NINGUÉM IGUAL A VOCÊ

PRÓLOGO

Um dia antes da festa do Henry

Sweater Weather ressoa do meu celular me fazendo sentar na arquibancada do ginásio e cantarolar a musica em um tom baixo.

Estar no ginásio da faculdade de noite totalmente sozinha com um silêncio absoluto é meio doidera mas esse é o único lugar que eu tenho paz, já que minha colega de quarto não costuma ser muito silenciosa, eu diria.

Esse lugar conhece perfeitamente os meus surtos, minhas crises de choros e até minhas reclamações diárias, Megan diz que eu deveria ir ao psiquiatra por que para ela isso não é algo normal.

Ela não sabe como isso é aliviante.

Decidi vir hoje por causa da semana de provas que está chegando e deixando minha cabeça a mil.
Provas são algo que eu odeio e eu nunca fui aquela aluna que tem as melhores notas, eu tento dar o meu melhor e o meu melhor não é uma grande coisa.

Um barulho do lado de fora, mais especificamente no portão do ginásio me faz desligar o celular rapidamente e colocar minha mão sobre meu peito pelo susto.

O portão velho se arrasta pelo chão indicando que alguém está abrindo e entrando aqui à essa hora, o medo me consome pensando em ser um dos monitores, se eles me pegarem, eu estou ferrada.

Um garoto de estatura alta entra, ele está vestindo um moletom com a toca, veste calças pretas e um tênis branco qualquer, percebo que sua cabeça se eleva um pouco em minha direção, fazendo ele mover os pés até onde eu estou.

Meu corpo não me obedece, eu deveria estar correndo para longe daqui, ainda mais por que uma pessoa estranha totalmente de preto entrou aqui.

Ele se senta a mais ou menos meio metro de mim, olha novamente para mim e um sorriso sarcástico se forma em seus lábios.

— O que faz aqui? — sua voz rouca me faz voltar na realidade novamente.

— Acho que eu deveria perguntar isso.

— Eu perguntei primeiro.

— Eu não me importo.

— Tudo bem então.

— Você cheira cigarro — digo franzindo o rosto com o cheiro horrível que tomou o lugar.

— E você álcool — ele diz me fazendo lembrar que estava bebendo antes de vir para cá — Por estar aqui, quer dizer que você cursa alguma coisa nesse lugar.

— Boa descoberta.

— Você costuma ser assim?

— Assim como?

— Com esse deboche mesquinho? — ele me diz fazendo dar risada.

— Você chega do nada todo mistérioso com essa touca perguntando algo sem sentido algum e quer que eu te responda como? — digo ainda rindo.

— Me desculpe a indelicadeza — ele diz com um sorriso nos lábios e acende um cigarro.

— Sério mesmo que vai acender isso aqui — digo apontando para o cigarro na sua mão.

— O ditado mesmo já diz, os incomodados que se mudem — diz soltando uma fumaça.

— Patético — murmuro e meu celular toca indicando uma chamada fazendo eu atender rapidamente.

— Adam?

— Oi meu amor, que tal a gente ver um filme agora?

— Agora?

— Sim, por que não?

– Verdade, por que não? estarei aí em cinco minutos — digo desligando o celular e me levantando, descendo da arquibancada.

— Adam? — o garoto estranho pergunta me fazendo virar para ele.

— É feio ouvir as conversas dos outros — digo cruzando meus braços.

— Deveria tomar cuidado com esse garoto de merda, ele não é alguém totalmente confiável.

— E você deveria começar a cuidar da sua vida — digo me virando e saindo do ginásio.

Eu só não sabia que eu deveria ter ouvido aquele garoto estranho, eu poderia ter impedido o caos que estava por vir.

××××

Olhaa quem voltou!!!
Finalmente o nosso livro vai começar, um capítulo por semana!
(Ainda não tenho o dia certinho mas avisarei vocês lá no meu insta)