Apaixonada

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Milhões de coisas passavam na minha cabeça enquanto dedilhava a pele macia de Brunna. Ela estava deitada, dormindo, de frente para mim, ressonando leve e me fazendo admirá-la com fervor. Brunna Gonçalves era uma obra de arte, digna de Da Vinci, Botticelli, Sanzio, e muitos outros. Ter o prazer de admirá-la enquanto dormia era maravilhoso. Meus dedos passavam em seu delicado rosto, suas pálpebras, descendo por sua clavícula, braços, e posicionando minha mão em seu quadril. Podia acontecer o que fosse, eu sempre ia manter minha adoração fora do normal por essa mulher.

Decido acordar ela com um café na cama, ela deveria estar cansada, já que passamos boa parte da madrugada transando. Coloco minha boxer, top, e saio, deixando a mais velha dormir. Eram 9 da manhã e Kyle ainda não havia chegado. Começo a separar os ingredientes, usando a cafeteira de Brunna, que era idêntica a que tinha no estúdio, um suco, e fazendo os omeletes do meu pai. Era uma receita especial, criada por ele, que tinha o omelete normal, mas havia bacon, presunto, queijo e cebolas no seu interior. Coloco tudo em uma bandeja, pegando uma xícara de café pra mim e subindo. Brunna ainda dormia. Coloco a bandeja no criado-mudo perto da cama, me sentando e cutucando Brunna delicadamente, a vendo abrir os olhos preguiçosamente e bocejar.

- Bom dia, mon cher. - Sua voz está rouca, mas linda.

- Bom dia, Bru. - Lhe dou um beijo na bochecha e Brunna levanta seu tronco da cama, esticando os braços e me dando a visão de seus belos seios desnudos. - Pra você. - Indico a bandeja de café.

- Fez tudo isso pra mim? - Questiona, dando um gole no copo de suco. Pego minha xícara de café.

- Claro. Você teve uma noite longa. - Dou a volta na cama, me deitando e encostando a cabeça na cabeceira. Brunna pega um garfo e começa a comer o omelete, logo engolindo toda a comida.

- Isso tá divino. - Diz de boca cheia.

- Obrigada. Receita especial Oliveira. - Beberico meu café, a observando comer rapidamente. Ela comia pra caramba! - Relaxa dragãozinho, a comida não vai fugir. - Brinco e a latina me lança um olhar maligno.

- Cala a boca, Oliveira.

- Uhuu, achei que eu é quem ia comandar. Não o contrário. - A morena ri junto comigo, colocando a bandeja no criado e se inclinando sobre mim, subindo em meu colo. Coloco minha xícara de café no criado e ponho minhas mãos em seu quadril.

- Só na cama, mon cher. Fora dela, eu mando.

Ela passa os dedos pelo meu cabelo, em um gostoso carinho, me fazendo fechar os olhos e desfrutar do momento. Confesso que todo esse carinho de Brunna está me surpreendendo, nem parecia a mulher que me menosprezou por causa do Cayo Lima. Talvez ela tenha se sentido culpada. Ou sabia de Patrícia e quer me fazer ficar culpada, sei lá...

Patrícia.

Eu não tive nenhum contato com a morena desde ontem. Sua revelação sobre estar desenvolvendo sentimentos por mim foi surpreendente. Como alguém como ela, tão linda, inteligente, sexy, divertida, ia querer algo comigo? Uma nerd, que não tinha nem um décimo do que ela tinha. Eu me perguntava isso todo santo dia, desde que Brunna me ofereceu aquele contrato, quer dizer, olha para mim. Brunna e Patrícia era dominantes nos meus sentimentos. A cada vez que eu estava com Brunna, sentia que era ela quem importava, nada mais, mas quando Patrícia surgia, eu me via feliz e disposta a segui-la a qualquer lugar. As duas me enlouqueciam.

- Você não tá dormindo né? - Brunna me tira dos devaneios, me fazendo abrir os olhos e encará-la. Seus olhos castanhos me fitavam curiosos.

- Não. Estava pensando. Só isso. Posso tomar um banho de banheira?

- Claro.

Ela se levanta, dando a visão de seu corpo gostoso, a luz do sol batendo em sua bunda, me fazendo querer levantar, ir até ela e morder, lamber e beijar aquela monumento. O quarto de Brunna parecia uma zona de guerra, com roupas espalhadas em todas as direções, lençóis  bagunçados e havia uma mancha de esperma perto de seu travesseiro, algo que eu não sei como foi parar lá. Ela pega a bandeja do café, saindo e me dando tempo para ser humana. Vou para seu banheiro, enchendo a banheira com água. Enquanto isso, me sento na sua beirada, fitando o vazio. Eu estava apaixonada por Brunna, não como a estrela de TV inalcançável, a que eu venerava, mas como uma mulher. Se antes de tê-la eu já era apaixonada, agora que a tive está mais intenso. Poder tocá-la, beijá-la, ter seu corpo pra mim, era incrível. Mas também era assustador ter seu coração a mercê de uma mulher que dizia não se apaixonar. A banheira já estava cheia, e antes que eu entre, Brunna surge, gloriosa. Ela ainda estava nua, e anda até mim, se pondo na minha frente e apertando meus braços. Vejo desejo em seus olhos.

Hands To Myself - BRUMILLAOnde histórias criam vida. Descubra agora