2 ▪︎ Passado

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Alguns anos antes...

Encantador deveria ser um dos últimos adjetivos a passar pela cabeça de Daisy quando ela precisasse descrever "Adam 'gigante' Driver", era absurdo que um homem tão alto não fosse desengonçado ou intimidador.

Não que ela não o tenha achado intimidador algum dia, porque ela tinha.

A primeira vez que eles se viram foi na leitura conjunta do roteiro de the force awakens, e Daisy ficou mais que agradecida quando ele sentou três metros de distância dela, onde ela não precisaria ficar comparando seus tamanhos como ela tinha feito quando J.J. os apresentou.

E depois disso, quando eles começaram a ensaiar e lutar juntos, grande e intimidador eram apenas palavras constantes em sua mente sempre que eles se aproximavam demais, e Daisy constatou, da maneira mais lúdica possível, que ele poderia ser tudo, menos desengonçado.

Seus movimentos e expressões eram fortes e ao mesmo tempo absurdamente graciosos, como se apesar de se esforçar demais, ele não precisasse, pois tinha nascido para fazer aquilo.

Mas o fato era que mesmo que ele fosse fisicamente absurdo, parecia que sua personalidade havia sido criada na contrapartida exata para balancear sua existência.

Então Daisy o achava adorável.

Não que ela conseguisse lembrar disso sempre que alguém perguntava sobre ele, ela poderia enumerar algumas entrevistas onde tinha vergonhosamente focado demais nos atributos físicos dele. Mas naquele momento, enquanto ela o via andar em sua direção, tentando desesperadamente equilibrar as dezenas de coisas que trazia nas mãos antes que precisasse cumprimenta-la, ela só conseguia pensar no quão fodidamente adorável ele era.

- Daisy! - ele cumprimentou com um riso na voz quando já estava próximo o suficiente para fazê-lo.

Ele desistiu de tentar manter tudo que segurava nas mãos e se inclinou um pouco para que a mochila que estava pendurada em um de seus ombros deslizasse por seu braço e ele pudesse deixá-la no chão, as coisas em suas mãos foram postas surpreendentemente ordenadamente em cima dela, e ele fez tudo tão rápido que Daisy quase se assustou quando ele se reaprumou para abraça-la.

Os braços dele envolveram a cintura dela, e ela passou os dela ao redor dos ombros dele, ficando na ponta dos pés e sentindo que poderia flutuar a qualquer momento se ele não se inclinasse o suficiente.

Ele a apertou, e Daisy soltou uma risadinha, porque parecia muito que aquele era o jeito dele de dizer que havia sentido saudade.

Aquilo deveria ser estranho, se ela parasse para pensar. Dois anos atrás quando eles terminaram de gravar juntos, ela poderia jurar que ele definitivamente a detestava.

Não que ele fosse mau ou cruel de qualquer forma, como se ela fosse uma praga e ele a odiasse, mas eles apenas não eram amigos também. Longe disso.

Ela chegou a pensar que ele apenas estava dentro do personagem demais, mas ela via o jeito que ele agia com Oscar, com quem ele já havia trabalhado antes, ou até mesmo com outras pessoas com quem ele precisava interagir no set. E era apenas diferente do jeito que ele a tratava.

Eles haviam se abraçado antes, porque Daisy não conseguia evitar se jogar nos braços dele em qualquer oportunidade, apenas porque o abraço dele era ótimo, e ele sempre se esforçava para se encolher em baixo dela enquanto rodeava sua cintura. E ele sorria, e parecia se preocupar com ela durante os ensaios e cenas de luta, mas eles não eram amigos, porque todos aqueles pequenos momentos estavam fadados ao set de filmagens.

Do lado de fora eles nem tinham o número um do outro, e Daisy tinha tantas teorias sobre isso, sobre ele provavelmente gostar de trabalhar com ela, mas detestar sua companhia fora de cena.

Lips Of An AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora