eu havia me metido e também tirando aquele cheiro dela e de sexo. Brunna era extremamente cheirosa. Visto uma roupa qualquer e me sento no sofá, decidida a ver TV e relaxar, mas sou impedida pelo meu celular. Era Drake.

- Alô. - Falo calma.

- Ludmilla Oliveira! - Ele grita.

- Sim, sou eu.

- Não se faça de desentendida! Pode me explicar porque não veio trabalhar hoje? Eu precisava da sua ajuda pra ajustar algumas coisas do cenário.

- O que? - Falo confusa. - Mas achei que eu estava demitida.

- Demitida? Por que criatura?

Opa. Como assim ele não me demitiu, mesmo eu tendo sido presa por causa da Brunna?

- Achei que com o que eu fiz você me demitiria.

- O que que você fez?

- Hum, nada. - Opto por não falar nada, já que Brunna não contou.

- É bom você aparecer aqui amanhã ou realmente estará demitida!

E desliga, me deixando confusa pra caramba. Brunna não disse nada, mas por que? Balanço a cabeça e vou até a cozinha fazer algo pra comer. Enquanto faço o café vejo minhas mensagens. Havia algumas de Fernanda perguntando como eu estava, de Rômulo fazendo o mesmo, e de Renatinho me xingando de irresponsável. O café logo está pronto e tomo um pouco. Ainda consigo sentir o cheiro do perfume Chanell de Brunna em meu corpo, o que é inebriante. Eu estava lendo um livro e já eram 15 horas e meu celular toca novamente. Brunna.

- Alô. - Atendo sem graça.

- Olá Ludmilla, como vai? - Ela fala formal.

- Bem, e você?

- Vou bem. Só estou te ligando pra avisar que minha amiga Patrícia irá te buscar em sua casa para olhar algumas coisas do contrato. E você está convidada a vir em minha casa hoje a noite.

- Ela vai vir agora?

- Sim. Eu dei a ela seu número e ela te ligará avisando que chegou. Até mais, Ludmilla. - E desliga de repente, da mesma forma que ligou. Ela ia mandar uma amiga me encontrar para olhar coisas do contrato? Será que seria uma aula sobre Dominantes e Submissas? Decido me vestir logo, já que a garota está vindo pra cá, e pego um jeans azul, All Stars, uma blusa do Harry Potter, passo um pente nos cabelos e pronto.

A tal Patrícia me ligou uns 15 minutos depois, me falando pra descer. Corro pelas escadas e no momento que saio pela porta vejo uma mulher linda parada perto de um conversível. Ela era negra, tinha cabelos pretos cheios de cachos e um corpo exuberante. Usava um vestido preto apertado e saltos, me olhando com um olhar de curiosidade.

- Você é a Ludmilla?

- Sim.

- Entra no carro. Temos muitas coisas pra fazer.

Ela abre a porta do carona pra mim, e fico feliz por estar andando pela primeira vez em um carro tão luxuoso. Patrícia dá a partida e logo estamos correndo pelas ruas de LA.

- Por que Brunna chamou você pra me ensinar coisas?

Patrícia dá uma risadinha. - Não é bem ensinar. Vou mudar o seu visual, te colocar em uma academia. Brunna te quer em boa forma.

- Hum, ela te disse o que vamos fazer? - Fico corada.

- Sim. Não há segredos entre nós. Mas fique tranquila, tá? Eu estou aqui pra te ajudar. Pode confiar em mim.

Confirmo com a cabeça. Patrícia estaciona em frente a uma loja da Barney's e nós descemos. Assim que entramos, uma mulher loira vem em nosso encalço, ela parecia conhecer Patrícia, porque a chama de Sra. Cris e fala sobre visitas anteriores.

- Quero que você escolha belas roupas pra ela, Cintia. - Ela fala com a mulher, Cintia, apontando pra mim. - Brunna quer ela perfeita.

- Vem aqui comigo, querida. - Cintia pega minha mão e me leva até um canto da loja, separando várias roupas, como calças, blusas, jaquetas e tudo mais. Experimento várias roupas, e Patrícia vai dando sua opinião, praticamente pegando tudo. Ela pede que Cintia escolha cuecas novas e tops pra mim, e fico tímida quando elas me fazem andar usando uma calça jeans desfiada e top exibindo meu abdômen.

- Brunna tinha razão sobre você. É excitante as suas tatuagens. - Minhas bochechas pegam fogo e Patrícia ri. Ela estava sendo bem legal e simpática comigo. Depois de uma interminável escolha de roupas, Patrícia e eu saímos da Barney's carregando várias sacolas. Ela diz que vai deixar tudo na minha casa assim que me deixar na casa de Brunna.

Ela me leva até um oculista e pede a ele que tire meus óculos e me dê lentes de contato. Fico um pouco chateada por ter que tirar meus óculos, mas Patrícia me tranquiliza, dizendo que eu ficava mais bonita sem óculos, porque meus olhos verdes apareciam mais. Ela era bem legal. Patrícia ainda me leva até um cabelereiro.

- Vamos pintar de preto. O que acha querida? - Um cara chamado Pietro, que já havia cortado um pouco meus cabelos pergunta, e Patrícia confima.

- Pinte, Pietro. Ordens da Brunna.

Logo Pietro estava pintando o meu cabelo, e eu me perguntando por que Brunna queria que eu mudasse tanto. Pietro termina e me olho no espelho. Não parecia eu. Parecia outra garota. Eu estava gata, tinha que admitir.

- Perfeita. - Patrícia fala, sorrindo. - Agora vai se trocar, já está quase na hora do jantar com Brunna. - Ela me estende uma calça jeans preta comprada na Barney's, uma blusa do Metálica, e uma jaqueta preta, que reconheço sendo a minha.

- Brunna devolveu? - Pergunto enquanto me visto.

- Sim. Ela disse que acha que vai ficar melhor em você.

Pietro me dá uns últimos retoques e entramos no carro de Patrícia. Logo ela está dirigindo pra casa de Brunna.

- Tenta relaxar, ok? - Ela diz, ao perceber que estou suando. - Vocês já se conhecem um pouco. Vai ficar tudo bem.

- Ok. - Falo, e ela chega na casa de Brunna. Desço do carro e Patrícia não me acompanha. - Não vai entrar?

- Não. Essa noite é de vocês. Até qualquer dia, Ludmilla.

Suspiro, e vou até a porta, apertando a campainha. Uma Brunna vestindo um belo vestido preto, com um impressionante decote abre a porta.

- Boa noite, Ludmilla.

- Boa noite, Brunna.

- Entre. Não podemos demorar, temos várias coisas pra fazer.

Entro vacilante na casa e paro no hall. Brunna está parada atrás de mim, me encarando com um olhar de fome. Ela desce os olhos pelo meu corpo, mordendo os lábios.

- Você está maravilhosa. Seus olhos são lindos. Quase dá vontade de te pegar e levar pra minha cama e nunca deixar sair de lá.

Tento conter o aperto que sinto ao ouvir isso. - Então faça isso - Murmuro.

Ela fecha os olhos, e suspira. - Bem que eu queria, mas temos que resolver algumas coisas. Vou deixar você me comer mais tarde, e vai ser a noite toda. - Sai andando até a cozinha, me deixando extremamente quente e imaginando como seria. A noite ia ser longa e fodidamente quente.

Hands To Myself - BRUMILLAOnde histórias criam vida. Descubra agora