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   Entro dentro de casa ainda confusa com tudo o que aconteceu. Depois daquela conversa James recebeu uma ligação e saiu praticamente correndo.
   Subo as escadas lentamente e quando chego ao meu quarto me lembro de que iria ao centro para comprar algumas coisas para a decoração. Bufo e dou meia volta descendo novamente as escadas, vou até a cozinha comer alguma coisa. O relógio na parede marca meio dia e quinze. Ou seja, vai dar para eu ir ao centro tranquilamente. Termino de beber meu suco, lavo o copo e o deixo na pia. Subo para o meu quarto e pego uma bolsa, coloco minha carteira, celular e chaves de casa. Depois de ter saído de casa e trancado tudo, fico pensando em como vou trazer tantas coisas sozinha. Um sorriso involuntário aparece em meus lábios e vou até a garagem.

   — Sentiu minha falta, querida? — pergunto ao meu conversível rosa — se mamãe descobre que estou dirigindo você ela me deixa de castigo o resto da minha vida.

   Pego a chave pendurada perto da porta e entro no carro, ligo e dou partida.

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   Na loja de tintas comprei duas latas pequenas nas cores, azul e branco. Em outras lojas comprei tapete, cortina, roupa de cama, papel de parede e vários objetos.
   Quando deixo as ultimas sacolas dentro carro vejo uma floricultura do outro lado da rua. Mas o que realmente me chama atenção são os lindos girassóis na porta. Tranco o carro e atravesso a rua. Não tem ninguém no estabelecimento a não ser dois garotos no fundo conversando. Mas parece que conheço um deles.
   Vou até lá para saber se trabalham aqui e podem me ajudar. Quando chego perto os dois olham para mim. E ali esta Luke, o garoto do colégio. Ele me encara e sorri com uma das sobrancelhas erguidas. Enquanto o outro garoto de óculos de grau está paralisado. O que acontece com as pessoas dessa cidade quando me olham?

   — Emy, que surpresa não tão surpreendente — diz Luke e posso sentir uma pontada de ironia na sua voz — Precisa de algo?

   — Na verdade eu queria saber sobre os... — sou interrompida pelo garoto de óculos.

   — Girassóis? — Luke empurra o garoto pelos ombros — Hã, eu percebi você olhando para eles na entrada.

   — Exatamente, quero alguns girassóis — concordo com a cabeça ainda desconfiada.

   Ele ajeita os óculos no rosto e suas bochechas ficam coradas ao perceber que estou encarando ele. Logo ele sai apressado para pegar as flores e me deixa sozinha com Luke.

   — Não ligue para o Jack, ele é do tipo nerd tímido — reviro os olhos mentalmente.

   — Ele parece ser legal — dou de ombros e olho em direção ao garoto que está pegando as flores de forma desajeitada.

   — E ele é mesmo, mas me diz, de onde você veio? — volto a olhar para ele analisando se respondo ou não.

   — San Diego — uma mão toca meu ombro e quase me assusto.

   — Aqui estão as flores — diz Jack sorrindo de forma tímida.

   Sorrio de volta e as pego, quando vou entregar o dinheiro ele nega com a cabeça.

   — São um presente — afirma ele e fico surpresa.

   — Obrigada, Jack — agradeço e novamente suas bochechas ficam coradas.

   Um pigarreio nos tira daquela bolha e vejo Luke nos olhando de braços cruzados.

   — Bem, eu já vou então — Me despeço deles mas Luke me segue até a saída, finjo não notar sua presença e vou até meu carro.

  — Lincoln continental 1958, uau que relíquia — ouço sua voz atrás de mim.

   Respiro fundo e abro a porta do carro colocando as flores do banco passageiro.

   — Que bom que sabe apreciar relíquias — digo ironicamente e vejo um sorrio genuíno aparecer em seus lábios.

   — Ora Emy, o que você pensa de mim? — solto um riso nasal e balanço a cabeça, entro no carro e fecho a porta. Abro o vidro, coloco um pouco da cabeça para fora.

   — Eu nem te conheço Luke, o que deveria pensar sobre você? — dito isso, saio dali sem dar a chance dele responder.

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