Mirian Gonçalves

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A sensação de acordar tarde e não precisar preocupar com o trabalho é ótima. Meu humor estava bem devido a minha tarde de ontem com Brunna. Incrível que seus simples atos já me deixam louca por ela. Quando me levantei naquela manhã, com um sorriso que rasgava o rosto, simplesmente vi o que aquela mulher fazia comigo. Daiane e Fernanda já haviam ido trabalhar, me deixando sozinha e com uma felicidade inexplicável. Brunna havia me mandado uma mensagem cedo, já que agora eram 10 da manhã, e a mensagem era das oito.

~Brunna - 08:00: Bom dia, sweet.

Foi um simples bom dia, mas um bom dia que foi capaz de me fazer sorrir pro ar. Eu tinha o pensamento preso nela, em seus lábios, em seu corpo, em seu sorriso, e da sensação de dormir ao seu lado. Até do cheiro da garota eu sentia falta. Como eu estava de bom humor, decido dar uma faxina em casa, limpando todo o apartamento, logo depois decido cozinhar pra mim, fritando bastante tomates. Eu me via andando pela casa cantando, sem conter a excitação, até que a campainha toca. Quando vejo no olho mágico quem é,  um nó se forma em meu estômago. Era Patrícia. Com toda a excitação por ter passado a tarde com Brunna, me esqueci do que havia feito e agora sentia o sentimento de culpa. Abro a porta, dando de cara com sua expressão séria. Ela entra. Patrícia usava um vestido curto azul claro, de seda eu acho, e se senta no meu sofá. Fecho a porta, me sentando na poltrona, olhando em seus olhos castanhos.

- Você não me ligou. - Diz.

- Me desculpe. Tive um dia cheio. - Coço a cabeça, me repreendendo por ter esquecido.

- O que você quer de mim, Ludmilla? - Ela explode, raivosa, e a olho sem graça, sentindo uma vergonha enorme me tomar. Nosso sexo foi maravilhoso, eu não tinha nada a reclamar, mas depois de tudo que rolou ontem, comecei a pensar que foi um erro. Uma traição da minha parte e da de Patrícia.

- Eu...

- Não sabe o que dizer? Sente muito?

- Patty, olha. Eu sinto muito por não ter te ligado, tive um dia cheio, e muita coisa na cabeça...

- Muita Brunna na sua cabeça, você quer dizer. - Me interrompe.

- Patrícia... - Suplico.

- Olha, eu entendo que tem muita coisa na sua cabeça nesse momento, mas você não pode transar comigo loucamente e depois agir como se nada tivesse acontecido. Precisamos falar sobre isso.

- E nós vamos. Agora.

- Ótimo. - Ela cruza os braços. - Você tá arrependida, né? - Seu tom de voz é baixo e magoado, e me sinto mal por isso. Patrícia era um pessoa incrível, e sim, eu sou atraída por ela, mais do que deveria, mas a pessoa a qual eu era apaixonada era outra. Tentar tapar o sol com a peneira e ignorar tudo não vai ser bom.

- Não estou arrependida. Foi incrível. Eu me sinto culpada. Tenho um compromisso com Brunna e não quero magoar ela. Tente entender, eu sempre fui obcecada com ela, apaixonada e agora tenho a oportunidade de tê-la para mim.

Patrícia suspira. - Tudo bem. Eu também errei. Brunna é minha melhor amiga, não quero enfiar uma faca nas costas dela. Mas saiba que isso não vai dar certo. Brunna não namora, não se apaixona, e quando se cansar, vai se livrar de você. É o que ela faz.

- Patty... - Começo, mas ela me interrompe.

- Você está avisada. E quando ela te mandar embora da vida dela, me procure. Eu vou estar aqui pra você Ludmilla, porque pode parecer doido e rápido, mas acho que estou me apaixonando por você. - Abro a boca surpresa. Como assim?

- Você...

- Olha, esquece tá? Vamos ser amigas. Vou continuar fingindo que namoro com você, por mais que queira que seja verdade. É só isso. Tchau, olhos castanhos. - E se levanta, e me dando um beijo na bochecha, e me deixando confusa.


Hands To Myself - BRUMILLAOnde histórias criam vida. Descubra agora