10 ▪︎ Passado

1.1K 170 161
                                    

Alguns anos antes...

Daisy sonhou com Adam naquela noite.

Com as mãos dele passeando por seu corpo, e sua boca beijando cada centímetro de sua pele. Poderia ser o reflexo de uma memória, ou seus desejos tomando forma por conta do cheiro dele que havia impregnado sua mente.

Ela acordou com o nome dele nos lábios, e se contorceu entre os lençóis quando pontadas de desejo atravessaram sua espinha.

Ela podia sentir o quão molhada estava, e sabia que seria tão fácil se tocar. Talvez tentar deixar que ele fizesse aquilo não fosse má ideia; deslizaria fácil. Ela se sentia tão aquecida e suave.

Mas ao se tornar mais consciente ela percebeu, antes mesmo de abrir os olhos, que ele não estava ao seu lado.

Além disso sua cabeça parecia mais pesada, e suas têmporas doíam como se pregos tivessem sido postos ali.

- Droga - ela murmurou ainda de olhos fechados.

Sua boca estava seca, e ela sabia que precisaria de uma aspirina para voltar a se sentir como um ser humano decente.

Frustrada, Daisy abriu os olhos devagar e suspirou. Desejando fervorosamente voltar a sentir apenas o tesão que a tinha acordado segundos antes.

Adam saiu do banheiro na ponta dos pés naquele instante, e Daisy franziu o cenho em sua direção, seu coração traidor errando algumas batidas.

Segurando os cobertores na altura do peito, ela se equilibrou sobre um braço e bocejou enquanto o observava.

Por seus movimentos, Adam hesitou por um instante sua caminhada silenciosa, desviando os olhos em sua direção com uma expressão de remorso cobrindo seu rosto.

- Acordei você? - ele perguntou culpado.

Em qualquer outro momento, Daisy teria sorrido e respondido que sim. Que sonhar com o corpo dele havia acelerado seus batimentos cardíacos o suficiente para despertá-la, e que portanto ele era realmente culpado por acordá-la.

Mas sua cabeça parecia estar totalmente fora de sintonia com a sua vagina, mesmo que ela ainda pudesse sentir sua lubrificação escorrendo de si, ela não poderia se concentrar no próprio desejo enquanto sua cabeça parecesse estar tamborilando.

- Não - ela negou, e sua voz soou rouca e velha.

Deus, ela esperava que aquilo passasse durante o dia, ou Rian a comeria viva durante a noite.

Era seu último dia de gravação na Irlanda, no dia seguinte pela manhã ela estaria voltando para casa para um merecido descanso, e em poucos dias estaria viajando para o outro lado do planeta para visitar a irmã mais velha antes que tivesse de partir para os Estados Unidos e continuar seu trabalho.

- Droga, parece que tem um animal morto dentro da minha boca - ela murmurou inconformada com o quão mal se sentia.

- Você é meio fraca pra bebida? - Adam perguntou rindo.

- Não - Daisy garantiu chateada - Aquelas cervejas deveriam estar enfeitiçadas com algum entorpecente élfico.

Adam não pôde esconder o início de uma gargalhada, mas se conteve ao ouvir um gemido desgostoso de Daisy.

- Quer que eu peça algo para você? - ele ofereceu gentilmente.

- Não - Daisy negou enquanto se aconchegava nos travesseiros - Acho que só preciso de um banho... talvez mais algumas horas de sono... Que horas são afinal? - perguntou sonolenta.

Lips Of An AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora