Lilith

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EVIE RODWELL

Pela primeira vez desde que cheguei no Instituto, eu realmente me sentia viva, me sentia eu mesma. As minhas memórias haviam voltado e algo em mim havia mudado. Finalmente eu poderia dizer que agora realmente sou Evie Rodwell.

Me levantei e encarei o corpo de Josette com pesar nos olhos. Ela havia cuidado de mim esse tempo todo e se sacrificou por mim, é algo que nunca esquecerei. Até mesmo de Daniel eu não esqueceria. Não posso me culpar por sua morte, não era eu, era a marca e eu nem sequer me lembro de mata-lo, mas quanto a Josette, é algo que carregarei para sempre nas minhas costas.

— Evie — meu pai me chamou depois do silêncio que se formou depois de eu ter revelado quem é o coruja.

— Ave atque vale — sussurrei encarando  o corpo da feiticeira, na qual eu vou ter que entregar para o seu marido.

Ao lembrar de que comi o seu coração, eu senti aquela maldita repulsa. Eu só queria enfiar os dedos na garganta e vomitar tudo pra fora.

Me virei e Alec me encarava de cima a baixo, parecia querer se certificar de que sou eu mesma.

— Eu voltei pra você, de novo — falei o encarando com um sorriso fraco. Não estávamos na melhor das situações com a descoberta do Jace.

Alec abriu os braços com sorriso de lado, e corri pros braços dele como eu sempre fazia. Quando seus braços me envolveram, mesmo que eu não precisasse de proteção, eu me sentia protegida, como se ali fosse meu porto seguro.

— Eu senti falta da antiga, Evie — sussurrou no meu ouvido.

— Eu também senti — levantei minha cabeça para olhar seus olhos — Temos muito para conversar.

— Eu, Isabelle e Connor vamos atrás do Jace. Assim você pode ficar com ela e se resolverem — disse Clary diretamente para Alec que assentiu.

— Bom, eu vou procurar respostas — disse Magnus, e ele e Clary trocaram olhares. Havia algo ali que apenas os dois sabiam e percebi isso, mas sei que irão contar uma outra hora.

Alec segurou a minha mão e seguimos a caminho de volta para dentro do Instituto. Tudo o que eu mais preciso é de um banho.

Entramos no nosso quarto e me sentei na poltrona ali, para retirar as minhas botas.

— Eu devo te pedir desculpas — deixei as botas no canto — Eu deveria ter lhe contado sobre ser uma híbrida e não ter escondido de você. Apenas piorou a situação.

— Eu agora entendo os motivos para ter feito isso — colocou as mãos no bolso — Eu espero que entenda os motivos pela qual fiquei chateado por você não ter me contado, mas quando você desapareceu, eu me arrependi de não ter te escutado. Eu sofri muito sem saber o que havia acontecido com você, e quando tive que dar como morta.

— Eu sei, mas eu tô aqui agora e isso que importa.

— Tudo o que eu queria é que você se livrasse da marca e voltasse com as memórias, mas sinto muito pela feiticeira.

— Eu também sinto, tão mais que você — me levantei e segui para o banheiro.

Me despi dentro do banheiro e entrei embaixo do chuveiro, minha pele se arrepiou ao entrar em contato com a água fria, mas é justamente isso que eu preciso. 

Abri os meus olhos e Alec estava parado no batente da porta, me encarando. Ele parecia pensativo, até que começou a tirar as próprias roupas e fechou a porta. Fechei os meus olhos e continuei com as gotas de água escorrendo pela minha pele, até que senti ele me abraçar.

𝙈𝙚𝙢𝙤𝙧𝙞𝙚𝙨 ○ 𝓫𝓸𝓸𝓴 3Onde histórias criam vida. Descubra agora