Eu te adoro

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P.O.V BRUNNA GONÇALVES

Era cheirosa. Mas do que deveria. Pro meu azar. Minhas tentativas de mantê-lá fora de minha mente estavam falhando. Fazia apenas 2 dias que eu havia falado com ela, e eu já estava enlouquecendo. Nosso jantar havia sido produtivo, assim como tudo que eu tivesse com ela. Ludmilla. Passei esses dois dias pensando em mil maneiras para vê-la, mil maneiras de poder tocar nela. Eu havia sido uma idiota. Uma completa babaca, mas o que se esperava de alguém que sempre odiou veementemente se apaixonar e agora estava apaixonada? Era o que eu estava. Por ela. Pela minha garota de olhos castanhos, de um sorriso sincero e um dom para me enlouquecer. A quieta e tímida Ludmilla Oliveira, que era minha fã. Acho que preciso mudar esse conceito, porque quem é fã nesse momento, sou eu. Dela.

Na manhã em que Ludmilla disse que estava apaixonada por mim, eu senti duas coisas.
1°: euforia; por alguém tão bom e certo como ela ser capaz de gostar de alguém como eu, cheia de defeitos e uma grosseria enorme. 2°: pavor; eu fiquei apavorada com minha primeira reação, me lembrando do que aconteceu da primeira e última vez, que foi um desastre. Então o que a grande e corajosa Brunna Gonçalves fez: mandou a garota embora. Isso aí. Mandei a pessoa que fazia meu coração e respiração acelerar embira. Porque quando eu estava com ela, nenhum dos meus problemas tinham importância. Eles não me importunavam quando eu estava com ela. No começo, era só sexo. Uma forma de sanar minha curiosidade pela garota que teve a audácia de invadir minha casa. Uma garota diferente, que trabalhava junto comigo, e que era minha fã. E aqui estou eu. Totalmente jogada aos seus pés.

Meu telefone tocou estridente, e tiro as mãos da jaqueta de Ludmilla - que agora me pertencia - para poder olhar seu visor. Número desconhecido. Bufo. Era só o que me faltava. Eu não gostava muito de atender chamadas assim, então deixo meu iphone tocar, pegando a jaqueta de Ludmilla novamente e a cheirando. Isso havia sido se tornado uma mania incontrolável, sempre que eu tinha a oportunidade, pegava ela, sentindo aquele cheiro maravilhoso de baunilha. Ludmilla não usava perfume, já que era alérgica, mas tinha o cheiro mais viciante do mundo. Seu cheiro e seu corpo eram como uma dose de heroína para um viciado.

Estar apaixonada por Ludmilla Oliveira era bom. Ela não iria partir meu coração, não seria rude e ela linda. Muito mais que linda. Era linda por fora e por dentro. Tudo que eu mais queria era me jogar em seus braços e confessar todos os sentimentos entalados na minha garganta, mas a lembrança do que aconteceu da última vez que fiz Isso me assombrava. Eu tinha 17 pra 18 anos, e achava que o amava. Que seríamos eternos. Mas eu não passei da porra de uma boneca, um brinquedo. Mas o que se esperar de alguém que fazia o que fazia? Então assim começou o gelo do meu coração. Kyle me dizia que essa era minha chance de recomeçar. Pode ser estranho, mas desde que eu conheci Ludmilla, meu mordomo e eu não aproximamos. Acho que gostar de Ludmilla era uma coisa comum entre nós.

- Sra. Gonçalves, suas roupas já chegaram da lavanderia. - Diz Kyle, se aproximando. - Deveria já começar a arrumar suas malas.

Confirmo com a cabeça, saindo da aura Oliveira, me levantando e subindo até o segundo andar de minha casa. Morar ali era bem solitário. A casa só ficava movimentada quando meus pais me visitavam, tirando isso, só havia solidão. Eu nunca me importei muito de ficar sozinha, mas agora chegava a ser sufocante. O meu trabalho não me permitia ficar muito tempo assim, então quando eu tinha a oportunidade de estar só, ficava feliz. Daqui uns 3 meses, creio eu, começaria a trabalhar em meu novo filme. A Redoma de Vidro tinha tudo para ser um sucesso. Era originário de um livro, que contava a história de uma mulher que tinha alguns distúrbios psicológicos e dificuldades em relacionamentos. Se eu não me engano, ela é estrupada, e no final, frustrada com a vida, se suicida, enfiando a cabeça dentro de um forno. Ter sido convidada pra fazer um filme com um nome tão grande no mundo literário que me fez ficar cheia de orgulho. Nem parecia aquela garota que veio de Cuba, que era zombada na escola por não usar roupas legais e não saber falar inglês. E aqui estou.

Hands To Myself - BRUMILLAOnde histórias criam vida. Descubra agora