𝙈𝙚𝙢𝙤𝙧𝙞𝙚𝙨 ○ 𝓫𝓸𝓸𝓴 3

Minha Salvação

ALEC LIGHTWOOD

Eu não conseguia entender o que havia acontecido com Evie para ela ter falado comigo daquela forma na frente de todos. Sempre tivemos nosso problemas, mas nunca falamos um com o outro daquela forma, ainda mais na frente de outros caçadores.

Ela saiu apressada do Instituto, e eu não fui atrás dela. Sei que precisa de espaço.

— Tem algo errado com a Evie — Isabelle disse parando ao meu lado — E ela não quer contar pra gente. Hoje de manhã ela foi extremamente grossa e sem educação comigo, se irritou e só foi o espelho. Acabou cortando a mão e retirei os cacos pra ela.

Frangi o cenho. Esse não é o tipo de comportamento da Evie.

— Eu vou conversar com ela quando voltar — avisei. Vi o olhar da maioria dos caçadores sobre nós e fiz uma carranca — Voltem ao trabalho.

Eles voltaram as atenções aos monitores sem hesitar, e segui para a minha sala.

Havia relatórios de missões, algumas de Isabelle sobre o coruja para ler, além de mensagens enviadas pela Clave para saber como anda o Instituto.

Comecei o meu trabalho — que não é pouco — verificando como anda a segurança do Instituto.

Eu estava tentando me concentrar, mas meus pensamentos sempre paravam nela, em Evie.

Eu não suportaria saber que ela está me escondendo alguma coisa, de novo. Eu me lembro muito bem o que aconteceu a última vez.

Nos dois brigamos e por culpa disso, eu a perdi. Por mais que ela esteja aqui e agora, não tem todas suas memórias e eu me culpo por isso.

Se eu não tivesse brigado com ela, se eu não tivesse pedido um tempo e pedisse que ela ficasse comigo pra lutar com os esquecidos, as coisas teriam sido diferente?

Mesmo que não adiantasse mais pensar nisso — já que as coisas aconteceram — Eu não consigo.

Fui tirado dos meus devaneios quando meu celular começou a tocar. Verifiquei a tela e é um número desconhecido.

— Alô — atendi a ligação.

— Graças ao Anjo, Alexander. Me ajuda, por favor. Eu não sei o que aconteceu, mas...eu...Alec, eu preciso de você — ouvi a voz desesperada de Evie do outro lado da linha, e senti meu coração acelerar.

— Evie, o que aconteceu? — perguntei. Meu coração parecia que ia sair da boca a qualquer momento, e tive que respirar fundo pra tentar me acalmar.

— Eu...eu matei o Daniel.

Por um momento eu achei que meu coração tivesse parado de bater. Minhas mãos tremeram na mesma hora e o ar me faltou.

— Onde...onde você está? — A minha voz vacilou.

— No hotel onde ele está hospedado, no quarto dele. Sabe qual é?

— Nem precisa falar, não saia dai e não deixe nenhum mundano entrar — ordenei e desliguei a chamada.

Coloquei uma jaqueta de couro no lugar do paletó que costumo usar, e arrumei as minhas armas.

— Jace, Isabelle, preciso de vocês — falei assim que os vi e me deram olhares de interrogatório — Evie está com problemas sérios.

Os dois se entreolharam e pegaram suas armas rápido. Eu e Jace rastreamos ela e vimos exatamente onde fica o hotel.

— Não deveríamos avisar o pai dela? — Isabelle questionou arrumando seu chicote no pulso.

— Não até sabermos direito o que aconteceu, não quero desespera-lo.