Déjà Vu

05

🌻

   Chego em casa, vou até a cozinha atrás de um vaso de vidro para o girassol. Quando encontro coloco um pouco de água fresca e a flor dentro do vaso. Subo para o meu quarto e deixo meu "presente" no criado mudo, tiro minhas roupas e vou tomar um banho quente para relaxar desse primeiro dia de aula.
   Alguns minutos depois eu saio enrola na toalha, procuro um de meus confortáveis pijamas e pantufas. Termino de pentear o cabelo, quando estou para sair do quarto minha mãe bate na porta e entra sorrindo.

   — Oi meu bem, como você está?

   — Ótima e a senhora? — caminho até ela e sento ao seu lado.

   Rose da ombros, quando está prestes a responder olha em direção ao criado mudo ficando paralisada e pálida.

   — Onde arrumou isso, Emy? — esbraveja ela e fico sem entender sua reação.

   Afinal é só uma flor.

   — Um colega de escola me deu — respondo receosa e confusa — algum problema?

   Ela tira a atenção da flor, olha para mim respirando fundo.

   — Não querida, só tome cuidado ok? — minha mãe se levanta depressa e vai para seu quarto.

   Me levanto também, vou descer para a cozinha quando ouço alguns sussurros da minha mãe.

   "Não pode ser ele, ou pode? Você me disse que esse problema estava resolvido.... eu não quero saber, ele tentou matar..."

   Quando minha mãe está prestes a terminar, eu trombo em um aparador que fica no corredor, os objetos caíram no chão fazendo um barulho.

   — Droga — sussurro e minha mãe abre a porta do seu quarto e olha a cena toda assustada.

   — Emy, o que foi isso? — me abaixo para pegar as coisas do chão e colocar no lugar.

   — Estava indo te chamar para o jantar quando trombei com essa coisa no meio do caminho — digo sem graça, não é de toda uma mentira.

   Dona Rose relaxa os ombros e sorri para mim.

    — Venha, vamos preparar o jantar enquanto você me conta como foi seu primeiro dia de aula.

   Descemos as duas juntas conversando e assim foi todo o jantar.
   Minha mãe sempre foi muito compreensiva comigo, muito amiga também nesses últimos anos.

   — Mãe, amanhã posso ir ao centro comprar algumas coisas para o meu quarto?

   — Claro, o que tem em mente?

   — Algo que me lembre um lago e flores — minha mãe para de comer e presta mais atenção em mim.

   — Algum motivo especial? — pergunta seriamente.

   — Na verdade, não — respondo tranquilamente ainda comendo.

   — Então está bem, só não volte tarde e me ligue se precisar de algo — alerta minha mãe.

   — Não se preocupe — digo sorrindo.

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