Jantar

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- Er... claro. Entra. - A convido, sem saber direito o que fazer ou dizer de tamanha surpresa. Patrícia entra calmamente dentro de minha casa, e suspiro antes de fechar a porta. Daiane continua esparramada no sofá com o dedo na boca, e assim que vê Patrícia, se levanta rápido, rápido até demais, e com isso cai do sofá, na fazendo gargalhar alto.

- Para de rir, animal. - A morena se levanta, dando dois beijos na bochecha de Patrícia. - Hey Patty, não sabia que você estava vindo, Ludmilla não disse nada. - Daiane atira uma almofada em meu rosto, me fazendo engasgar com a risada.

- Quieta, Daiane! Eu nem sabia que Patrícia estava vindo pra cá. Não diga coisas que você não sabe gigante. - Daiane ameaça vir pra cima de mim, mas Patrícia a segura.

- Vocês não vão brigar por causa disso, né? - Patrícia nos dá um olhar repreensivo e Daiane bufa.

- Tá. - A morena resmunga.

- Ótimo. - Digo, e me viro em direção a Patrícia. - Aconteceu alguma coisa? - Questiono, e a morena aponta na direção de Daiane dando a entender que era algo que ela não poderia saber. Nós ficamos em silêncio, e Daiane olha pra mim e para Patrícia, confusa.

- Vocês por acaso querem que eu saia daqui? - Olhamos juntas para a morena e confirmamos com a cabeça.

- Vocês que procurem um lugar, porque eu não vou sair daqui. Ou podem falar aqui é me contar. - Daiane dá um sorrisinho bobo, e sacudo a cabeça negativamente.

- Ok. Patty, vamos pro meu quarto. Deixa essa chata aí. - Pego na mão de Patrícia, e guiando até o meu quarto, ignorando o choque que senti quando nossos dedos se conectaram. Abro a porta. Nós entramos e ela logo senta na minha cama. A mulher passa os olhos por todas as fotos de Brunna, os pôsteres, e suspira.

- O que aconteceu, Patty? - Me sento do seu lado na cama, a olhando.

- Brunna me contou sobre o que aconteceu hoje. Se eu disser que sinto muito, vou estar sendo sonsa. - Ela foi direta. Muito. Suspiro, passando a mão pelos cabelos, me lembrando de minha manhã frustrante.

- Ela te disse algo? - Resmungo, e a morena me encara, logo colocando sua mão macia sobre a minha.

- Sim. Ela me ligou apavorada hoje de manhã, me dizendo que você disse que estava apaixonada por ela. Ela disse que não sabia o que fazer.

Brunna sem saber o que fazer. Essa é nova. Fico olhando para o nada, me lembrando do que havia acontecido, até que ouço um pigarro. Dou de cara com os olhos chocolates de Patrícia, e percebo que ela está perto de mais, tão perto que posso sentir seu hálito de canela e o cheiro de seu perfume, que tenho quase certeza que é Gucci.

- Como você se sente? - Seus olhos me fitam, enquanto seus dedos passam por minha mão em um carinho gostoso, um carinho perigoso demais.

- Por que você quer saber? Tem haver com a Brunna e não acho que isso te interessa. - Falo, grossa, e me sinto mal ao ver sua expressão magoada. Ela solta minha mão, se afastando. Droga Ludmilla, para de fazer merda! - Olha me desculpa, tá? Eu não quis ser grossa, é só que eu não quero falar de Brunna Gonçalves, quero esquecer um pouco ela.

Patrícia se aproxima novamente e nossos olhos se conectam. É incrível que em tão pouco tempo nós já sejamos tão próximas. Havia algo que me puxava em direção a ela, assim como Brunna. A minha cabeça doía só de pensar em que uma hora eu teria que escolher entre as duas. Ou então Brunna me chutaria. - Eu me preocupo com você Ludmilla, e é por isso que eu estou aqui. Sei que você gosta da Brunna, e por gostar de você é que eu estou passando em cima do meu orgulho e vindo aqui.

Meus olhos ardem com suas palavras. Enquanto eu só conseguia me lamentar, Patrícia estava preocupada comigo. Passo a mão em seus cabelos, deslizando  os dedos neles, e ouvindo seu suspiro. Ela era tão linda, tão atraente, e era inegável o quanto eu sou atraída por ela. Seu rosto se aproxima do meu, e sei o que vai acontecer, mas não quero impedi-la. Nossos lábios se tocam devagar, gentilmente no começo, suas mãos se enroscando em meu cabelo, enquanto as minhas apertam sua cintura.

Hands To Myself - BRUMILLAOnde histórias criam vida. Descubra agora